Trilhando as Trilhas | Episódio III: Arrowverse | Fase 2 | Flash S01 & Arrow S03: O Bravo e o Destemido
Trilhando as Trilhas
Episódio III:
Arrowverse
FASE II: FLASH S01 & ARROW S03
Não faz muito tempo, trilhamos a primeira e segunda temporada de Arrow e começamos nossa jornada pelo Arrowverso, foi longa, talvez até cansativa para alguns, nesse caso, pegue uma água, faça um aquecimento, prepara aquele fone de ouvido, e pega aqueles óculos de leitura, porque hoje, meus amigues, hoje nós vamos dobrar a meta, temos os álbuns de Flash e Arrow e é claro, o primeiro crossover do universo.
2014... Um ano muito significativo para a vida de muitas pessoas, Guardiões da Galáxia e Soldado Invernal entraram em cartaz no lado branco e vermelho do mundo quadrinesco, assim como Interstelar e uma Aventura LEGO, teve copa do Brasil, o fim do Windows XP, da Grande Família e de Naruto. Dentre todos esses acontecimentos, lança Flash na CW, seguindo o personagem introduzido na segunda temporada de Arrow.
Mesmo eu tendo sido avisado por Greg, Andrew e Geoff, eu não fazia ideia como a minha vida mudaria quando Barry Allen caiu em uma cena do episódio 208 de Arrow. Não só esse personagem me mandaria em uma nova direção musical, mas ele lançaria uma nova série de TV que me conectaria com mais centenas fãs die-hard no Twitter e milhões mais pelo mundo a fora. [...] Normalmente, eu escrevo um tema para um personagem e trabalho expandindo de lá, mas eu sempre tratei Barry como 3 distintos personagens - o cientista que conhecemos, o filho "órfão" que descobrimos a respeito, e o herói que ele se tornou. Essa abordagem me levou a trilha de multi-camadas que é a música para The Flash. Junte a isso, maravilhosos vilões metahumanos, o alívio cômico que são Cisco e Caitlin, o maligno nêmesis Dr. Harrison Wells, a carga emocional de Henry, Joe e Iris, um macaco gigante chamado Grodd, e as possibilidades musicais para a trilha da série se tornam infinitas e excitantes para um compositor que cresceu lendo histórias em quadrinhos. (NEELY, Blake. 2015)
Pronto, review terminada... Não há dúvidas que é o tema e trilha mais famosos do Arrowverso, quem viu sabe o tururururu das cordas ou ao menos as duas notas nos metais ou no coro. Novamente com Nathaniel Blume, Blake entra de cabeça na série e desenvolve melodias, e é claro, sons. Vamos começar a trilha então, com uma boa e velha orquestra em The Fastest Man Alive / Always Late.
Duas notas no coro, uma batida grave crescente, um som decrescente, como se estivesse desacelerando, e um shumm que leva as cordas em um quase-riff, tocando uma ideia memorável, uma breve pausa com a batida grave ainda no fundo, e as cordas vão para um tom brincalhão antes de voltar para o quase-riff e terminando essa primeira parte com as duas notas no coral de novo. E esse meus amigues, são os elementos do tema do Flash, no fim a maior mudança são as duas notas que serão expandidas, como o de Oliver antes dele, temos um tema para as cordas no fundo, dois sons associados ao personagem, e uma melodia para os metais/coro, hum... uma fórmula familiar, não acham? Pois vamos vê-la em ação na segunda parte da faixa que é uma versão menor de Super Collider, uma ideia nos metais enquanto as cordas continuam por baixo, as duas notas agora desenvolvidas formam uma melodia definida e o shumm fecha essa parte levando para a variação do tema do cientista introduzido em Arrow.
Best Friends Since Childhood é a ideia relacionada ao relacionamente não atendido entre Barry e Iris, só aparece aqui no álbum, mas é utilizado pela 1ª temporada, ela começa com o tema para os metais, mas nas cordas, a ideia em si é para o piano e harpa. E então, material de vilões, Metahumans é um compilado de temas para alguns vilões da temporada, o primeiro sendo para o do piloto, com sons eletrônicos relacionados a tempestades, com algumas notas repetidas para as cordas e metais, o segundo e o terceiro são intercambiáveis, uma ideia nas cordas que foi usado para dois vilões diferentes, o que diferencia é a flauta distorcida que é para o Flautista, e o último é para o Mago do Tempo, que pra mim é só uma sirene de alerta de tempestade com uma batida contagiante. Blake diz que gosta de descobrir as coisas junto com a audiência, ele se arrepende um pouco porque ele criou um tema para Harrison Wells, e ele está compilado aqui em Dr. Wells Has Secrets, para sopro, como o tema do Barry cientista, e piano/harpa, com tons nos metais graves de mistério, elementos eletrônicos como o som desacelerando da primeira faixa, mas destorcidos aparecem no fim da faixa, levando a um crescente na percussão e o coro entrando com força.
