As Aventuras do Jovem Indiana Jones | Reviews do Volume III

 AS AVENTURAS DO JOVEM INDIANA JONES
VOLUME III


Shh, shh, shh... Tá ouvindo isso? São os ventos... da mudança. Não cometerei a gafe de previr o quanto vou escrever dessa vez. Os Anos de Mudança, é um período de transição no mundo e na vida do nosso velho... digo, jovem protagonista, esse volume pode não ter a ação do volume anterior, é mais parecido com o ritmo do volume I, mas com a dinâmica dos personagens do volume II, será interessante.


Acho que interromper a linda paisagem com uma explosão foi uma tentativa de comédia... Só me deixou triste. O que me fez rir foi o disfarce absurdo que Indy usou para se comunicar com os desertores alemães, e absurdo foi o que não faltou nessa primeira parte do episódio.

A vergonha alheia (ou "cringe", se você for) de todas as tentativas de Indy de conquistar a paixão nº 5, a mais inconsequente delas, Giulietta, que atua bem melhor quando está falando em sua própria língua (não é a primeira vez que acontece), as coisas ficam realmente divertidas quando Ernest Hemingway, aparição histórica do episódio, entra na disputa, a partir daí não consegui parar de rir. O mundo caindo enquanto os dois estão focados neles mesmos é hilário e uma cena muito bem feita.

Em outro caso de Indy agindo como idiota, meteu a chantagem emocional com a garota, estranhamente (felizmente), o Indy da segunda parte parece muito mais o dos filmes do que qualquer outro episódio até agora, sério, inteligente e charmoso, o pseudo-romance com Edith Wharton é estranho pra cacete? Definitivamente, mas eles conseguiram fazer ficar natural... E não sei como me sentir a respeito disso. Seria hipocrisia minha ter um problema com Indy tendo algo com alguém mais velha quando um dos meus episódios favoritos é o da Mata Hari... E ele tá a um mês de fazer 19.

O povo local não quer invasores em suas terras? Mas que ideia mais absurda! É, não tem muito o que fazer contra a história. a África nunca consegue um sossego, mesmo assim, o mistério das armas foi muito bem feito, e a versão séria de Indiana conseguiu fazer seu trabalho direito, quem diria! A luta de espadas que leva a uma sacada me fez supor que o cara ia cair na água, hilariamente mórbido. A discussão entre as duas figuras históricas da segunda parte, a já mecionada Wharton e Lowell Thomas, que irá divulgar o pobre do Lawerence pro mundo, (para a tristeza dele, como Indy lembrou, e que foi discutido no episódio passado) sobre a ética entre romance/jornalismo, como Lowell acha que pode tratar ficção e realidade do mesmo jeito, me escapa, é um idiota.

A real pergunta é... Seria Wharton o interesse amoroso nº6? Seria Giulietta a nº5? Ambas não levaram a nada basicamente, Wharton e Indy tiveram as falas mais estranhas que já ouvi, invejando o pai? Invejando a filha? 😬 Eu vi Smallville senhora, se a pessoa tem 18 pode-se tudo, não precisa vir com esse papo estranho justificando pedofilia, é a segunda vez que alguém nessa série vem com esse papo, pelo menos a Mata Hari não tentou justificar nada.

Tivemos uma recapitulação de alguns interesses amorosos, e ele fala de Giulietta como se fosse a meses... mas foi literalmente ontem. Eu não sei se esse Indy sério/maduro da segunda parte vai continuar no decorrer da série, acho que vamos descobrir no próximo episódio. Sax, pois é, preste atenção nesse fato recém-descoberto, é uma semente que irá ser importante no futuro.


Minha máscara do mal é não saber encerrar o episódio anterior e então postar as duas reviews ao mesmo tempo, 😀😀😀😀!

