Trilhando as Trilhas | Episódio III: Arrowverse | Fase 1 | Arrow S01 & S02
Trilhando as Trilhas
Episódio III:
Arrowverse
FASE I: ARROW S01 & S02
Vendo o estado atual do universo compartilhado das séries da DC/CW, é difícil lembrar de uma época em que esse universo era bem-sucedido e amado pela maioria. Já fazem quase 10 anos do início e ano que vem ele chegará ao fim, começou com uma série (e terminará com uma), lá em 2012, um ano após o fim de Smallville: As Aventuras do Superboy, e com a trilogia Cavaleiro das Trevas do Nolan redefinindo o paradigma de mídia de super-heróis, Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg pegaram o Arqueiro Verde, que já havia sido adaptado em Smallville, e colocaram o filtro "sombrio e realista" da trilogia Nolan, retirando muito da essência do personagem, mas o que a série peca em fidelidade ela compensa com qualidade, em ótimas duas temporadas que ainda surpreendem.
No lado que você entrou aqui pra ler, Blake Neely tomou as rédeas da série com seu compositor adicional Nathaniel Blume, já tendo um relacionamento com Berlanti. Compor para TV é complicado, compor para 23 episódios de 40 minutos é um pouco mais complicado, e Blake se propôs a compor temas para todo e qualquer elemento da série... você deve estar pensando aí, "bem, isso não aconteceu", pois repense. A maior razão de ter demorado tanto para começar este episódio depois da votação, foi porque Neely usou uma abordagem um tanto diferente, não são exatamente temas melódicos, e sim sons específicos, o que complica minha vida para tentar descrevê-los com palavras, se estivéssemos conversando eu poderia cantarolá-los pra vocês, mas aqui vocês terão que se contentar com onomatopeias e descrições mal-feitas.
Com a expansão do universo, essa abordagem se fez muito abençoada, não só por causa dos crossovers, mas pela quantidade absurda de música que cairia nos ombros de Neely e da equipe, assim, os sons foram muito mais utilizados, e eventualmente repetidos, mas isso é pro futuro. Berlanti abordou Neely para a série pedindo um tema forte e memorável.
O personagem complexo de Oliver Queen merecia algo forte e identificável, mas também maleável para usar por toda a série. Precisava ser simples, mas também ter tamanho e alcance. Seria uma melodia extensa ou um riff de duas notas? Sinfônico ou rock? Inspirado pelo script e algumas cenas do set, eu comecei a escrever. O que saiu das minhas mãos e mente foi minha "Oliver Queen Suite". Foi meu jeito de explorar as diferentes facetas do personagem e achar um som em potencial, tom e direção para a trilha. Eu propositalmente evitei escrever qualquer música de "ação". música da ilha, e até temas de outros personagens na época, já que sabia que esses seriam imensamente informados bem depois pelo visual, vilões, histórias, e o novo mundo cinematográfico de Starling City. (NEELY, Blake. 2013)
E aqui já temos alguns dos sons e elementos que compõe o nosso personagem principal, Oliver Queen, começando pelo quase gongo abafado, (sabe quando você fica entupido os sons ficam meio abafados, tipo isso), repetido diversas vezes, é o som principal associado ao Arqueiro, as cordas começam com um ritmo repetitivo, simples porém bem maleável, podendo ser tocado pelas cordas ou percussão, este é o tema inicial de Oliver, mais cordas entram e um eletrônico começa a crescer com elas, este eletrônico crescente é o segundo som associado ao Arqueiro. Logo depois de uma guitarra sutil conectando as duas seções, a percussão se junta as cordas para o tema inicial, e novamente o eletrônico crescente. A segunda parte da Suite acalma as coisas, continuando com as cordas, desenvolvendo uma melodia, muito reminiscente do trabalho de James Newton Howard na trilogia Nolan, esta ideia será mais desenvolvida na série. A terceira seção começa com algo que não sei identificar, pra mim parece a corda de um arco tocada como harpa, mas pode ser uma guitarra também, tocando um motif similar ao tema inicial, repetitivo, percussões, cordas e o gongo abafado se unem para desenvolver esta ideia, A quarta seção é no harpsichord (cravo) e piano, instrumentos associados aos relacionamentos de Oliver. A quinta e última seção retorna ao tema inicial, mais resoluto e forte, com as percussões, cordas, gongo abafado e o eletrônico crescente.
