Trilhando as Trilhas | Episódio III: Arrowverse | Fase 3 | Legends S01 & Supergirl S01: Expandindo os Horizontes

Trilhando as Trilhas

Episódio III:
Arrowverse

FASE III: LEGENDS S01 & SUPERGIRL S01


E aqui estamos, a segunda parte da terceira fase do arrowverso do terceiro episódio de trilhando as trilhas... Confuso? Eu também fiquei na primeira temporada de Legends of Tomorrow, o hype era real, e o que aconteceu foi... bem, podia ser pior.

Quando disseram pra mim que lançariam a suprema série spin-off de super-heróis, eu fiquei nervoso. Já trabalhando em Arrow, Flash e Supergirl, uma quarta série deste tamanho era um tanto assustador. Eu percebi que muitos dos personagens já trariam temas pré-existentes com eles: Capitão Frio, Onda Térmica, Canário, Elektron, Nuclear, Gavião Negro e Mulher-Gavião. Mas o desafio então se tornou como juntar todos em um único super-time. A chave foi o líder, Rip Hunter, um personagem rico em emoção, história, profundidade e confiança. Eu abordei o grupo como "piratas do tempo" com um capitão que aparentemente sabia de tudo e sem medo. A série seria mais leve, mais rock-&-roll, as vezes até um circo. Eu nunca sonhei que também seria tão emocional, alucinante, e divertida. Nosso grupo de desajeitados iria ferrar a linha do tempo tanto quanto eles consertariam, e semana após semana eu teria a oportunidade de compor para um dos meus vilões preferidos que eu tive o prazer de ser dado: Vandal Savage. (Sem nêmesis dessa vez Blake?) [NEELY, Blake. 2016]

Como sempre, parece que Blake sempre sai feliz das temporadas, porém, como pode ver ali na capa, o time todo trabalhou na série, é um esforço de equipe, e que fez Blake se organizar melhor para a próxima Fase (a melhor fase). Então vamos lá, vocês me ouvem reclamar um bocado aqui da seleção dos álbuns, pois bem, esse é um que não deixou de fora muita coisa não, até porque a temporada só tem 16 episódios.

Avisei sobre o tema de Vandal, e ele que abre a temporada, em uma nova orquestração, a percussão ainda lá, mas ao invés das cordas, os metais tocam as notas do pizzicato lentamente, com o coro acompanhando nas vogais, depois os metais trocam pelo staccato e os eletrônicos, as cordas solam por um momento e o metal grave junto com eletrônicos crescem. A segunda parte da faixa introduz o motif dos Mestres do Tempo, 12 notas nos metais, de forma solene seguido do tema das Lendas, apresentado no crossover, com um novo arranjo e orquestração, 6 notas bases repetidas nas cordas, com a melodia principal nos metais, a percussão entra e acrescenta o coro com a melodia e troca as cordas com o que parece ser uma harpa ainda com as 6 notas base, o tema cresce e cresce até culminar no ápice com a percussão. E You Are Legends introduz o tema de Rip Hunter, 7 notas em metais graves, o coro retorna aqui juntamente com uma mescla dos eletrônicos da série (que apelidarei de temporais), e apresentando a ideia usada na primeira temporada para a missão, nos mesmos metais de Rip, que compartilha notas com o dos mestres do tempo, o eletrônico temporal jato d'água (sabe, quando você ouve um jato d'água lavado um copo, é, me lembra isso, é equivalente ao tchuu) leva para o tema principal.