E parece que Indy está compensando o tempo sem interesses amorosos, porque temos uma terceira seguida aqui, Molly. E diferente das outras, ela tem um impacto na vida de Indy, o final de suas escapadas no serviço de inteligência, mas estou me adiantando. Fico feliz em dizer que o Indy sério e bom no trabalho não foi uma loucura aleatória, se mantém aqui, e deveria já que o enredo é sobre um agente duplo, e aqui pela primeira vez, Indy escolhe o amigo errado para confiar.

As duas figuras históricas dessa primeira parte são Halide Edib e Mustafa Kemal. Pesquisar por Edib foi interessante... Especialmente pelo jeito que ela é retratada no episódio, aparentemente é historicamente correto, porém as aparências enganam pois ela foi responsável pela assimilação forçada de crianças órfãs por conta do genocídio Armênio, a fim de "torná-las turcas", é... eu não sei exatamente o que Molly fazia naquele orfanato, mas talvez ela não fosse tão inocente assim. Já Kemal, quem o enredo gira em torno, foi um revolucionário que levou a instalação da República na Turquia, yay.

E Molly, morreu. Em uma conspiração não muito sutil sobre quem era o agente duplo (o cara fica com a carta, e ao invés de queimar, fica olhando pra ela... ora bolas), mas muito bem feita com diversas partes móveis e motivos plausíveis para desconfiança e tentativas de assassinato, minha única dúvida foi o fato de ninguém ter desconfiado do próprio Indy. Mas toda essa situação fez com que ele percebesse o óbvio, que o serviço de inteligência é tão focado em seus próprios interesses quanto os generais liderando o front, não existe uma organização realmente lutando para acabar com a guerra, todo mundo tá usando como desculpa pra tentar pegar o que quer. "Explicando" o porque do homem não ter lutado por nenhuma organização na segunda guerra.

Já a segunda parte, bem ela começa normal, um episódio qualquer e do meio pro final se torna Indy vs Drácula... Quase. Veja bem, toda a vibe me lembrou Missão: Impossível, principalmente na exposição dos integrantes do time, o duelo de conhecimento entre Indy e Waters foi divertida (Vicky, saudades) e me fez gostar dele imediatamente... pra sobrarem só os cambitos dele. Maria não teve muito foco, mas ela causou uma boa impressão, não gosto da implicação do pseudo-Drácula tê-la colocado na cama, mas gostei do lançamento da faca nas costas dele. E os outros coitados... camisas vermelhas (terminei Star Trek).

É loucura que Indy seja tão cético nos filmes depois de ter lutado com o pseudo-Drácula? Assim, negação é uma coisa poderosa, porém aqui ele parece acreditar bastante em cartas. Ele viu gente levando tiro e levantando? Viu. Um corpo entrando em combustão na rua e criando um espectro no céu? Viu. Uma mulher sendo possuída do nada? Viu. Seja lá o que foram aqueles raios? Viu. Mas novamente, a negação é poderosa. No fim, parece que Georgezinho se arrependeu de não ter feito um filme do Drácula e inseriu isso no meio da série, mentira, no fim dela pois esse foi o último episódio exibido da série... Que jeito de acabar.

Aparentemente, essa segunda parte é a mais errada historicamente, a estória do episódio não requer isso também, já a música, dessa vez por Curt Sobel, foi intensamente utilizada nos níveis da Última Cruzada no jogo de Lego. Eu posso até relevar o fato dele ainda ser cético, mas continuar confiando nas pessoas erradas depois que a noiva dele foi morta por uma? Sei não. Nesse episódio temos a confirmação de que Indy está com 19 anos, esse episódio se passa em Setembro de 1918 e a Guerra termina em Novembro, então aqui nos despedimos da Guerra e seguimos rumo ao desconhecido.


Esse é um episódio interessante...  é uma prequência direta de O Templo da Perdição, e é a primeira de duas partes terminando Os Anos de Guerra e fios do Vol. I, além de ser um filme para TV e ainda sim tendo duas partes bem distintas, a primeira tentando ao máximo ser um filme do Indiana Jones e a segunda um clássico episódio dessa série.