Nathaniel Blume inicia I Have to Try, com aquela batida da primeira faixa, e o piano tocando um novo motif, é o motif do STAR Labs/Cisco, os metais são acrescentados ao mix, tocando o motif de forma mais pronunciada, as cordas juntas com a batida crescem e crescem até explodir no shumm e continuar com os metais ainda no motif, as cordas então tomam conta e outro tema é introduzido, no piloto é relacionado ao mistério do assassinato da mãe de Barry, no futuro será a base do tema do Flash Reverso. As duas notas nos metais separam a primeira da segunda parte da faixa, as cordas no quase-riff, os metais ajudando a aumentar a tensão, o shumm e o eletrônico desacelerando em uma nova forma (chamarei de eletrônico em ondas), por cima da batida e o retorno do proto-tema do Flash Reverso, o coro aumenta enquanto Barry ouve um discurso motivacional e boom, o tema dos metais e o das cordas juntos, epicamente, juntamente com o coro, o shumm brota rapidamente também, uh que maravilha! As coisas se acalmam e o tema do Barry órfão é introduzido nas cordas, mas não se preocupe, ele é desenvolvido em Proud of You, de início o piano toca o tema dos metais, de forma muito emocional, os metais então entram com o tema do Barry órfão que concluí no piano, a orquestra cresce para tocar pela última vez (por enquanto) o tema completo do Flash.
Se você achava que as introduções acabaram, errou feio, errou rude. A Lot Happened That Night planta a base para o tema do Nuclear nas cordas e no piano, tanto o ritmo quanto a melodia. E eu vou te falar, as vezes dá pra ler/ouvir/ver o entusiasmo do trabalho de uma pessoa, eu consigo ouvir isso de Blake para o tema de dois personagens, o do Nuclear e o de Ray Palmer que falaremos daqui a pouco (ambos curiosamente foram para Legends). Mad Skills é uma versão Flash do tema do cientista, com uma junção dos dois elementos, em Arrow eu disse que as cordas já estavam lá, porém aqui elas estão muito mais pronunciadas em um arranjo parecido com o tema do Flash e até com o eletrônico desacelerando. Eddie and Iris, como já devem supor, é o motif para o casal, uma ideia simples para piano/harpa, com o sopro no final. O piano continua em Birth of the Flash, desenvolvendo uma ideia, com as cordas crescendo ao fundo, os metais tocam uma variação da melodia do tema do Flash e as cordas se juntam com o quase-riff e também com o eletrônico em ondas e desacelerando, até o shumm.
Voltamos ao primeiro episódio em Things You Can't Outrun, onde o proto-tema-do-flash-reverso é mais desenvolvido, e temos mais uma vez na orquestra de verdade o tema do Flash. Captain Cold é o ótimo tema para o Capitão Frio, talvez não se lembrem, mas Wentworth Miller ainda não havia dado aquele sotaque nessa primeira aparição, mesmo assim, o tema tem aquela sensação de lentamente congelada nas cordas agudas, mas também dá o senso de perigo real e imediato com a batida calculista e os metais sombrios, esse tema não poderia ser de mais ninguém. A segunda metade é a batalha entre os temas que continua em Going Rogue, mas All Struck By That Lightning, separa as duas faixas no álbum, é boa... uma faixa focada no coro e aquela vibe mais angelical do tema...
Mas vamos direto pra Going Rogue mesmo, as cordas freneticamente no mesmo tom que os metais do tema do Capitão Frio, que estão por cima, até que o shumm sobe a escala das cordas e traz o tema do Flash, os metais sombrios retornam, mas as cordas continuam no tom do Flash, que bombasticamente domina o final da faixa com o tema completo. No Time continua a animação, com o motif militaresco sendo introduzido aqui depois da breve citação do motif do STAR Labs, a segunda parte da faixa cresce em profusão para outra épica versão completa do tema do Flash. Grodd Lives é material de suspense, cresce pela pequena faixa, até chegar ao motif de 4 notas e duas notas repetidas nos metais. Impossible Thing é o desenvolvimento de uma ideia no piano, com elementos do tema do Flash colocados no meio do caminho, não tenho certeza se tem ligação direta com Barry e Iris, levando em consideração outras aparições... pode ser só um motif para conversas sinceras, é muito bonito e casa muito bem com as conversas bem escritas da 1ª temporada.