Com esse parágrafo enorme você deve estar preocupado se eu vou dar o tratamento Clone Wars S07 aqui, e eu adoraria, o site de Neely tinha umas 14h adicionais de música das séries, mas o mal uso dos fãs (me incluo) forçou ele a retirar tudo. Mas, veja bem, eu sobrevivi só com os álbuns, e apesar de eles omitirem muitas faixas que tenho interesse de falar, são uma experiência sólida, e me contentarei com eles (até não me contentar mais). Se houver diferenças do álbum e do episódio eu direi.
E estas diferenças já começam na primeira faixa, Five Years.
A guitarra/corda de arco abrem a série, e duas notas nos metais começam a introdução do tema principal de Oliver/Arqueiro (não confundir com o tema inicial, da Suite), seguido de um som agudo e dissonante, o som de Lian Yu, a primeira aparição do gongo abafado na série vem logo depois, introduzindo a percussão e as cordas no ritmo do que será elaborado em Setting Up The Lair, crescendo até a música da logo, versão que só aparece a partir do episódio 2, mas aqui está costurada no álbum, fica bem evidente depois que sabe como deve ser. A logo começa com os metais graves, e o tema inicial nas percussões tem a sua primeira clara citação, com o eletrônico crescente para fechar.
Returning Home/Scars é calma, a corda de arco e piano começam a faixa, com os metais e cordas vindo depois criando uma ideia contida que é bem desenvolvida nesta faixa, mas não é muito usada depois, o que é recorrente e uma das melhores coisas a respeito do início do Arrowverse, abundância de ideias. O cravo e o piano trazem o motif da terceira seção da Suite para a série. Em City in Ruin, que eu tenho certeza ter envolvimento de Nathaniel Blume, a segunda faceta da trilha é introduzida, eletrônicos, e onde há eletrônicos, lá o eletrônico crescente também estará. E chegamos em Setting Up the Lair, a percussão no ritmo, os metais com duas notas repetindo por cima enquanto as cordas começam com o tema inicial e depois trocam com os metais, o piano conecta as duas seções da faixa, e um violino seguido das cordas tocam as três notas iniciais do tema principal, e o meio da faixa é focada na percussão e nas cordas, com os metais retornando as duas notas repetitivas, com o tema inicial quebrando o fio da meada nas cordas que continuam até os metais crescentes como pra logo levarem mais uma vez ao tema inicial, o gongo abafado dá uma finalidade, mas ainda não acabou, o cravo e a corda de arco entram para finalizar a faixa junto da percussão, cordas e eletrônico crescente. Um medley de sons e elementos de Oliver/Arqueiro.
Loss and Regrets pega a ideia na quarta seção da Suite e basicamente usa ela de forma menor com a inclusão das cordas ao fundo, a faixa termina com as três notas do tema principal nos metais e depois nas cordas junto com o gongo abafado, as cordas então começam uma crescente frenética usada novamente em A Way Off the Island, o piano encerra com as três notas do tema principal. Talvez você não tenha percebido, mas essas faixas foram gravadas com uma orquestra, como veremos é uma prática comum o piloto ter uma orquestra nas séries da DC/CW... até não ser. On the List introduz o material dos vilões, com uma atmosfera obscura, o primeiro som, passando bem rápido, é o característico de Chien Na Wei, uma pitada oriental, a continuação da faixa mantém a atmosfera, que é acrescentada a um vento eletrônico, junto com batidas metálicas, é o som característico do Pistoleiro.Vigilante Justice é a segunda faixa de ação do álbum (não contando com Setting Up the Lair) e como a primeira, também utiliza diversos eletrônicos, e no meio deles o crescente, e introduz outro som que parece um carro freando (um tchuuuu eletrônico), mais utilizado em Train and Hunt, que desenvolve uma ideia e utiliza diversos elementos usados em faixas de ação na 1ª temporada, a segunda metade da faixa inclui a percussão do tema inicial de uma forma interessante, e são ótimas faixas de ação independentes. Inhospitable Island / Deathstroke inicia com batidas metálicas, que mais parecem batidas de correntes, e entra em atmosfera até introduzir o tema do Exterminador, extremamente eletrônico, o tema em si são duas notas alta e baixa e rajadas ocasionais desse som eletrônico em cima de percussão.