Como Remy e Indy se encontraram de novo? Não faço ideia, mas é bom vê-lo de novo, uma última vez. Faltando uns 30 minutos pro fim da guerra e o povo ainda lutando... pra que? O que vão ganhar no último minuto? É uma idiotice mesmo. Mas foi nossa última visita ao front porque oficialmente os combates acabaram, e assim retornamos para Londres e fiquei meio confuso por ele não ter tentado saber da Vicky, mas pode ter sido o baque...

Miseráveis, mataram a senhora Seymour!!! Confesso que me emocionei, e coitada, pai e filho não vão fazer as pazes tão cedo, com a cabeça mais pra lá do que pra cá, Indy aceita ir em busca do diamante do início de O Templo da Perdição, e em diversos pontos da jornada ele é lembrado do seu querer de estudar arqueologia, ele reencontra Howard Carter lá do primeiro episódio, reconta alguns acontecimentos que não vimos na série, e no fim por conta da nova perspectiva dada por Bronislaw Malinowski.

Nós temos mais uma moça, mas não vou contar ela como interesse amoroso não, ela é um conto de aviso, ganância e obsessão não são uma boa combinação, são duas coisas que cegam, e coitada Lily foi morta por essa visão de túnel, ela tinha os motivos dela e poderia ter sobrevivido, porém não sei como ela iria reagir a pedra que estava dentro da caixa... Os nativos nunca ouviram tanto barulho quanto naquela semana. Os nativos, assim que apareceram fiquei preocupado, mas me surpreendi e Indy não aceitando a comida é um contraste legal com a atitude dele em TdP.

Eu posso confirmar se as tribos foram bem representadas? Não, então não vou discutir isso e sim as surpresas. Nenhuma das duas foram representadas como erradas e selvagens, muito pelo contrário, eles dormirem com os crânios dos que morreram (isso que entendi), o tratamento do menino morto (teve muita morte nesse episódio, desde da Seymour até o garotinho) e o não prolongamento do conflito entre tribos, é mais civilizado do que a Guerra Mundial que acabaram de sair. Nem Remy, nem Indy salvaram a tribo de algo, tanto eles quanto Malinowski só observam e aprendem.

Devo dizer, que a minha parte favorita desse episódio foi a segunda, não me leve a mal, eu gostei do episódio no todo, e a ação da primeira parte foi divertida, o retorno dos mapas (tantos mapas) me aqueceu o coração, Remy batendo nos piratas com o tacador de disco foi hilário, a reviravolta de Lily e da cantora (que claramente estava sendo dublada e foi outra referência a TdP) foi bem feita, mas não sei, tem algo sobre parar e descobrir novas civilizações, audaciosamente indo... Eita, série errada. Meu ponto é que, eu acho que essa série brilha quando o negócio fica mais cabeça, é TV afinal.

A escavação em Jerusalém quando jovem ia ser um episódio da terceira temporada, mas a série foi cancelada antes, nesse episódio ele iria conhecer Abner Ravenwood procurando pela Arca da Aliança. Apesar de terminar o episódio com ele dizendo "vou para casa", o próximo episódio começa com ele em Paris, na Conferência de Paz... Desvio interessante Indy. O Indy maduro continua e acho que agora é pra valer mesmo, vai ser interessante vê-lo de volta em casa desse jeito. A trilha do episódio foi composta por Steven Bramson dessa vez, e eu ouvi a quase-citação do tema da Arca, não pensa que não íamos notar.

Eu já li que o fim desse episódio mina o desenvolvimento de Indy em O Templo da Perdição, por conta que ele já aprendeu aqui que "Fortuna e Glória" não são o foco... Mas ele aprendeu isso mesmo aqui? Eu acho que não, ele só viu que ele adiou algo que queria por algo que ele não precisava. Agora, puro headcanon daqui em diante, Remy faz Indy prometer a ele que vai achar o diamante em uma última carta antes de morrer, o que trás diversas lembranças e leva ele até o início daquele filme, ele então começa a ter a ganância que a busca por um diamante proporciona, como no fim de A Última Cruzada com o Cálice, mas no fim, além de se lembrar dos ensinos de Krishnamurti, ele entende o que Malinowski estava querendo ensinar, bum, desenvolvimento de personagem.