Supersonic é o I Forgot Who I Was de Flash... o que quero dizer com isso? Era usada pelo menos uma vez em cada temporada, na primeira foi usada 4 vezes se não me engano, e a faixa reúne 3 delas, é um motif para as cordas, surpreendente, eu sei. Eu disse que no futuro aquela base do mistério do assassinato da mãe de Barry iria ser usado como o tema do Flash Reverso, pois o futuro chegou em Catch Me If You Can, eletrônicos, não muito diferentes de como são usados no tema do Exterminador (estou começando a achar que Neely gosta de usar eletrônicos para quem ele chama de nêmesis), o famigerado barulho de helicóptero, as cordas começam uma melodia ao fundo, e um staccato (único termo musicalmente correto que conheço) nas cordas, o contraponto ao quase-riff (que eu sei que não é um riff, mas eu não sei o nome, me ajudem), aumentando gradualmente até a percussão aparecer e as cordas ficarem ameaçadoras com a variação da melodia principal, que brota logo depois de uma breve calma, onde o material do Flash pode aparecer, a melodia principal é nas cordas com 6 notas nos metais, que é uma variação do tema do Flash para os metais e é mais usado quando os dois estão em conflito direto, com uma batida na guitarra.
A base de A Lot Happened That Night, também é desenvolvida agora, em duas faixas, com outra interrompendo, de novo. Martin Stein And Firestorm foca na primeira metade do Nuclear, com o tema do personagem distorcido por eletrônicos, no piano o tema de Martin Stein é tocado, é muito pouco tocado apesar do personagem ter durado um bocado e eu acho isso um crime, a distorção eletrônica acontece com o tema de Stein e o shumm leva a faixa para a ação. Fate of My Dad desenvolve um pouco mais o tema do órfão e outra ideia, juntamente com a melodia do tema do Flash. Bem legal, mas porque colocá-la entre Martin Stein And Firestorm e The Nuclear Man? Uma faixa muito emocional, o tema do Nuclear em sua forma completa, deprimente no início, esperançoso no final, adeus aos eletrônicos, agora as cordas e os metais tocam a melodia livremente com o piano, AH É LINDA DEMAIS! E indo para o oposto disso, Dead to Me, completamente desesperançosa, cordas e coro desenvolvem a ideia, o som de helicóptero sinaliza o porquê da desesperança.
Reveal to Iris / Running Back in Time, quem sabe, sabe. Não mintam, vocês também ficaram doidos com esse episódio, e não poderia haver música melhor pra essa cena... Uma batida rápida como com tempo esgotando, a melodia do tema do Barry nas cordas com uma nova ideia nos metais, o coro crescendo, a batida junto, o retorno de Supersonic, já indicando que vamos ver algo irado e as duas notas da melodia pra fechar essa seção, o eletrônico em ondas conecta as seções, o shumm leva para as cordas e o tema do Mago do Tempo (a quanto tempo) intercala, até chegar ao ápice, eletrônicos invadem o fim da faixa. As coisas acalmam em He's A Hero, com a melodia nos metais e outra ideia para piano, pacífica, pensativa, a batida do tema entra com as cordas.
Sabia que, existiu uma série dos anos 90 do Flash? Sabia que o tema era por Danny Elfman? Sabia que Shirley Walker trabalhou na trilha dos episódios? Você não sabe quem é Shirley Walker?...
Pois Shirley Walker é a responsável pela trilha da série animada do Batman, e por moldar a música do DCAU (Séries Animadas dos anos 90/00 como: Batman, Super-Homem, Batman do Futuro, Liga da Justiça/Sem Limites, Super Choque) esqueça o tema do Elfman, abrace o tema de Walker... Enfim, lá naquela série no Flash dos anos 90, Mark Hamill interpretou o Trapaceiro (a dublagem na época não traduziu o nome, o que me deu um nervoso que nem o jogo do Homem-Aranha de PS4), e Walker criou dois temas para o personagem, e olha só, a responsável pela criação musical do primeiro universo compartilhado da DC (o DCAU) foi citada por Neely, o responsável pela criação musical do segundo universo compartilhado da DC (Arrowver... eu preciso dizer?). É que nem poesia, rima (LUCAS, George. 1997)
A primeira parte inteira é o tema do novo Trapaceiro, filho do original, no fim da faixa que temos a citação. PARA TUDO, eu vou entrar em outra tangente minha gente, chegamos em Called Some Friends to Help! 4 minutos de puro service, e a primeira faixa crossover que falaremos aqui, vamos lá. O eletrônico e as cordas do Flash Reverso iniciam a faixa, entrando na festa, por cima, o tema do Nuclear nos metais, e aí... e aí... O ELETRÔNICO CRESCENTE JUNTINHO COM O TCHUUU SEGUIDO DAS QUATRO NOTAS DE OLIVER QUEEN. As cordas desistem do tema do Flash Reverso e agora estão full Flash, os metais também, e a percussão entra crescendo até o gongo abafado seguido do shumm termina a primeira seção, AHH! Ok, Flash vs Arrow começa a segunda seção, o eletrônico crescente transita ela para as cordas do Flash Reverso, o tema do Nuclear tenta fazer alguma (enquanto o Nuclear não faz nada de útil) nos metais, mas as cordas do Reverso continuam, com os metais na melodia staccato, e o tchuuu interrompe com a percussão do tema do Oliver, as coisas vão para o Flash brevemente, mas o eletrônico crescente traz de volta com a batida eletrônica e o gongo abafado, as cordas do Reverso e o som de helicóptero retornam depois de uma breve parada e o shumm para elas antes que fiquem confortáveis demais com o tema do Flash, o tema do Nuclear pra fechar a parte da ação, e quando o som de helicóptero ameaça voltar o eletrônico crescente... cresce por cima dele, com direito a gongo abafado. A faixa encerra com o que parece ser um medley de diversas notas dos três personagens, ou só uma ideia para o time.