Honor Thy Father é uma faixa de piano e cordas com um pequeno som metálico ao fundo, desenvolvendo um motif de quatro notas e as duas notas do tema principal para encerrar, I Forgot Who I Was é uma das mais emocionais do Arrowverse, e ficou como o tema da família Queen após aparições subsequentes em quase todas as temporadas, esta versão é a mais completa, a primeira parte nas cordas colocando as peças para a segunda parte, para cordas e piano, a faixa vai crescendo e crescendo, parece o desenvolvimento da ideia na segunda parte da Suite. Betrayed By Those You Love, é o motif de mistério/conspiração, ligado ao empreendimento que permeia a trama da 1ª temporada.
Chasing the Hood e Damaged se complementam perfeitamente, a primeira é uma cola de diversas pequenas ideias com uma variação das cordas frenéticas de Loss and Regrets, interrompida por uma repetida batida eletrônica, percussão que parecem palmas, o gongo abafado conecta a primeira com a segunda, que desenvolve uma batida de 6 notas, com a menção mais completa até agora do tema principal entre as metades da faixa.
The Dark Archer / It Is I Who Failed é, como o nome da faixa, dividido em duas parte, a primeira, e maior, é o tema de Malcolm Merlyn, um tema principalmente para as cordas, e são elas que começam a faixa, duas notas nos metais acompanham levando ao motif que no episódio é associado ao arqueiro assassino misterioso, as cordas continuam juntamente com as duas notas nos metais, uma variação do motif da conspiração toca por cima das cordas, que começam um crescente junto com os metais levando a mais um novo motif relacionado ao fracasso de Oliver. Working Together But Alone é um motif associado a Quentin Lance e a investigação do capuz, 5 notas nos violoncelos que levam a uma melodia mais definida nos violinos. The Count é o tema do Conde Vertigo, e bem, é um tema um tanto nauseante, notas crescentes e decrescentes com um eletrônico/guitarra alternando entre os canais de áudios esquerdo e direito a cada nota, além de outra "melodia" no meio.
Friends In Arms continua a atmosfera da faixa anterior e também o tema do Vertigo brevemente, até se tornar uma faixa de ação, com uma repetida batida metálica, que leva a uma ideia desenvolvida até o fim da faixa nas cordas, e termina com o que parece uma variação desesperada de I Forgot Who I Was. Trust But Verify, são diversas cues (mini-faixas) com este motif, condensada nesta faixa, principalmente para as cordas com os metais quebrando de vez em quando e Join Us continua de onde a anterior parou começando com o gongo abafado, movimentando a mais outra ideia, exclusivamente para as cordas com os metais entrando no final com o tema principal do Oliver.
Trusting a Friend, Saving an Enemy quebra a calma com ação, a batida eletrônica de Chasing the Hood retorna aqui como ritmo, alternando com os metais, a segunda metade da faixa volta a calma fazendo a transição para Sins Of the Father, a outra faceta do tema de Merlyn, incluindo o piano e outra melodia nas cordas, terminando com outra citação do motif da conspiração no piano, instrumento que também começa I Can't Lose You Twice, desenvolvendo outra ideia relacionada a Oliver e Laurel.
Search for Salvation é a maior faixa de ação até agora, começa com eletrônicos e o retorno do tchuuu, introduz outro motif representando o vilão do episódio, composto de batidas eletrônicas na mesma linha do tchuuu, o gongo abafado separa a primeira e segunda parte da faixa, que acalma as coisas e reprisa It Is I Who Failed, em uma versão mais lenta e emocional. Shado Sees An Emerging Hero é o que o nome sugere, a atmosfera/som referente a Shado (não é roubado), uma melodia aparece mais pro fim da faixa com elementos dos temas de Oliver brotando em crescimento. Unfinished Business / Saving Walter é outra faixa de ação, que não perde tempo e já joga o gongo abafado e o eletrônico crescente de primeira com uma variação do tchuuu de quebra, bem percussiva, com as batidas eletrônicas retornando também, uma última faixa de ação com vários elementos familiares.