Agora, isso foi interessante, uma coda para ambos os Volumes anteriores. Recheado de figuras históricas, e uma vibe extremamente deprimente.

T. E. Lawrence, Gerturde Bell, Arnold Toynbee, Lloyd George, Georges Clemenceau, Woodrow Wilson, Feisal e Ho Chi Minh... 8 figuras históricas na mesma parte, infelizmente não posso confirmar nem negar a veracidade de tais eventos descritos no episódio sema aprovação de um historiador. Porém, levando em consideração que o mostrado é inteiramente fiel (duvido muito), é uma baita de uma sacanagem. Ei, eu já sabia que o Tratado de Versalhes era uma sacanagem com os alemães, mas que a guerra do Vietnã teve "início" na conferência de paz e a repartição da Arábia são muitas sacanagens pro meu gosto. Wilson ser o simpático idealista... tenho minhas dúvidas sobre a veracidade dessa caracterização.

Os primeiros episódios do Volume anterior exemplificou diversas vezes a divisão e desumanização entre os comandantes na pompa e os soldados no campo, então jogar toda a culpa da "maneira desumana que a guerra foi lutada" em cima dos alemães é muito paia. E com as conversas entre Indy e Lawrence, essa parte demonstra o desenvolvimento que os dois passaram, com Indy recitando a fala de Lawrence que foi repetida já algumas vezes desde de "Spring Break Adventures", e ele não reconhecendo que a tinha escrito. Outra referência aquele episódio foi o discurso marcante do camponês e como o que ele disse agora estava acontecendo em uma escala global.

Terminar essa primeira parte com o a frase de Lawrence (ótima frase, muito relevante) e depois uma criança esperando outra guerra contra os alemães é um soco no estômago, e você pode achar que estou exagerando, mas esse tipo de coisa me afeta mesmo. Mencionei na review passada que o desvio de Princeton para Paris foi algo estranho, porém o episódio dá uma razão tanto para ele fugir de Princeton quanto para ele ir embora de Paris, acho que Indy e Jim Kirk tem a mesma aversão a diplomatas agora. E no barco para casa, ele encontra o interesse amoroso nº... 8? 6? Não importa, ela se chama Amy Wharton, e exemplificando o crescimento desse jovem, o relacionamento é saudável!

Não só funfa por um tempo, mesmo a distância (e na época a distância era 100% sentida), como tudo termina maravilhosamente bem, Indy não a pede em casamento, não surta, não some, ela não morre, os dois entendem que não daria certo, e se despedem, que lindo. E falando em ele ir embora, Nancy brota de novo, com um filho... do valentão do colégio... É como se a Lorraine tivesse casado com o Biff conscientemente... Bem, espero que ele tenha mudado, ela não merece isso. Curiosamente, ela também parece bem de boa com o fato dele estar de volta, porque ele meio que só foi embora sem terminar as coisas, mas já fazem 3 anos.

As duas figuras históricas dessa parte são Paul Robeson e Robert Goddard. É estranho que Goddard fale sobre a ida a lua e o novo filme do Indiana ser no ano da aterrisagem da lua? Esse episódio vai ser referenciado? Sim e não, duvido muito que sequer teremos uma menção dessa séria, infelizmente. Não vou bem comentar sobre o tópico do racismo e como a série abordou o tema, porque teremos mais nos próximos episódios, então vou deixar pra discutir sobre mais tarde.

Henry Jones Sr.... O temido encontro. E acho que a recepção foi a pior possível, todo o tratamento na verdade, e quando os dois estavam chegando a algum lugar... ele revela que vai pra Chicago. Agora, é fácil apontar o dedo pro Henry e meter que ele é um insensível, mas, com ajuda de minha mãe (faz tempo que não falo dela aqui), vi as coisas de outra forma. Em defesa de Henry Sr.: Caham Veja bem, com nosso conhecimento prévio do comportamento de Henry pré-morte de Anna, e as revelações feitas em A Última Cruzada, é possível identificar o que realmente se passa na cabeça do homem.