As introduções não acabaram, Boarding the Waverider / Back in Time, nos introduz a dois, o primeiro, 10 notas nos metais, é o tema da própria Waverider, compartilhando as primeiras notas com o tema de Rip, e o segundo é o de viagem da primeira temporada, 5 notas agudas variando, as cordas com 5 notas rápidas, a bateria de batida em batida ficando mais evidente, agora as cordas vão para 8 notas a percussão em evidência e os metais entram, a bagaça tá crescendo e animando, solo de bateria, e do nada uma guitarra e todos os instrumentos anteriores se juntam em algo épico. The Lie abaixa as emoções para o oposto do espectro, os eletrônicos ambiente da seção do tema dos metres do tempo na primeira faixa retornam, assim como os temporais, e desenvolve um motif ligado a Rip e a missão. Nuclear Missile Sale, é o tipo de faixa que faz a 1ª de Legends valer a pena, começando com os eletrs. de Vandal, as cordas crescem e o coro também, a variação crescente das cordas base (motif Lendas em ação) leva a um intervalo repetido das cordas e sons metálicos e o primeiro tema resgatado é, "surpreendentemente", do Ray, juntamente com o eletr. jato d'água, por cima do motif Lendas em ação, os metais interrompem com o tema principal, junto da guitarra de Back in Time, os metais transitam para o tema da Mulher-Gavião, com um novo arranjo, por baixo a batida e as cordas base do tema, o eletr. jato d'água traz de volta o tema de Ray, os eletrs. temporais crescem e o tema do Nuclear nesses eletrs. soa junto com a percussão, e a variação do motif das Lendas em ação cresce nos eletrs. e percussões, o coro se une para a intro da série, ufa... top demais.


Os elementos de Rip retornam em Destinies, uma nova ideia, começando na harpa e indo para piano, com um sopro ocasional, e coro entrando na meiuca, é semelhante a The Lie e You Are Legends. Atom Goes Inside Kendra, não é o que o título te faz pensar, é "surpreendentemente" o tema de Ray, quase sem variação, somente no final quando a melodia do tema das Lendas toca nos metais por cima das cordas de Ray. Leonard Goes Home também resgata um tema, o do Capitão Frio, aquelas cordas lentamente frias iniciam a faixa, seguida do material do pai dele lá de Family of Rogues, nas cordas dessa vez, e pra terminar, o tema completo. Time Masters Offer a Deal retorna àqueles eletrs. dos Mestres do Tempo (The Lie, London 2166), com o que parece ser uma variação sinistra em metais e coro do tema deles, a faixa desenrola para a ideia em The Lie, terminando com o eletr. jato d'água. 


Há uma severa falta do tema de Sara Lance nesse álbum... Até agora. Russian Problems abre com instrumentos típicamente russos e aí as palmas entram e os eletrônicos tocam o tema da Canário (Sara), os eletrs. continuam em ondas e o tema das Lendas nos metais e as cordas levam as palmas e eletrs. até as cordas retornarem e tudo misturar com o tema nos metais, a segunda parte da faixa é mais calma, com um pequeno motif para coro. Broken Oath for Love retorna ao material de Rip, um pouco menos pra baixo dessa vez, mas ainda tenso, o tema de Rip dá as caras brevemente no piano. Rory Betrays, Snart Handles Him, começa com a junção do material de Snart e do até então não lançado oficialmente de Rory, 4 notas mergulhadas em eletrônicos distorcidos, o resto da faixa é um novo motif para essa fase do relacionamento dos dois, 9 notas divididas em 3 seções, com as cordas frias de Snart e os eletrônicos de Rory por baixo.


E eletrs. já explodem Things Get Batty / Left Behind, um motif para o Chronos. Logo após, as coisas se acalmam e o tema do Nuclear toca no piano, e Chronos retorna, o tema das Lendas com o tema dele por cima, uma variação das cordas, também em harpa termina a faixa. They're Not Coming Back é uma calma (e baixa) faixa, onde "surpreendentemente" o tema de Ray tem uma menção, dessa vez com uma variação lenta tanto para metais quanto para cordas. Rescuing Sara from Nanda Parbat utiliza o outro tema de Sara, o da Sede de Sangue, o eletr. temporal entra em cena, mas o coro e duduk os afastam, os elementos do tema entram um de cada vez até o tema da Mulher-Gavião nos metais, as cordas e batidas da Sede de Sangue ressurgem e o coro agora vai para Mulher-Gavião/Lendas, mais uma mençãos nos metais da MG e as cordas da SdS terminam a faixa.