As duas últimas faixas. A Way Off the Island é bem simples, é uma faixa crescente, com uma batida ditando o ritmo, a corda de arco retorna nesta faixa, desenvolvendo uma ideia de 6 notas, a percussão entra pra começar o crescente, que levam ao frenético lá de Loss and Regrets. Então a essa altura, você deve estar cansado de ouvir as palavras desenvolvendo, motif, ideias e levando, peço perdão, mas vai ter que ouvi-las mais uma vez. Veja bem, diversas das ideias que ouvimos até agora, não saem deste álbum, algumas retornam na série, mas não entram nos próximos lançamentos, infelizmente, mas se tem um motif que se tornará extremamente importante no futuro, pra fazer bater palma, é o encontrado em Sacrifice, uma batida e um eletrônico agudo inicia a vibe da faixa, levando ao desenvolvimento deste tema para as cordas, lindo, emocionante, a versão do episódio tem até coro, a percussão dá peso. A segunda parte da faixa desenvolve outro motif, deprimente, forte, ele cresce até chegar ao ápice levando ao tema principal do Oliver com o eletrônico crescente. E choramos.
Então, esta foi a primeira temporada, se você notar bem, o tema do Oliver em si não aparece muito, algumas notas aqui, outras ali, o que mais aparece são os sons e estes depois deste álbum estão bem definidos, a base é sólida, não tem como ir pra baixo só pra cima. Neely se propôs a criar um tema pra cada coisa durante a temporada e, como em Clone Wars, até conseguiu, 75 minutos condensados em um álbum não demonstram isso da melhor forma, mas confie em mim, ele conseguiu. É um começo musical forte para o Arrowverso, então vamos ver como foi pra frente em seu segundo ano.
O continuamente expandindo universo de Arrow me dá diversas oportunidades criativas: ação bombástica, grandes emoções, mistério e caos, novos personagens, e várias reviravoltas. Na segunda temporada eu pude introduzir e desenvolver temas para personagens clássicos como a Canário, o quase-Arsenal, Nyssa, o Esquadrão Suicida, incontáveis vilões inesquecíveis, e meu favorito pessoalmente... o deus dos nêmesis, Exterminador. (NEELY, Blake. 2014)
É isso aí, a segunda temporada de Arrow foi maior e melhor, e a trilha também foi, é a temporada que a expansão no antigo site de Neely é o melhor jeito de ouvir a trilha, nem um segundo desperdiçado, 100% de originalidade, o pico das trilhas de Arrow se for me perguntar, condensada em um álbum de ~80 minutos, realmente não cabe. Tanto que essa será a primeira vez que eu ouço esse álbum em sua totalidade desde 2016.
Então começamos essa trilha com Time to Go Home, as coisas iniciam exatamente como na primeira temporada, mas saem do familiar rapidamente, uma batida na percussão e nas cordas, uma breve aparição do som da ilha introduz os metais que param dando a vez para as cordas, a percussão retorna interrompida pelo som do Exterminador, e enfim a nova intro, que adiciona quatro notas nos metais... não são de nenhum tema do Oliver, são bem aleatórias e apagam a batida que era o foco na intro da primeira, que eu prefiro imensamente a esta, porém é a que vai ficar daqui pra frente. I Don't Blame You é o novo tema para Oliver e Laurel, para piano, como o original, e a corda de arco/harpa/cravo, é bem melancólico, e vai ser reusado em muitos momentos importantes no futuro. A Different Way, como City in Ruin, é a faixa de ação focada nos eletrônicos, desenvolve a ideia do vilão do episódio de início, os elementos do Arqueiro entram em rápida sucessão, os metais graves (das intros), seguido pelo tchuuu eletrônico, três notas do tema nos metais junto com o eletrônico crescente, boom, elementos reintroduzidos. A quarta parte da faixa reintroduz a corda de arco em sua forma normal e reintroduz o tema do Arqueiro em sua maneira mais conhecida e usada nos metais, as quatro notas, seguidas pela batida eletrônica e o gongo abafado, e termina com uma versão dos metais da intro junta com o eletrônico crescente.