O homem já era meio avoado, quase perdeu a mulher e nem sabia, aí, Anna esconde que ficou doente e só conta quando foi tarde demais, o que quer dizer que foi meio repentino, o homem então se joga nos estudos do Graal (o cálice. não o restaurante) e fica meio seco, o filho então vai embora sem comunicar, manda uma carta dizendo que está em uma revolução e depois dizendo que vai pra guerra e não recebe mais nenhuma, só lendo as notícias da Guerra. 3 anos depois, sem notícias, sua tutora também morre e o filho simplesmente aparece. Agora, se com a morte da esposa, ele já ficou mais seco, a morte do filho o deixaria como? E 3 anos depois, sem notícias, há de se supor que morreu, o interessante é que já vimos como Henry reagiria a morte do filho em A Última Cruzada, e não a nada que impeça dele ter reagido da mesma forma quando supôs que o filho morreu, e em AUC Henry age como se nada tivesse acontecido quando Indy brota do lado dele, e o mesmo ocorre aqui, bum.

Se Indy tivesse avisado antes, como Amy tinha dito, talvez a despedida não acabasse sendo um retrocesso, porém o cânone impede. Mas eles tiveram aquele segundo abraço, e na mesma cena que mencionei acima, em AUC, os dois se abraçam pela terceira vez, um abraço para cada período da vida (e ator). E o tema da família ein, que saudade dele, e tá por todo canto nesse episódio, bateu aqui no meu coração. Também foi ótimo rever a Anna, mesmo em foto, essa segunda parte foi a coda para Indy criança que a primeira foi para Os Anos de Guerra, e os próximos 3 episódios são realmente bem diferentes de tudo que vimos até agora, vamos ver.

Você gosta de jazz? Aparentemente, Indiana Jones é fascinado por Jazz, e Harrison Ford retorna como Indy para nos contar esse fascínio. O homem realmente ama o papel, não é possível.

Agora, esse episódio também teve diversos figuras históricas e alguns atores históricos também, Jeffrey Wright faz um excelente trabalho como Sidney Bechet e Nicholas Turturro como um jovem Al Capone, além dos diversas figuras do jazz temos o retorno de Ernest Hemingway e o colega de quarto Eliot Ness, em uma versão extremamente irritante.

A primeira parte do episódio é uma versão melhorada de La La Land, Indy recebe um tour pelo mundo do Jazz e aprende a tocar o sax introduzido uns episódios atrás (o mesmo de Hemingway, curiosamente), além de prestar atenção nas questões raciais da época, principalmente no almoço na casa de Goldie Williams, onde ele descobre a disparidade do tratamento dos veteranos pretos. Ele passa pelo menos um mês treinando o Brilha, Brilha Estrelinha até entender realmente o Jazz, e foi só com a ajuda de Sid, eu poderia ver 1h e 30min deles tocando.

Porém, um assassinato ocorre e o episódio vira uma investigação, que era meio óbvia, com a aparição surpresa de Al Capone, mas foi uma maneira de fazer Ness parecer menos incompetente, Indy continuando a ser inteligente e uma cena de ação muito bem feita. Ambas as partes fazem conexão com as experiências dele na guerra e é bom saber que elas continuarão a ter um efeito na vida dele.

Não há realmente muito a se discutir com esse episódio, a cara de bobo que o Indy fazia na companhia da banda era ótima, animação pura. A exemplificação da América racista dos anos 20 foi bem feita, se não leve em comparação ao que realmente acontecia na época, e a não resolução do caso ser uma história de origem para tanto Hemingway como Ness foi uma escolha interessante. Não é um episódio ruim, de forma nenhuma, achei a primeira parte mais forte que a segunda e é sempre bom ver Ford com o chapéu.