Bem, isso foi revigorante, veja bem, eu só trilhei a trilha, mas parecia que eu tava descrevendo a cena, não é demais?! Pra isso que temas existem, pra esse tipo de coisa, você pode ouvir a faixa e saber o que está acontecendo sem nem precisar assistir nada! Enfim, vamos ao fim do álbum principal. Second Chance, pode ser definida em uma palavra: choro. Uma nova ideia, usando o coro do tema do Flash e o piano mais associado ao tema do órfão, com o eletrônico em ondas ao fundo, as cordas solam por um momento, com o coro e o piano se juntando gradualmente com o tema do Flash. Closing the Whormhole chuta a tristeza pro lado (realmente, a faixa começa sem início), The Man in the Yeallow Suit (final de Catch Me If You Can) mais uma vez aqui com algumas variações, e Dead to Me também, brevemente, e a segunda metade desenvolve o motif da singularidade, coro, harpa, percussão, metais, todos aumentando a tensão, até o coro dominar com um pouco de esperança, as cordas e os metais se juntam para o tema do Flash, fechando a temporada epicamente com um shumm.
Primeira temporada de Flash... Uau, o que foi isso. Realmente parece que Neely e Blume se divertiram compondo para a série, não só eles criaram um catálogo sonoro imenso, como houve muita inovação para o universo, chega ao problema de terem criado demais, e acabou gerando uma falta pro futuro, mas o futuro está relativamente distante ainda.
Como já trilhamos demais, vou deixar as faixas bônus da mídia física, exatamente desse jeito, um bônus. Vamos para Arrow então. Há uma tremenda diferença entre a segunda temporada e a terceira, alguns dizem que foi aqui que as coisas começaram a dar errado, e realmente, é muito drama para 23 episódios. Como antes, a terceira temporada tem um som próprio, os elementos de Heir to the Demon agora estão por toda parte e o tom é mais sombrio, mesmo assim temos umas faixas muito divertidas.
A terceira temporada começou explosiva: Uma enorme cena de ação com nosso herói e suas contrapartes derrubando um novo vilão. O inesperado assassinato de uma de nossas personagens mais amadas, a Canário, levou a série a uma nova direção e deixou preparado o terreno para o que seria uma sombria e com reviravoltas jornada emocional, cheia de corpos, surpresas, parcerias, novos heróis e um dos meus personagens favoritos para compôr - o ótimo Ra's al Guhl. (NEELY, Blake. 2015)
É isso mesmo Blake, Team Arrow Takedown é explosiva, começando com a corda de arco e o gongo abafado como de costume, mas com um twist, é uma faixa de ação, e as quatro notas em staccato nas cordas, seguidas das mesmas notas nos metais, eletrônicos e cordas ligam as seções, outra menção das quatro notas com as percussões e staccato, e então o tema de Roy/Arsenal nos metais, as percussões tipo palmas levam a "nova" intro, igual a da temporada passada exceto pelo duduk no final. Mean Streets Of Hong Kong é outra faixa de ação, com elementos asiáticos, e muita percussão. Sara Silenced, traz um novo tema para o catálogo, relacionado a morte de Sara e seu mistério, bem parecido, se não for uma variação do fim de Promise Kept, para o piano com o duduk aparecendo esporadicamente, sendo introduzido na trilha de fato agora. Searching the Monastery / Merlyn is Back, utiliza diversos sons do Arqueiro, o tchuuu, o gongo abafado, e os eletrônicos, com uma batida estilo relógio por baixo, com as duas notas de Merlyn nos metais e o tema nas cordas ao fim da faixa, terminado com o eletrônico crescente.