Falando em introduções, City of Heroes / Canary é a faixa que introduz os temas de Roy e Sara, ela começa com a percussão do tema de Oliver, de forma transitória entre a versão do tema inicial e a que será usada daqui pra frente. A faixa continua para uma batida eletrônica e fica assim por um tempo até que os metais tocam uma versão inicial do tema de Roy. A segunda parte da faixa também é uma versão inicial do tema da Canário, focando mais nas percussões, mas apresenta dois jeitos que podem ser tocado, e termina com um som eletrônico de um canário, ótimo toque. Love Is the Most Powerful Emotion é o retorno a Shado Sees an Emerging Hero, é uma variação mais pronunciada e desenvolvida do tema de Shado. com a inclusão do piano. Off of the Island, Onto a Freighter, continua o material dos flashbacks focado no sound design de toda a trama Ivo/Mirakuru, uma faixa seguindo a vibe de On the List. Building a Team reanima um pouco as coisas, com um início gradual nas cordas, que lembram o motif de conspiração da primeira temporada, de pouco em pouco percussões e batidas entram, aumentando e levando a segunda parte da faixa, que desenvolve uma proto-versão do tema principal por se tratar de uma cena na ilha.
Blind Spot (não se confundir com Blindspot, série que Neely também compôs junto com Sherri Chung) continua o ritmo de ação, direto no eletrônico crescente, uma mistura de cordas e eletrônicos com a típica batida no fundo. Uma ótima menção das quatro notas do tema principal no meio do caminho, e no fim uma mais completa do mesmo tema. A segunda parte da faixa tem uma percussão que parece ser de um pequeno tambor/bongo, e também metais graves distorcidos por eletrônicos, ambos sons representando os infectados de Mirakuru, são elementos emprestados do Exterminador. E já que estamos em Slade, Forced to Make a Choice / Slade's Metamorphosis começa com uma versão desesperada de Sacrifice, da segunda parte, para ser exato, ela continua e os sons do Exterminador invadem e tomam o resto da faixa, o fim tem uma mistura desse som misturado com sons orquestrais tipicamente associados ao Arqueiro sem citar nada especificamente.
Então chegamos a Barry Allen, o primeiro de três temas que o velocista terá, em The Scientist, as cordas já estão lá, ao fundo, mas o tema mesmo é no piano e no sopro, o coro é introduzido ao fim da faixa, onde as cordas ficam cada vez mais evidentes. Roy Becomes a Hero desenvolve o tema de Roy, uma mistura de orquestra e eletrônico, elementos do Oliver misturados no meio do caminho, e o retorno do motif de It Is I Who Failed, que se mistura ao de Roy perfeitamente. Mirakuru Spreads / Brother Blood, retorna para o motif vilanesco de A Different Way, e continua para a ação, terminando com o motif do Irmão Sangue. Heir to the Demon, então, introduz elementos que farão parte do catálogo sonoro de Nanda Parbat na terceira temporada, no momento é só o tema de Nyssa.
Get Your Soul Back, é sobre a cara metade de Nyssa, Sara Lance, um segundo tema para ela, no piano e cordas, é tanto para ela quanto para o relacionamento dela com Oliver. This Ends Tonight, material de ação, eletrônicos e as percussões tipo palmas. Stay Away From Her é o tema para Roy e Thea, o primeiro material temático para Thea até agora... demorou, mas foi, porém é mais pro Roy do que pra Thea.
Deathstroking / Creating an Army With a Needle, como o nome diz, é focado no Exterminador, desenvolvendo o som estabelecido na primeira temporada e adicionando alguns elementos, expandindo para além de um breve som, que continua sendo usado bastante e é o principal. Own Worst Enemy é a reprise obrigatória de I Forgot Who I Was, porém essa é bem diferente da versão original, retirando a introdução e começando direto no piano, é uma versão mais calma e baixa na escala, mais lenta também, com o piano sobressaindo, a segunda metade é outro motif também da primeira temporada, Being Happy, continuando com o piano, mas com elementos eletrônicos. E os eletrônicos seguem forte em A.R.G.U.S.'s Suicide Squad, um tema bem simplista, mas que fica na cabeça, deve ser porque em 2 minutos ele repete umas 10 vezes de tão simples que é.