O ano é 1950, 12 anos depois de A Última Cruzada, 7 anos antes de o Reino da Caveira de Cristal... Acho que Indy foi pra Tatooine nesse meio tempo. Joel McNeely retorna e traz com ele o tema do Indiana Jones para o início e o final, devo dizer, em um arranjo curioso. A barba de Ford, que provavelmente foi a aparência que Battlefront 2 se baseou para seu Han Solo barbado, é por conta das filmagens de O Fugitivo. Faltam dois episódios agora, eu lembro pouquíssimo deles, sei que eles são bem aleatórios... Vai ser uma viajem.

Estamos na reta final dessa nossa jornada, esse sendo o penúltimo episódio da série. E que episódio, de verdade, eu terminei de assistir sem saber o que pensar, é o único com a mesma história do início ao fim, e que história.

Agora, finalmente minha contagem dos interesses amorosos vai ser útil, por algum motivo boa parte delas está nesse Volume, do nada o homem virou um mulherengo. São elas, os interesses amorosos nº 9, 10 e 11 (ou 7, 8 e 9, dependendo): Margaret "Peggy" Peabody, a inocente sonhadora, querendo ir para a Broadway cantar; Kate Rivers, a poetisa e escritora, o relacionamento mais saudável das 3; E Gloria Schuyler... rica. Eu pesquisei, e parece que nenhuma delas realmente existiu.

É o seguinte, o Indy foi um idiota, começou de forma interessante, ele encontrou a Peggy no trem e já tavam se beijando no final... tá, aí ele não conseguiu entrar na casa que ia ficar e ficou aparentemente só conversando a noite toda com Kate, então não teve nada ali, então ele achou que não ia encontrar mais a Peggy e ficou com a Kate, tudo bem, mas aí ele ficou com a Schuyler... já em um relacionamento com Kate, e a partir daí vai tudo pros ares. Porém, acabou que no final... elas se saíram bem dessa situação péssima, Peggy ficou famosa, o pai da Schuyler financiou um sucesso, e a Kate... bem eu não sei exatamente o que ela saiu ganhando, talvez o poema dela faça sucesso, ou só ver um bom show da Broadway foi o ganho.

Ah, o show aconteceu mesmo, ele é real, assim como George Gershwin, George White, Ann Pennington, Alexander Woollcott, Edna Ferber, Franklin Adams, Robert Sherwood, Robert Benchley, Beatrice e George Kaufman com as aparições dos já conhecidos Ernest Hemingway (como o cara do shh) e Sidney Bechet. Acho que isso faz esse episódio o mais recheado de figuras históricas. O interessante porém, é que nenhuma dessas figuras chama atenção para si mesma, não é um momento histórico, e sim um dia comum na vida delas que Indy acaba passando alguns minutos com, Gershwin como cúmplice da maracutaia de Indy.

Mas a questão é, valeu a pena esticar esse enredo por 1h e 30min? Bem, eu tava começando a me perguntar isso, quando começaram os problemas de sabotagem (então, tipo, no final do episódio), que deram uma vida ao episódio em uma sequência extremamente divertida. Porém, minha reação ao fim do episódio vem do enredo principal, porque é uma situação complicada, dava pra ver que Indy não tava conseguindo gerenciar desde do início, e as caras que ele fazia dava a entender que ele percebeu que tava errado, ao mesmo tempo ele começou a envolver todas na vida dele permanentemente, se ele terminasse com Kate, ele ficaria sem casa, com Peggy, ela ia ficar devastada e não ia conseguir cantar direito (imagino eu), e com Schuyler... não teria show, que também prejudicaria Peggy, então no fim, terminou da melhor forma, como as três saíram do banheiro relativamente calmas, não pareciam irritadas, elas se entenderam lá dentro e foram pro ataque coordenado que foi só humilhação mesmo, mas ao mesmo tempo imagino que elas não tenham ficado 100% de boa, então ele ainda causou algum estrago, mesmo que elas tenham se dado bem no esquema maior.

