Honra, Diversão e Fantasia entre Rebeldes | Review que Ninguém Pediu


Chega aí, precisamos conversar sobre DUNGEONS & DRAGONS:

Com o título de Honra entre Rebeldes, o filme estreou aqui no Brasil no dia 13 de Abril e o hype pra esse filme estava bem baixo e, sinceramente, um filme de um rpg de mesa não é inicialmente atrativo pro público geral. Fui assistir despretensiosamente na estreia e... QUE FILME INCRÍVEL!

Obviamente não fui esperando um filme que redefinisse o gênero de fantasia tal qual  Senhor dos Anéis, mas logo no início o filme me surpreendeu muito!

Antes de começar minha análise empolgada, vamos fazer a parte formal:

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é uma adaptação do RPG de tabuleiro conhecido como D&D. O RPG é o mais famoso entre os fãs de jogos de tabuleiros e tem uma mitologia gigantesca desde os anos 70. Teve inclusive uma adaptação animada nos anos 80, que aqui no Brasil conhecemos como Caverna do Dragão.

Caverna do Dragão (1983)

Ao invés de fazer o óbvio e inserir um personagem do "mundo real" no mundo fictício de D&D, o filme se propõe a simplesmente apresentar o mundo do jogo pra um público que nunca jogou.

Na história nós conhecemos Edgin Darvis (interpretado por Chris Pine), um pai solteiro que vive a vida como um ladrão depois da morte de sua esposa. Quando o filme começa, o protagonista já está preso, e a gente vai descobrindo sua história conforme ele vai contando (com uma narração bem divertida e descontraída, como a atmosfera de todo o filme).

Edgin Darvis (Chris Pine)

O elenco principal do filme conta com personagens que representam diferentes "classes" do universo do RPG. Além de Edgin, que é um bardo, temos Holga (Michelle Rodriguez), que é uma bárbara, Simon (Justice Smith), um mago (um bem meia boca, com direito a arco de desenvolvimento clichê, mas com final satisfatório), Doric (Sophia Lillis), que sendo uma druida tem os poderes mais legais do time, e Xenk (Regé-Jean Paul), o paladino.

Xenk, Holga, Edgin, Doric e Simon

Todos os personagens tem seu papel individual na história e seus próprios arcos, mesmo que pequenos. A única que tem um papel intrínseca ao protagonista é Holga, mas só porque a trama desenvolve os dois como uma família (o famoso conceito de found family, bem popular na mídia atualmente).

Holga e Edgin criam uma forte ligação fraternal durante a trama.

Um ponto que chama muita atenção no filme são os designs de figurino, que não tem medo nenhum de se mostrarem desenhados por um amante de RPG. Aliás, não só o figurino, os visuais de todo o filme entregam bem a atmosfera do mundo de fantasia, apesar de não ser nada estonteante ou que se destaque entre outros filmes do gênero.

Agora, falando da primeira coisa que me chamou atenção: MAQUIAGEM. A maioria das raças mitológicas foram feitas por efeitos práticos (só as maiores que obviamente foram feitas, e bem, por CGI, mas vou chegar lá). Logo no início do filme somos bombardeados com meia dúzia de personagens, todos completamente diferentes um do outro, ridiculamente detalhados que com certeza renderam horas de trabalho pra equipe.

Os efeitos visuais são bem surpreendentes, principalmente nos poderes da druida, que pode virar qualquer tipo de animal, inclusive os seres mitológicos desse mundo. 

Doric como um Urso Coruja

Não prestei muita atenção na trilha, o que geralmente só acontece quando ela não se destaca no filme, mas o álbum já tá disponível nas plataformas digitais, então talvez eu reassista ao filme e faça uma análise sobre, se valer a pena

Mas no quesito adaptação, esse filme se destaca em relação às últimas duas produções inspiradas em Dungeons & Dragons. 'Caverna do Dragão', que é um clássico, é pioneiro no conceito "gente do mundo real presa em um mundo fictício", e funciona, mas é muito mais divertido mergulhar de cabeça em no mundo de D&D (até porque fantasia e principalmente RPG são escapismos). E eu nem preciso falar o porque de Honra Entre Rebeldes ser uma versão melhor de D&D que Stranger Things, né? E AINDA TEM AQUELE FILME ESQUECIDO DOS ANOS 2000!

Dungeons & Dragons (2000)

Voltando pra Caverna do Dragão, o fãs marmanjos vão ficar bem felizes com algumas referências à série no filme.

Com uma direção padrão de filme de sessão da tarde, acredito que seja exatamente a isso que o filme se propõe. Uma diversão curta pra família, seja no cinema ou na sala de casa em um fim de semana, e sinceramente, faltam filmes assim ultimamente. Ou pelo menos, falta o público lembrar que nem todo filme precisa ser uma obra de diversas camadas.

Eu realmente espero que o filme ganhe algumas sequências, e caso ganhe, que melhore cada aspecto que deu certo nesse primeiro, sem perder essa essência de filme bobo despretensioso pra se assistir num fim de tarde.


Veredito: ★★★ ½

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