O tema de Vandal não pode ficar melhor que em Tale of Oedipus Rex / The Hunters Are Coming, iniciando com piano e cordas e os sempre presentes eletrs. temporais, indo para território obscuro quando os eletr. de Vandal surgem com o pizzicato, o staccato se unindo rapidamente, o coro e as vogais e as cordas acompanhando com uma percussão diferente entram na cena, a percussão normal cresce, e o coro vai cantado, a perc. diferente ainda lá com o pizzicato, a perc. normal dá um peso, e todos esse elementos terminam com o tema das Lendas. "Não se pode falsificar um faroeste", disse Blake ao ser introduzido a ideia de um episódio na velha América, então ele contratou um violão, um violino e um trompete além de fazer o "Yahoo!", e podemos ouvi-los em The Magnificent Eight, percussão e um sino abrem a faixa, e uma guitarra leva a versão faroeste do tema das Lendas, épico e um tanto hilário com contexto, ação nessa vibe segue, e o trompete tem sua chance de brilhar em destaque, as coisas acalmam e agora é hora do violão e o violino terem sua chance, com o tema da Mulher-Gavião, o sino e os metais volta as coisas para o duelo, com o tema de Rip, o violão e o violino brilhando aqui de forma tensa, e aí todos se juntam para mais uma menção nesse estilo do tema principal.


Segurem seus chapéus para esse outro lado do espectro que seremos lançados em Enter the Pilgrim / Rip's Revenge, com eletrônicos pesados introduzindo o tema da Pilgrim, 4 notas com explosões recorrentes de um eletr., as cordas entram em modo pizzicato por um breve momento e o tema retorna com força total, as percussões dominam uma parte da faixa e o tema das Lendas grita nos metais, acalmando as coisas, o tema então entra nos metais graves e o eletr. temporal crescente termina a faixa. Jax Meets His Father / Mick Meets Himself, na mesma veia de The Lie e Destinies, com os temas de Jax e Mick. O tema da Mulher-Gavião de forma diferente de tudo que ouvimos até agora, em eletrônicos começa Hawkgirl Fights Savage, Atom Fights Leviathan, com as cordas do tema das Lendas de fundo, e os metais do tema seguindo, o coro e as cordas alternam entre si. As percussões ficam em evidência junto de um motif eletr., quando "surpreendentemente" o tema de Ray domina, com o tema de Legends como em Atom Goes Inside Kendra, com a adição do coro, os eletrs. que começaram retornam, dessa vez com o tema de Vandal para encerrar. Martin Sends Jefferson Away reprisa Broken Oath for Love, em um arranjo diferente com a adição do tema do Nuclear.


O tema da Waverider (quanto tempo!) em outro arranjo inicia Escape the Time Masters, levando ao tema de Rory, os eletrs. entram e também o tema da Muher-Gavião nos metais, o material de Chronos dá as caras e metais graves com percussão dominam. O tema de Rip, novamente bem baixo, nos metais graves também, cordas e a harpa criam uma vibe similar ao início de The Race of His Life de Flash, e então os eletrs. de Vandal crescem com o coral cantando, o staccato tocando o tema e novamente o tema da Waverider pra animar as coisas, uma ideia de 16 notas  nos metais termina a faixa. Nos levando diretamente para At the Oculus / Cold Hard Sacrifice, novamente abrindo com eletrs., os metais graves e o coro gerando a tensão, que o eletr. temporal crescente corta, e as cordas guiam para o tema das Lendas nos metais lentamente, o coro e o motif das Lendas em ação juntos e crescendo, um breve silêncio é quebrado com o tema completo das Lendas, e terminando com o coral masculino e cordas agudas, percussão e o coro. Time Is Unmoored reprisa o tema introduzido em Snart Handles Him, e o tema de Vandal domina o resto da faixa, em um novo arranjo.


