Indiana Jones, a Relíquia dos Anos 80 | Review Que Ninguém Pediu

 

Não se preocupe, essa é a review SEM SPOILERS, a com spoilers está localizada aqui, se quiser uma review com todos os detalhes e continuando a linkar com O Jovem Indiana Jones, pega a linha vermelha em um mapa mais próximo e segue pra lá.

Foram 15 anos e umas 5 tentativas, mas finalmente a sequência e última aventura de Indiana Jones está entre nós e, se você acompanhou a maratona semanal na nossa página (ou as review desse quem vos fala) esse é o momento a que estávamos esperando. Dessa vez dirigido por James Mangold, o filme segue Indiana Jones (Harrison Ford) a beira da aposentadoria, quando sua afilhada Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) o arrasta para a aventura novamente, atrás da Relíquia do Destino: A anticítera de Arquimedes.

Phoebe Waller-Bridge como Helena e a anticítera.

E vamos logo falar de Phoebe Waller-Bridge. Não, Helena não veio substituir Indiana Jones, porém ela é a razão da trama acontecer e a protagonista da história, principal-mente no segundo ato, onde ela toma proeminência. A personagem é um reflexo de Indy em alguma maneiras, mas muito diferente dele, a dinâmica dos dois é boa e sustenta boa parte do filme.

E apesar de não ser uma peça tão ativa na história, Harrison Ford continua impecável, entregando um Indy velho, mas que ainda tem gás, o personagem aqui tem seus momentos de soco soco bate bate mas ele não é mais o homem de ação, ao invés disso ele resolve os problemas e é a principal causa de desenvolvimento para Helena e de toda trama, sendo o ponto que liga todos os participantes.

Indiana e o Short Round de Helena, Teddy.

O principal antagonista, Voller, interpretado por Mads Mikkelsen, sendo um desses participantes, introduzido no prólogo junto com o pai de Helena e a Relíquia. Não dá pra falar muito sem spoilers, mas digamos que eu me senti mal por sentir pena dele, porque, sabe... ele é nazista, mas certeza que só me senti assim por conta da atuação de Mads no fim do filme.

Dá pra notar uma falta de Steven Spielberg, que dirigiu os 4 filmes anteriores da franquia, principalmente no prólogo e nas cenas de ação, eu não acho que quebra o filme, mas é um dinamismo que o faria se movimentar melhor. Também aparente, é a rejuvenização no prólogo. Ford é um ator muito expressivo nesse papel e alguma coisa se perdeu no processo de rejuvenescimento digital. O CGI no resto do filme é ótimo e não há nenhum momento que distraia.

O Indiana Jones de 45 anos do prólogo.

Ao invés de piadas a respeito da idade de Indy, o filme só o trata como ele está... velho. Apesar do filme não ir tão a fundo nessa questão, um tema que ocorre é sobre propósito, e aceitação do presente, com um Indy deprimido e um vilão inconformado com a derrota de Hitler. O final emocionante da história me faz chegar a conclusão de que esse, então, é provavelmente o Toy Story 4 da franquia, mais que O Reino da Caveira de Cristal, com controvérsia e tudo.

O que me leva a pensar para quem esse filme foi feito, exatamente. Na minha sessão (segunda a noite), havia muitos adultos e idosos, mas poucos jovens. Quando aparecia uma cena de Indy se comportando como idoso, saíam algumas risadas, minha mãe mesmo riu um bocado com o filme e gostou bastante, dava pra ver que ela só estava feliz em poder ver um novo filme do Indiana Jones. Tendo isso em mente e que essa é uma franquia que não é famosa entre boa parte dos jovens, acho que esse filme é para os fãs, os que o acompanharam quando eram crianças e agora podem ver seu herói crescer com eles, ter os mesmos problemas que eles e terminar o filme com esperança, só por isso eu acho que justifica a existência desse filme.

Não são os anos, é a quilometragem.

A música também é reminiscente de Toy Story 4, pois reusa diversos momentos dos filmes anteriores, e muito bem. O Maestro John Williams continua o mesmo e ele também cria muito material original: temas originais para Helena, a Relíquia e o vilão Voller, se for o último trabalho dele nos filmes, terá sido uma ótima coda para uma carreira de tirar o fôlego.

Mas enfim, será esse um filme para você ir ao cinema de imediato? Se você não for um fã de Indy, não será esse o filme que irá te fazer se apaixonar, então aconselharia esperar para ver em casa. Caso seja um fã, recomendo ir sim, tirar suas próprias conclusões, ver Harrison Ford brilhar no papel e ouvir a trilha de John Williams, talvez pela última vez.

VEREDITO: ★★★½

Indiana e Helena procurando a anticítera.

- Gabriel Bezerra

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