E continuamos com Merlyn em Like Father, Like Daughter, o duduk retorna junto com sinos até que as cordas vêm com o tema de Merlyn, seguido das percussões tipo palmas. Até agora os novos instrumentos/elementos então sendo introduzidos um a um. O piano de Sara Silenced começa Laurel Takes On A Dangerous Game, e as cordas e percussões seguem até ficar só a croda de arco, a variação de Laurel do tema da Canário no mesmo instrumento de sopro conecta as seções, que é mais calma, nas cordas e na corda de arco, o piano retorna com o tema de Oliver e o instrumento de sopro continua com notas do tema da Canário. É o tema de Ra's Al Guhl, percussão e as palmas, 3 notas nas cordas e nos sinos com o duduk por cima, See It, Remember é continua com os sinos, desenvolvendo uma ideia, instrumentos de sopro provenientes da Ásia enchem a atmosfera da faixa, o tema de Oliver nas cordas no fundo.
As coisas tão lentas? Pois vem A Threat With Incentive com eletrônicos e percussão para animar um pouco as coisas, opa, pera aí... é outra faixa do Merlyn, e o tema dele nas cordas invade da metade pro final, os metais por cima tocando uma nova ideia. Algumas faixas ficam com você, The Climb é uma delas, o piano desenvolve um novo motif que permeia o episódio e é recorrente na temporada, até chegar ao ápice com as cordas e a percussão de Ra's Al Guhl interromper, um silêncio tenso domina uma parte da faixa, até o tema de Oliver tentar se erguer nos metais e percussão mas é outra vez interrompido antes de chegar a 4ª nota... Sherri Chung então chega chegando sem avisar com sua voz maravilhosa cantando um motif de 3 notas, e terminando cantando o tema de Oliver. E assim eu me apaixono.
[...] meu momento favorito da temporada aconteceu no topo de uma montanha em Nanda Parbat. Foi abrasivo, intenso, emocionante e mudou para sempre a direção da série. Também marcou a introdução de um novo membro para nosso elenco musical, com os assombrosamente belos vocais de Sherri Chung. (NEELY, Blake. 2015)
Os vocais não são a única coisa bela... Enfim, ela continua em Merlyn Brings News, com o tema novamente cantado, é uma faixa de atmosfera, ao final as cordas, similares a de Loss and Regrets e A Way Off the Island, tocam uma ideia que será revisitada em Another Fallen Queen. Team Continues Without Oliver prossegue com a vibe no piano até ir para a ação, as percussões e metais voltadas mais para o material do Arsenal, com uma citação de seu tema mais para o final. E mergulhamos rapidamente na tristeza novamente em A Father Mourns, parece mais uma faixa de Flash que de Arrow, lembra muito Impossible Thing, uma versão mais deprimente dela, mas lembra. Taking on Brick... Olha eu nem lembrava que o personagem estava em Arrow... mas eu lembro muito pouco da 3ª de Arrow... não é o tema do personagem, se for, vai deixar de ser na próxima temporada, um ritmo bacana nas percussões e eletrônicos, abrindo espaço para Oliver Returns / Thea Learns His Secret, que já entra direto no tchuuu, com o tema nas cordas repetidamente, as duas notas de Merlyn nos metais, e olha só, o cravo retorna, fazia muito tempo. Os metais com as quatro notas por cima e a percussão dando o peso, a corda de arco com o som dos inícios de temporada e todos juntos tocam o tema de uma forma que não ouvimos desde a última seção da Suite, é isso aí, o tema principal em toda sua glória. O cravo continua na segunda seção ainda com o tema, e o piano com a corda de arco, então uma versão alternativa de Join Us termina a faixa.
E é por aqui que eu diria, começou a queda de Arrow. O drama da Felicity. Sem muita noção. Freia o momentum da série. É chato. Pra esses dramas, Someone You Love, parece uma versão reversa da primeira parte de The Climb, mas a essa altura eu posso simplesmente estar achando que tudo parece com outra coisa. Laurel Fights Her Demons, com os metais das Canários, e o retorno do material de The Count, igual mas diferente, um novo Vertigo, ainda no mesmo som, mas utilizado de forma diferente, olha que inteligente. Os álbuns definitivamente não são os melhores lugares pra querer absorver os temas de outros personagens, nessa faixa temos uma breve aparição do tema variante da Laurel Canário, é a segunda no álbum, a variação da Sara teve somente uma aparição no álbum da temporada passada, apesar de estar por toda a temporada. Já estava com saudade de música para dramas, pois How Do You Lie To Me está aqui para satisfazê-lo. Novamente... parece uma faixa de Flash... uma versão melancólica de Best Friends Since Childhood, que já era meio melancólica.