O agora patenteado (por mim) coro de Legends inicia Savage Meteoritual Fight, o tema fragmentado nos metais que leva a uma menção do tema do Nuclear (não tivemos muitos momentos desse tema no meio da ação no álbum), um arranjo diferente do tema da Mulher-Gavião toca logo depois com o eletr. temporal crescente, as cordas e os metais graves dominam com o que parece ser outro arranjo das Lendas em Ação e o tema de Rip Hunter soa pela primeira vez no meio da ação, as cordas e percussão continuam a animação e os metais de Vandal tocam as notas das vogais bem arrastadas, as cordas então levam as coisas para cima, culminando em 10 notas crescentes. O tema das Lendas termina a faixa. Voltamos ao começo em Sacrificial Trip to the Sun, um padrão se repete e o tema de Rip soa mais uma vez na ação, e You Are Legends retorna, quase idêntica, terminando um pouco mais épica, e encerrando com os eletrs. e a melodia de The Lie e afins. Who's Up For More é uma faixa interessante, por ela não estar nesse formato no episódio, é basicamente uma Suite do tema principal. Os eltrs. temporais, o tema de Rip levando ao das Lendas, as cordas preparando o terreno para as 6 notas base, os metais e o coro entram e o tema principal realmente começa com as percussões.


1ª Temporada de Legends... Tivemos alguns novos temas, e alguns deles foram utilizados muitas vezes, os sons foram definitivamente estabelecidos, e o tema também, os temas pré-estabelecidos também tiveram seus momentos, o que é mais que posso falar sobre qualquer trilha dos Vingadores. Na série houve muita repetição, a temporada também foi bem repetitiva, com o material dado, Blake e a equipe criaram uma base sólida, mas não tão expansiva quanto a da primeira de Flash, é o álbum perfeito para representar a temporada, mas o melhor mesmo ainda está por vir.

Outra série que utilizou o time inteiro foi Supergirl, que falaremos a seguir. Com sua 1ª temporada na CBS, porém ainda produzida por Berlanti, Blake foi contratado para compor para a série, além das outras 2 (Legends iniciou no meio de Supergirl), Nathaniel Blume, Daniel James Chan, Sherri Chung e René G. Boscio (o qual trabalha com Blake desde Arrow, ficou em Flash, e... vai embora nesta fase) fazem parte do time de compositores adicionais para a série.

Quando Greg me contou que ele iria lançar Supergirl como nossa próxima série de TV, eu estava no meio da 3ª temporada de Arrow e da 1ª de Flash, duas séries com grandes trilhas sem pausas. Meu primeiro pensamento não foi "Incrível!", foi "Como vamos fazer todos essas séries?". Então ele me pediu para fazer a música mais no estilo da clássica trilha de Superman do John Williams. Então meu segunda pensamento foi "Oh céus, agora estou morto." Apesar que a trilha rapidamente evoluiu para um som menos tradicionalmente orquestral e mais para um híbrido entre eletrônicos/orquestral, o objetivo sempre foi de dar a Kara Jor-El um som clássico e, para mim, um bem simples porém memorável tema. (NEELY, Blake. 2016)


Então vamos falar desse tema, gravado com uma orquestra de 50 pessoas, junto do piloto. Como o foco no início era a vibe mais clássica, não temos abundância de eletrônicos (o que quer dizer que vocês não vão ler mais 500 vezes essa palavra), o que já coloca Supergirl em outra realidade das outras séries. As cordas começam com um padrão base de 18 notas (não tenho certeza), e então temos o "tudum" na percussão levando ao tema principal nos metais, 8 notas, 4 crescentes e 4 decrescentes, por baixo aquele padrão em outro arranjo com o piano incluído, temos o tema secundário, uma melodia que vem da mesma fonte do tema principal. Uma ponte rearranja o tema principal com o tema secundário nas cordas, elas retomam o padrão incial e os metais entram mais uma vez com o principal encerrando com o tudum. Simples e memorável, parabéns Blake e a orquestra, aproveitem esse som enquanto ainda o temos... 

