THE LAST OF US | Uma Lição sobre Consequências
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Ellie em The Last of Us Part 2 |
O texto a seguir contém SPOILERS dos dois jogos da franquia The Last of Us.
The Last of Us foi um jogo de ação-aventura lançado em 2013 pela Naughty Dog que foi um sucesso imediato.
O jogo conta a jornada de Joel Miller, que deve proteger e transportar Ellie Williams – uma criança – em um cenário pós-apocalíptico.
Na trama, um fungo mutante se alastra pelos EUA, transformando os infectados em zumbis. 20 anos após o dia do surto (como é chamado o dia 1 do vírus e também o prólogo do jogo) a humanidade está reduzida e quarentenada em zonas protegidas militarmente de forma extremamente autoritária.
Joel, nosso protagonista na primeira parte dessa história, é um homem bem recluso, em eterno luto pela morte de sua filha Sarah, assassinada no Dia do Surto por um soldado humano, "confundida" com uma Infectada. Isso acende em Joel um ódio que vem a trazer consequências pra toda a humanidade no decorrer da história.
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Joel e Sarah Miller |
20 anos depois, em troca de mercadorias, Joel recebe a missão de escoltar Ellie, uma criança infectada há 3 semanas, mas sem transformação alguma de comportamento, aparência ou saúde – uma imune – ao grupo antimilitar chamado Vaga-lumes para a produção de uma possível vacina a partir da criança.
Durante o jogo, Joel e Ellie criam uma ligação pai e filha muito forte, onde Joel se vê tendo uma segunda chance após a perda de Sarah e não mede esforços para proteger a menina, matando todos em seu caminho. Ellie também passa por um inferno pra garantir que Joel sobreviva à jornada, até porque ela tinha medo de terminar sozinha.
No fim do primeiro jogo, ao descobrir que Ellie seria sacrificada para os estudos da possível vacina, Joel vê pela segunda vez sua filha sendo retirada de suas mãos pela humanidade, e decide resgatar a menina, matando assim todos os vaga-lumes cientistas responsáveis pela procura de uma cura.
O primeiro jogo da franquia é mais focado na construção da relação entre Joel e Ellie (o que é feito MUITO bem), mas já abre caminho pro assunto principal do segundo jogo: Consequências.
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Ellie e Joel em The Last of Us Part I |
4 anos se passaram até os eventos de The Last of Us Part 2 (lançado em Junho de 2020) e agora a história é contada a partir da perspectiva da Ellie, que se culpa pela situação da humanidade após descobrir que Joel não permitiu nem que os estudos começassem. A relação entre os dois está abalada.
Logo no início do jogo Joel é morto na frente de Ellie por Abby Anderson e um grupo de pessoas que mais pra frente descobrimos ser sobreviventes dos vaga-lumes em busca de VINGANÇA (que é o motor do jogo inteiro).
Ellie parte à procura dos assassinos de seu 'pai', acompanhada de pessoas próximas e importantes na história: Dina e Tommy (Namorada de Ellie e irmão de Joel, respectivamente). Ellie mata todos os envolvidos e qualquer um que ficasse em seu caminho pra chegar até Abby (assim como Joel fazia para protegê-la). Ellie, Dina e Tommy quase morrem nas mãos de Abby, que os poupa por uma segunda vez.
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Abby |
Aproximadamente 1 ano se passa desde o segundo encontro. Ellie e Dina agora tem uma família e Tommy ainda tem sequelas do confronto com Abby, assim como Ellie, que sofre de estresse pós-traumático.
Mesmo tendo criado uma família com Dina, Ellie continua achando que seu trauma seria resolvido com sua vingança, e larga absolutamente tudo pra ir atrás de Abby novamente.
Ellie passa por muita coisa nesse terceiro ato até finalmente encontrar Abby uma terceira e última vez e consegue, finalmente, sua chance de se vingar. Mesmo que o final desse embate não seja o esperado ao voltar pra casa, além de não estar preenchida, Ellie também se vê abandonada pela sua família, consequência da sua cega busca por vingança.
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Ellie versus Abby (Concept Art do jogo) |
The Last of Us Part 2 nos mostra não só as consequências do ato de Joel no primeiro jogo, mas da(s) vingança(s) na perseguição alá "Tom e Jerry" que Ellie e Abby se encontram durante toda a narrativa.
Ambas, principalmente Ellie, perdem tudo na procura de algo que, no fim, não deixa nada além de mais vazio e angústia, e no fim, Ellie está sozinha, como sempre temeu.
A história desenvolvida por Neil Druckmann é, de fato, uma das melhores obras de 2020, trazendo coesão, bom desenvolvimento e assuntos válidos a serem discutidos mesmo sendo uma ficção situada em um mundo pós-apocalíptico.
- Tiago Sampaio
Brabíssimo!!!
ResponderExcluirTudo bem detalhado, meus parabéns consagrado 👍
ResponderExcluirAdorei , esperando pelos próximos
ResponderExcluirBravíssimo
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