Lembra que eu falei que conseguia ouvir o entusiasmo de Neely em dois temas, o pro Nuclear e o de Ray Palmer, pois aqui estamos. Sons parecidos com o de motor (pra mim são, ok) iniciam Atom Flies, e o tema surge nos metais, 16 notas, divididas em duas, as mais utilizada são as 8 primeiras. As cordas ditam o ritmo, e a percussão dando o peso ao tema nos metais, chegando a lembrar o do Superman em certo ponto quando chega a umas notas altas, provavelmente por causa de Brandon Routh. A segunda parte da faixa tem o ritmo do tema nas cordas enquanto as 4 notas de Oliver tocam por cima nos metais, e a corda de arco com o eletrônico crescente, essa parte vem de Palmer Battles Queen. Forgive Us / Goodbye to Roy, utiliza atmosfera ao fundo, com o cravo, piano, cordas, metais e eletrônicos para desenvolver uma ideia emocionante, o tema de Roy nas cordas de uma maneira incomum, o piano com o tema de Oliver seguido pelos metais termina a faixa.
São três parágrafos sem nada Nanda Parbat até agora, pois vamos mudar isso. Felicity Pleads With Ra's retorna ao tema dele com um pouco de A Father Mourns misturado ali, o duduk se juntando as cordas, dando mais melancolia a já melancólica faixa, pra fechar o tema de Oliver no piano e nos metais. O piano continua em Convince Him (AKA Olicity Sex, sem zoeira), olha, esse tema existe desde o fim da segunda temporada, mas só agora que é oficialmente lançado, o tema de Oliver e Felicity, 6 notas no piano, e essas notas se tornam uma melodia nas cordas, e Sherri Chung se junta a festa com o vocal solo (em uma cena de sexo, vocais ficam meio...), é um ótimo tema que esse relacionamento não merece, e o primeiro tema de amor fixo do Arrowverse até agora. Vamos ver, é a 5ª faixa com tema de Merlyn, Escape Through the Catacombs, e a rendição mais bombástica do tema até agora, cordas agressivamente tocando o tema com uma percussão ao fundo, as duas notas nos metais por mais tempo que o normal, mas é pelo tempo certo antes de se tornar muito repetitivo, a segunda parte da faixa é suspense.
Eletrônicos e a corda de arco iniciam a faixa de ação Fighting His Own / Need a New Life, e como toda boa faixa de ação não temática, não sei o que dizer a respeito, uma coisa, porém, que é legal notar, é ouvir uma faixa de ação não temática (um Vigilante Justice) da 1ª temporada e ouvir essa para notar toda a evolução sonora que a série teve. Storming The Castle é temática, começa silenciosa, somente com o som da Katana (a espada dela não aprisiona a alma de suas vítimas) e ela cresce rapidamente para... um coro? Pois é, agora temos um coral, dizendo nada com coisa nenhuma, as cordas e percussões assumem enquanto o coro não canta, e temos mais uma vez o tema de Palmer, seguido pelo de Katana, que acalma e toca uma variação de A Father Mourns, fechando com o tema de Oliver, com a versão do tema inicial, nas cordas, o duduk e o cravo continuam na vibe da Suite, terminando com o tema inicial!
Uma das melhores faixas do álbum, Black Wedding, iniciando pelas cordas e Sherri Chung com o tema de Ra's, se desenvolvendo para outra ideia, ainda nas cordas e no solo, o duduk se junta a elas e o gongo abafado acaba com o momentum, a faixa se ajeita com as percussões, e todos os elementos se juntam mais uma vez e terminam com o tema principal cantado. O coro retorna em To The Death / They Will Kneel, as cordas e percussões na mesma veia de Storming the Castle, o duduk mais incorporado. Não é uma Never Again, pra falar a verdade, a ação mesmo acaba relativamente cedo e nada acontece nas outras seções. E chegamos ao fim em To a Better Place, um mash up entre a percussão do tema principal e o tema de Olicity nos metais e nas cordas.
É... como a temporada, a trilha não é a das mais emocionantes, os altos são bem altos (alguns nem estão no álbum), e não tem lá baixos como tem... mehs, o que é pior do que baixos ao meu ver. Neely e Blume obviamente fizeram o melhor que eles podiam com o que foi oferecido, é só olhar para Flash e como a trilha de lá é inspirada, até The Climb (Episódio 9) as coisas estavam fluindo tanto para Flash quanto para Arrow... Hum, o crossover é no episódio 8, se tudo ia bem para as duas séries, há de se imaginar que o crossover também foi inspirado. É isso mesmo, tá na hora do crossover.