Tivemos muitas versões de Krypton explodindo desde '78, Williams, Walker, Febre e Zimmer, agora Neely entra na brincadeira e ele entrega em You Will Do Extraordinary Things. O piano, os metais e coro iniciam com o tema principal, as cordas entram com o tema secundário tudo em um tom melancólico. A percussão começa com uma variação do tema secundário nos violinos, o piano e o coro dominam o final dessa primeira parte da faixa, a segunda parte é a "Always Late" de Supergirl, aquelas cordas base do tema continuam aqui com outro padrão, o piano se mantém também, e os metais tocam o tema secundário, intrumentos de sopro se unem as cordas dando aquele ar divertido, e a vibe continua em Meeting Jimmy. As coisa esquentam em A Hero Emerges, a orquestra tem a oportunidade de ação e como I Have to Try antes dela, é bom demais. O padrão nas cordas já anuncia o que vem aí, e o piano já se une a elas no padrão, a percussão também se ajunta, as cordas tocam a variação do tema secundário da faixa anterior, com os metais por baixo só crescendo esperando para soar o tema principal, as vezes completo com as  8 notas, as vezes só com as 4 primeiras, a percussão não para e a orquestra firme e forme, os metais fazendo a maior parte do trabalho e o piano ocasionalmente dominando, até esses três se juntarem para a primeira aparição completa do tema principal, o piano acalma as coisas tocando o tema principal e o secundário até a orquestra entrar de novo e encerrando tudo nos metais. O tudum não estava tão pronunciado aqui, mas ele tava lá. O mundo calmo da segunda metade de You Will Do... e o bombástico da faixa anterior se unem em Telling Winn, com o primeiro tudum bem pronunciado.


Daí vamos para mais ação e a introdução da mescla eletr./orquestral que Neely falou, Fighting Vartox já começa nos eletrs., parece mais uma guitarra raivosa, mas enfim, o som é o mais típico do Arrowverse no quesito escrita, tenho quase certeza que já ouvimos tudo isso antes um pouco diferente, as cordas, a percussão, o coro, não é uma reclamação, somente uma observação. Sinos entram na cena levando a tal variação do tema secundário nos metais, soando bem alto, o tema principal nos metais e em coro depois de uma breve calma com as cordas. Também temos nosso Proud of You (e isso é um comentário sobre a fórmula de pilotos da CW) em Gift from Clark / Stronger Together, onde o piano brinca com o tema, criando uma faixa bem bonita, ele depois fica em modo repetitivo e o tema secundário entra nos metais, terminando com a variação dele. Fight or Flight é a faixa deprimente, por ser a primeira sem orquestra do álbum e a partir daqui será só isso. A base do piloto continua, as cordas com o tema secundário, a percussão e os eletrs. com cordas nervosas para os inimigos e a ação, o contraste não é tão evidente quanto no piloto por tudo ser MIDI, as breves menções do tema nos metais não soam mal (mal=Rebels Theme | bem=Clone Wars), e será assim ou variações disso nas faixas de ação consecutivas.


Tais faixas de ação são I Came Here to Save the World, Strange Visitors From Other Planets, e Under Attack, cada uma com ideias e instrumentações interessantes. A primeira faixa da lista, introduz a harpa e continua crescendo até um ápice com um motif de 6 notas que leva a variação do tema secundário (tenho que nomear esse motif...), com a percussão sempre no fundo. A segunda brinca com o tema e o motif para os Marcianos Brancos na primeira parte, usando o som orquestral de forma interessante, a outra metade foca nas percussões e cordas. E a terceira abandona o som orquestral e mergulha em eletrônicos, afinal, é a faixa para os antagonistas, um motif repetido eternamente, com metais que mais soam como eletrs. que instrumentos.


Voltando ao programa do álbum, Interview Granted tem uma primeira metade interessante, desenvolvendo uma ideia crescente, até chegar um momento que tenta brincar com as cordas e soa... entranho, mas o piano entra e as coisas se acalmam com o tema principal dessa vez, o mundo divertido das cordas e sopro retornam do meio para o fim da faixa. E esse mundo continua em Assistant Problems, Inspirational Boss e Catty Questions, chegando em certos pontos a me lembrar de The Sims 2. Chatting with Clark é mais uma focada no piano, desenvolvendo uma ideia para ele, cordas e metais, a percussão entra para dar o ar motivacional (a cena é literalmente Kara olhando para uma tela, a música tem que fazer todo o trabalho). 