Viu, difícil, moralmente tá errado, mas no fim, deu certo? Ah... Indy aprendeu algo aqui e é isso que importa. Por mim, ele devia ter ficado com a Kate até a faculdade voltar... mas aí a Peggy não teria conseguido sem ele... e o show não aconteceria se ele não tivesse com a Schuyler... AAAAAAARGH!

Esse é o segundo aniversário de Indy que vimos na série, o primeiro foi lá na Rússia, o homem agora tem 21 anos e já fez mais que eu em meus 22 anos jamais farei na vida toda, mas pelo menos minha cara nunca foi parar em um bolo, ha! O efeitozin de cortina safado que encerra o episódio definitivamente é um dos jeitos de terminar. É curioso que Indy não tenha um tipo de interesse amoroso, acho que o tipo é ser bonita. Semana que vem é nosso último episódio, e aí entramos nos filmes, fica difícil de acreditar que já se foram 22 semanas, fiquem alertas que acho que a pré-venda pra Relíquia do Destino começa nessa segunda.

Eu li uma review, a um tempo atrás, que eu não poderia dizer melhor: "A série termina com Indy filmando o tipo de filme que inspirou o personagem".
Escrevo estas palavras com pesar em meu coração... Não só porque a série acabou, mas porque eles regrediram o Indy! É o interesse amoroso 12 (ou 10) e ele age como se fosse o 4º! Me irritou. Foi divertido no início, vê-lo do outro lado na moeda e ser o caso da garota, e eu achei que, quando ela mencionou esse fato, o drama acabaria ali, mas nãããão, ele pede pra ela terminar com o cara e ir com ele pra Chicago, ah por favor!

Com essa parte fora do caminho, Hollywood. O episódio está cheio de figuras históricas, as proeminentes são John Ford, Wyatt Earp, Irving Thalberg, Erich von Stroheim e Carl Laemmle, Claire Lieberman (o interesse amoroso) não existe, infelizmente, mas há uma mulher creditada no filme e drama real Esposas Ingênuas, obviamente Indy não estava lá, mas toda a história de tentarem colocar von Stroheim sob controle e ele fazendo as coisas do jeito dele parecem ter sido verdade, no fim, o estúdio picotou o filme pra estréia.

É estranho que Indy seja a personificação de "interferência do estúdio" nesse episódio, mais estranho ainda é que deveríamos torcer por ele? Apesar do desfecho na vida real, no episódio o estúdio perde e von Stroheim continua com seu filme, então não sei ao certo. Apesar do romance sem noção impregnar a segunda parte do episódio, toda a excursão com John Ford é hilária por conta da quantidade de desavenças e a precariedade com os pobres dubles.

Indy fazendo o truque que inspirou a cena em Os Caçadores da Arca Perdida ao som do tema de Rosenthal que não ouvíamos a eras é realmente lindo de se ver e terminar a série com "vou ficar com a arqueologia, é mais seguro" e com ele seguindo ao sol é um ótimo jeito de terminar a série, ele definitvamente não é o Indy que veremos em O Templo da Perdição, mas ele está no caminho.

Muitos desses episódio eram para a terceira temporada da série que já haviam sido filmados, e aí quando ela foi cancelada, editaram para o VHS e DVDs, alguns dos episódio não produzidos iriam conectar aos filmes diretamente, como Indy pequeno conhecendo Abner e o jovem conhecendo Belloq (com um episódio na Bahia!). Honestamente, tem um ator para o Indy de 9/10 um para o de 13/14 (Última Cruzada) e outro para 16-21... Só estou dizendo, é fácil fácil continuarem essa série com um novo ator para 22-30, ao mesmo tempo, dúvido que teria esse mesmo valor de produção feito hoje em dia... usariam o Volume, e não seria a mesma coisa.

22 semanas passaram muito rápido, eu estou imensamente feliz que pude apresentar a série para vocês e, com ela talvez vindo para o Disney+ (descobriremos e avisaremos dia 31) vocês possam indicar para algumas pessoas também. Para os filmes!

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