Os elementos do Exterminador permeiam toda Promise Kept, é uma longa faixa de tensão, as cordas gradualmente entram em cena aumentando a tensão e o desespero, as quatro notas do tema principal até tentam entrar, mas param na terceira, tudo abaixa e o som principal do Exterminador explode, as cordas tocam um novo motif de cinco notas. The Man Under the Hood continua a melancolia com outro motif do fim da primeira temporada que dá as caras oficialmente aqui, contém elementos de Join Us, mas segue um rumo diferente, com uma versão do tema principal nas cordas que levam a música de Recap do último episódio, as quatro notas nos metais, com as cordas freneticamente dirigindo a música, terminando com a percussão do tema em formato mais familiar.
Mais Merlyn? Mais Merlyn. Secret Destiny nos gracia com o retorno das cordas e as duas notas nos metais graves de Malcolm Merlyn, a segunda metade é o material de Thea, no piano, que se junta ao de Merlyn com as cordas em baixo e termina com o tema de Roy nos metais, que medley. In the Crosshairs (nome de faixa que depois de Bad Batch, me faz pensar em outra coisa), usa o tchuu eletrônico por toda a faixa, com os bongôs em certo ponto, batidas metálicas, e cordas frenéticas e termina com uma explosão de bateria e metais. Purest Heart desenvolve o motif de Thea de uma faixa atrás.
Já tivemos uma reprise da segunda parte, agora temos da primeira, The Essence of Heroism reprisa a primeira parte de Sacrifice, de uma forma mais calma só nas cordas, uma versão Own Worst Enemy de Sacrifice, se me permite. O finalzin cresce com um material similar a Time to Come Home, e termina com a percussão do tema principal. Tunnel Fight é a segunda grande faixa de ação, bombástica, os metais do time Arqueiro combatem os eletrônicos do Exterminador, é um parque de diversões com diversas brincadeiras com os sons estabelecidos.
E então temos Never Again, a maior faixa do álbum, a melhor faixa do álbum, começando com um embate já de frente entre um dos sons do Exterminador e o metal do Arqueiro, que continuam pela faixa, as cordas conectando as seções, diversas explosões do som principal do Exterminador, a batida de Damaged dá as caras no meio do caminho quebrando a ação para a tensão, uma batida crescente que leva a uma versão do motif do final de Promise Kept por baixo de uma versão pesada das quatro notas, retornando para a ação com as cordas e os metais e terminando com o eletrônico crescente e o gongo abafado. A segunda parte da faixa é a resolução, as cordas levam ao tema de Oliver em sua forma mais pronunciada até agora.
Uai, mas já? Como assim? Pois é, tem tanta música boa que não foi pro álbum (duas faixas ótimas são exclusivas da versão física do álbum, você deve a si mesmo a procurar Good and Bad Aren't So Clear), seria uma review maior que a da primeira temporada, e mesmo que eu não ache que todos os destaques estão aqui, é incrível porque tudo deste álbum também é um destaque, essa temporada não tinha música ruim, foi realmente uma evolução da primeira (que também não teve música ruim).
Tocar minhas primeiras ideias para um diretor ou produtor -- não importa o quão próximo eu seja deles ou quão confiante eu possa estar no meu trabalho -- é um pesadelo neurótico. Depois de tantos anos, todas as vezes isso ainda me acerta na jugular. Tocando a suite para o Greg, ele sorriu e simplesmente disse, “eu adorei!” Então, seguindo para uma enorme lista de problemas na produção, ele voltou para o seu escritório. Enquanto a porta se fechava, ele me deu um dos melhores elogios que um compositor pode receber: ele começou a assobiar o meu tema. (NEELY, Blake. 2013)
Ele não foi o único, Blake, ele não foi o único.
Nos vemos pra próxima Fase: Arrow S03 e Flash S01, e se você achou esse aqui grande, então é melhor já ir ouvindo, porque a trilha será longa.
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