Maxwell Lord é o vilão da 1ª temporada (hilariamente descartado quando a série foi para CW), Confronting Maxwell Lord, não há um tema pra ele que eu tenha notado, e a vibe é quase a mesma de Luring the Admission of Wells. Joy Ride e How Does She Do It? seguem na calma, a primeira é plenamente orquestral, as cordas crescem estabelecendo a atmosfera, e o tudum vem trazendo o tema principal. A segunda é para piano e desenvolve uma ideia, outra faixa emocional.


A I Forgot Who I Was/Super Sonic de Supergirl. E Harnessing Anger merece o tratamento, as cordas entram em um motif repetido, enquanto o resto da "orquestra" acompanha, crescendo o motif, terminando com os metais. Não machuca ela ter sido feita para uma das melhores cenas da série. Falando em melhores momentos da série, My Name is Jonn Jonzz é para uma das melhores revelações, começa bem atmosférica, as cordas dominando e termina com o tema para J'onn, 4 notas nos metais, geralmente acompanhada de coro, com a abundância de temas de 4 notas no Arrowverso... esse acaba ficando perdido no meio, as notas parecem com muitos outros temas. 


Esse agora é o parágrafo de faixas motivacionais, temos 3 seguidas. Primeiro, Heroes Find a Way, a mais meh delas, atmosférica de início com uma batida suave, o piano vem para dar uma camada a mais para a faixa, com uma ideia de 9~11 notas se repetindo. Dying is Easier assim como a próxima são mesclas de eletrs. e "orquestra", um pulso por baixo das cordas em 3 notas repetidas, com percussões de vez em quando e os metais começam a desenvolver uma ideia de 5 notas, as cordas saem de 3 notas repetidas para 8, e tudo começa a subir e subir, até desembocar no tema. E Alex Brings Kara Back tem uma base eletrônica repetida e outro padrão nas cordas de 4 notas, o piano entra em cena com outro brevemente, a percussão dá um senso de urgência, o coro se une a um novo padrão nas cordas, o piano retorna quando as coisa se acalmam um pouco, tudo retorna aos poucos e crescendo e termina em um nervoso. (O que isso quer dizer meu Deus?) E Afraid of Losing You, não é seguida mas entra na lista, cordas constantes, percussão e um pianinho, motivacional.


Outra que poderia entrar no parágrafo anterior é Fortress of Solitude, há de se imaginar que se algum tema fosse criado para a fortaleza, não seria intimamente ligado ao tema da Supergirl por ser a casa do Superman... Porém é intimamente ligado ao tema da Supergirl, para coro, percussão e cordas, é a tal variação do tema secundário (...será um motif... para... Krypton?!), o meio da faixa é o tema secundário nos metais, terminando com a variação com piano e percussão. Começamos as coisas bem similar a algumas faixas de ação atrás em Martian Manhunter Revealed / Your Father is Alive (santo título longo, Batman!), uma explosão de eletrônicos, cordas, percussão, me lembra alguma faixa de Legends de um futuro próximo. O tema do J'onn tem uma chance de brilhar aqui uma segunda vez, em uma faixa mais interessante, a segunda metade da faixa é calma, o piano retorna e o tema da Supergirl é misturado com outra ideia que não apareceu antes no álbum, mas deve ter aparecido na série. Hope Speech / Lifting Fort Roz é a faixa final, acaba meio anti-climática, os metais graves soam meio Rebels em alguns momentos, culminação do parágrafo anterior, estava tudo levando para isso, sem eletrs., puro som orquestral, utilizando as táticas do parágrafo motivacional.


