Legado | A importância da REPRESENTATIVIDADE em histórias de super-heróis
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A Liga da Justiça de Estado Futuro |
Por que existem tantos Homens-Aranha? Por que existe mais de um Batman? Mais de um Capitão América? Uma Thor mulher? Qual a necessidade de "mudar" heróis que já existem ao invés de criar novos? A resposta pra essa pergunta é bem simples, na verdade: Representatividade!
Mas por que isso importa TANTO?
Olha, eu sei que esse é um assunto recorrente no blog e sempre que possível nós falamos sobre como a cultura geek, especialmente os quadrinhos, são retratos da realidade, mas depois do trailer de Thor: Amor e Trovão chegando na internet mostrando uma versão feminina do Thor, a estreia de Ms. Marvel apresentando uma heroína muçulmana e o anúncio de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis com uma versão feminina do Hulk, algumas pessoas voltaram a reclamar sobre como "a agenda progressista da esquerda impõe mudanças em nossos heróis!"... Mas não é bem assim que a banda toca.
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A nova geração de Vingadores! arte de @artoftimetravel (instagram) |
Por ANOS os principais super-heróis da cultura pop sempre foram homens e brancos, enquanto mulheres e negros eram coadjuvantes que serviam de par amoroso, alívio cômico ou ajudantes dos protagonistas.
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Capa de Liga da Justiça da América #217 de 1983 |
Com o tempo, outros super-heróis de outras etnias foram ganhando seu espaço, como o Pantera Negra, Raio Negro, Shang Chi (mesmo que nenhum desses tivesse se tornado popular até muito tempo depois) e ainda assim heroínas ainda não tinham muitas histórias solo por quadrinhos ainda serem considerados coisa de menino.
Mas apesar de novos heróis estarem surgindo, os personagens destacados em outras mídias (como em desenhos e séries de TV) ainda eram os padrões mais populares.
Toda criança via a Esperança e a Justiça nos 3 heróis mais polulares da história (até hoje): Superman, Batman e Homem-Aranha. Mas nem toda criança podia se ver nesses heróis.
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Homem-Aranha, Superman e Batman |
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Wally West e Barry Allen: Os Flash! |
A existência de Kate Kane, a Batwoman, uma mulher lésbica como protetora de Gotham, nunca apagou a importância de Bruce Wayne. Da mesma forma que a criação de Ryan Wilder para a série de TV não apaga toda a trajetória de Kate nesse mesmo título.
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Kate Kane (Ruby Rose) e Ryan Wilder (Javicia Leslie): As Batwomen! |
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Jace Fox, o Batman de Nova York. |
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Simon Baz (Árabe) e Jéssica Cruz (Latina): os Lanternas Verdes. |
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Kong Kenan, o Superman e a Liga da Justiça da China! |
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Laura Kinney, a Wolverine! |
Eu poderia escrever parágrafos e mais parágrafos apresentando personagens de legado que representam outras cores, gêneros e tamanhos (existe um Flash não-binário e o Batman da China é gordo!).
A existência de todos esses personagens nos quadrinhos NUNCA foi para apagar a de nenhum outro e sim para ADICIONAR. Não há genocídio branco, lacração ou agenda da esquerda pra alienar as crianças. É apenas a arte reconhecendo que existem pessoas diferentes e que todos merecem se ver no mesmo símbolo, seja esse uma aranha, um morcego ou uma alegoria à Esperança.
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Peter Parker e Miles Morales são o Homem-Aranha. |
Falta muito pra certos públicos aceitarem que nem toda história vai ser sobre eles, mas isso não importa enquanto o principal público-alvo desses super-heróis, as crianças, possam todas crescer podendo se inspirar nos mesmos heróis.
– Tiago Sampaio
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