Sempre soubemos que haveria um crossover entre The Flash e Arrow, então eu desenvolvi a trilha para ter um som próprio (para Flash), mas um que complementaria e trabalharia bem com o som do outro. Isso foi muito divertido de trabalhar nos episódios crossover que nós imediatamente lançamos um álbum só com a música. (NEELY, Blake. 2015)
Como Blake disse, esse foi o primeiro álbum com o tema do Flash lançado oficialmente... Isso quer dizer que foi a única forma de ouvir o tema por um ano, mais ou menos, então pra minha mente que só tinha visto Flash até o momento (assisti Arrow só no fim da 1ª de Flash), esse álbum foi muito doido reouvir. Quando se trata de crossovers, o Arrowverse é rei das trilhas, o MCU sonha em ter essa continuidade musical e diversão com união de temas, Neely e Blume já marcaram o nível de qualidade aqui e agora.
E a primeira coisa que ouvimos são as duas notas do tema do Flash no piano (a nostalgia me invade), os elementos sonoros seguem e levam para o motif do vilão Rainbow Raider, batidas e sons eletrônicos repetidos, o quase-riff nas cordas invade rapidamente (ha), o motif do RR entra novamente mas os metais com o tema do Flash interrompem outra vez... e então, o tchuuu com os metais com as quatro notas de Oliver, a percussão (e cordas) do tema com o eletrônico crescente, que se metamoforzeia no tema dos metais do Flash, terminando com o shumm e a percussão do Oliver. Don't Get Involved é uma breve faixa solo com o tema do Flash, as duas notas e o quase-riff nas cordas e o eletrônico desacelerando.
E retornamos ao material de crossover em Team Arrow in Central City, com uma misturebinha com os dois temas logo de início e o gongo abafado seguido do shumm/eletrônico desacelerando, uma reprise de The Scientist, com as cordas mais Flash e as quatro notas de Oliver no metal seguindo. A segunda seção, são os elementos sonoros de Flash com os metais de Arrow, terminando com a batida eletrônica lá de Search for Salvation. A batida de Fastest Man Alive com duas notas do Oliver levando as duas do Flash nos metais já começam Training Barry, as cordas pegam o ritmo do tema de Oliver mas numa vibe mais Flash na metade da faixa, e os metais fazem o reverso, tocando o tema do Flash no tom e vibe de Arrow, enquanto as cordas se dividem entre ritmo de Olive e quase-riff do Flash, que cresce ao ponto de dominar até o eletrônico crescente virar o jogo com o staccato de Oliver junto com a percussão.
Lembram de Doctor Wells Has Secrets? Pois What's Up Doc pega aquela vibe e usa o tema de Oliver no piano por cima, a segunda seção da faixa é o tema do Flash encontrando o motif do RR. Então entramos nos conflitos, o primeiro é o verbal em Barry Gets Whammied, alguns elementos do motif do RR continuam aqui, a corda de arco toca algo bem parecido com a ideia de A Way Off the Island, o gongo abafado introduz o coro do Flash ao mix, as cordas na vibe Flash e os metais na vibe Oliver. O shumm liga as duas metades, onde o motif do RR entra forte misturado com as cordas do Flash. O eletrônico em ondas com as batidas do motif do RR iniciam o conflito físico, The Flash vs Arrow, as cordas com uma versão sinistra do tema do Flash, e quando as batidas do motif do RR ficam fortes o tchuuu interrompe com o gongo abafado, o quase-riff do Flash com batidas eletrônicas de Arrow em uma escala maior brevemente, a batida continua o tema de Oliver nos metais transitando para o tema do Flash ainda nos metais, que ficam mais agudos com o quase-riff nas cordas. As batidas do motif do RR retornam depois do eletrônico crescente, e por cima as quatro de notas de Oliver nos metais, a batida cresce e a batalha de temas realmente começa com as cordas no Flash e os metais no Oliver, e agora a ideia juntando os elementos de ambos personagens (reutilizada em Called Some Friends to Help), com direito a reprise de He's a Hero pra terminar.
As coisas continuam calmas em S.T.A.R. Labs Thanks Oliver, com uma união mais sutil dos elementos, é uma faixa muito mais Arrow. E como a primeira aparição do Nuclear foi no crossover, seu tema foi introduzido em Firestorm Appears. Não foi engano eu ter referenciado duas faixas da 1ª temporada quando falava do som do lado Arqueiro do crossover, essas faixas não tem o som pesado e dramático da 3ª temporada, e realmente me lembram das músicas das duas primeiras, não sei se é um entusiasmo tangível que também conseguia sentir lá, ou só que o som delas combinava mais com Flash, só sei que eu amo.
Porém, veja bem, temos o episódio de Arrow do crossover, e a primeira faixa, Looking for Boomerang, é uma reprise de Searching the Monastery, só termina diferente, com o shumm no fim da intro. Like a Kid in a Candy Store é a versão mais completa até agora do motif do STAR Labs/Cisco, é um tema muito divertido. Mas a diversão ainda nem começou, temos agora Boomerang in ARGUS, alguns sons familiares (me lembram os da ilha na 2ª temporada), relacionados no episódio ao Bumerangue, as percussões e os metais tocam algumas notas do tema do Oliver antes de retornar ao material do Bumerangue, com a percussão ligando aos eletrônicos e staccato de Oliver e o shumm corta para o quase-riff do Flash, as cordas levam a percussão e o eletrônico crescente entra em cena, o material do Bumerangue dominando pela faixa toda, até que o eletrônico em ondas e as duas notas do Flash entram epicamente, continuando com o quase-riff e terminando com o tema de Oliver nos metais.
Uma ideia de 3 notas no piano inicia Teaming Up, a batida militar menos os tambores militares de No Time, retorna aqui, com uma menção de The Scientist no meio do caminho, também uma breve mesclagem nos metais com as notas de Oliver se tornando as notas do Flash. Torture Tatics começa sombria (e realista), com sons familiares, parece que o tema do Vertigo pode começar a qualquer momento, mas ao invés disso temos o tema de Flash, as cordas e os metais, em uma vibe Arrow, o que segue parece ser Barry Gets Whammied, mas sem a corda de arco...
Então a batida de Searching the Monastery retorna aqui em Hope for Saving People Like Us, com as cordas continuando a mesma melodia da faixa anterior, até com o tema de Flash na mesma vibe Arrow... Ok, pelo menos termina com um mash legal do tema do Flash com elementos sonoros de Oliver. Lembram de The Man Under the Hood? Eu também, adoro, pois aqui ela está em Light Inside of You, dando um pouco de serenidade nessa que mergulhou toda a animação do crossover na amargura da 3ª temporada... e o material do Bumerangue retorna na segunda seção da faixa, brevemente as cordas do Flash dominam até serem transformadas pelo gongo abafado no staccato de Oliver.
Disarming the Bombs começa com uma reprise de Going Rogue.,, sem os metais graves do Capitão Frio, ainda bem, percussão do Bumerangue volta, mas é interrompida pela percussão nos metais de Oliver, o shumm leva as coisas de volta para o Flash, com uma menção completa de seu tema, terminando com a percussão, staccato e tema nos metais de Oliver. Gift Exchange é o STAR Labs Thanks Oliver do episódio, se aquela era mais focada no material de Arrow... Essa foca ainda mais, não tenho certeza se o piano é pra referenciar o Oliver ou o Barry, já que ambos usam o instrumento.
Agora para a melhor faixa desse lado do crossover, The Brave and the Bold, o gongo abafado já nos dá o ar da graça, junto com a corda de arco, uma ideia contagiante nas batidas eletrônicas, o tema de Oliver esperançoso nos metais, já estou sorrindo, mas ainda não acabou o coro de Flash entra e o shumm leva a mais animação com as cordas no tema do Flash, e o tchuuu com o gongo abafado introduzindo a percussão/staccato do Oliver por cima das cordas que continuam no Flash, então os metais com o tema do Oliver adicionam mais uma camada, terminando com as duas notas do Flash nos metais com o staccato do Oliver nas cordas iniciando o eletrônico crescente que se transforma no shumm! Era disso que eu precisava! O álbum nos agracia com duas faixas bônus dos episódios que precedem, uma é The Climb, que já falamos e a outra é The Man in the Yeallow Suit, que deu as caras numa versão abreviada em Catch Me If You Can, voltando direto pra aquele entusiasmo de Flash, introduzindo o som de helicóptero e definindo o motif do mistério do assassinato como o tema do Reverso, desenvolvendo o tema do embate de Flashs.
Acho que o crossover define exatamente meus sentimentos sobre ambas as temporadas, uma é cheia de empolgação e originalidade, a outra fica em uma mesmice, um drama e tom sombrio que realmente não colabora, mas com algumas jóias no meio, e o que foram aquelas repetições... aparentemente as coisas não estavam tão inspiradas pra Arrow quanto eu pensava,,, é aqui que começa o grande problema, mas isso é assunto pra próxima parte.
Temos Arrow, Flash, Supergirl e Legends... provavelmente irei fazer duplas, depende do tamanho, a única que realmente há algo pra introduzir é Legends. Seja como for, espero não ter te cansado muito nessa nossa trilha, e te ter feito desistir de se juntar a nós, lembrem-se, vocês escolheram esse caos! Até daqui a pouco, e cuidado não vá segurar uma corrente no meio de uma tempestade envolto por químicos.
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