Anti-climático? Exatamente, essa ordem que escolhi também, termina aí e vai para o tema da Supergirl que falamos primeiro (o que faz o álbum ter um ótimo final). Felizmente, ainda temos um crossover para discutir. Sim, isso mesmo, World's Finest é o episódio crossover com Flash e Supergirl. Então vamos falar como a trilha de Supergirl é completamente diferente das outras séries. Vamos pelo tema, quantos sons ele tem? O tudum, um tema primário e um secundário e as cordas base. Então não temos um gongo abafado, tchuuu, shumm, eletr. crescente/em ondas/desacelerando/temporais, nem um jato d'água para aparecer no meio de uma cena de ação, no minímo o tudum, então em um crossover, pra indicar que a Supergirl chegou... é necessário usar o tema da Supergirl ou as cordas base, isso dificulta um bocado.


Eu também queria continuar expandindo no som musical da DC que tinha começado em Arrow e continuou em Flash, só no caso deles fazerem episódios crossover com Supergirl. Inevitavelmente, isso aconteceu no excitante episódio 118, quando Barry Allen caiu no universo de Kara. E como nos outros episódio crossover que escrevi, combinar seus temas foi uma experiência desafiadora, mas divertida em mash-ups. (NEELY, Blake. 2016)



Então vamos ver o que temos aqui... Primeiramente, feliz de ouvir o tema do Flash já com shumm e tudo, temos o início do tema da Supergirl, mas só o que continua é o padrão nas cordas, e por cima dele o tema para metais do Flash com coro, o que salva é a variedade do tema do Flash e é ele que está se contorcendo para encaixar com o pouco da Supergirl. O que segue é um novo tema para os dois (definitivamente o mais fácil a se fazer), com o eletr. em ondas ao fundo, com as quatro notas da Supergirl em ascenção e as três notas do tema para metais do Flash descendo, com outras variações depois, mas sempre as 4 primeiras da Supergirl e depois ou as 3 descendo ou as 4 principais, tudo em um arranjo e orquestração neutros, o piano da Supergirl dando telha ali, as cordas do Flash lá.


Temos mais de real mash-up, o tema da Supergirl por cima das cordas do Flash, o tema do STAR Labs (?) por cima do padrão das cordas de Supergirl, a percussão de Supergirl com o tema do STAR Labs (??), o eletr. em ondas, o tema para metais do Flash em metais agudos e o tema da Supergirl em metais graves ao mesmo tempos. O fato de que usaram o tema para Cisco/STAR Labs é curioso, mas ficou legal então não posso reclamar (indagar, eu posso). Uma outra menção do novo tema para os dois e um bando de eletrs. do Flash, aqui dá pra comparar legal que Supergirl tá carente de elementos.


Quando se trata de piano, todo mundo usa, Oliver usa, Barry usa, Kara usa, então quando tem uma cena calma assim, há de se esperar que o piano consiga fazer um mash-up também, e mash-up não temos... mas é muito doido ouvir esse dois mundos colidindo em uma mesma faixa. E com isso a faixa de encerramento do crossover, com o novo tema novamente, com mais elementos do Barry dessa vez, o coro e as cordas, o piano e o tema da Supergirl na meiuca levam para o padrão nas cordas e o tema do STAR Labs (???) por cima, o shumm põe as coisas pro lado da Supergirl nas cordas, e o eletr. desacelerando leva aos temas juntos entre os metais agudos e graves de novo.


Ora, isso foi divertido, como devem ter percebido, eu enrolei ali em Legends, pois bem, eu demorei uns 2 meses para completar Legends e terminei Supergirl em um dia... Não sei o que dizer. Provavelmente demorarei mais um tempinho para a próxima fase, tem muito a se falar (Invasion!) e pra mim, é definitivamente a melhor, mas e essa aqui ein? Pois bem, entre a 4ª de Arrow, 1ª de Legends e 2ª a de Flash e 1ª de Supergirl, acho que não é deselegância dizer que foi a Fase Mais ou Menos™, eu não lembro de nada da 1ª de Supergirl, apesar de ter assistido duas vezes, então minha conclusão é a seguinte... A decisão de ser orquestraç mais para Williams foi abençoada... no piloto... quando ainda tinham uma orquestra.

Estou super animado para falar das próximas temporadas, definitivamente não vou arrastar na 2ª de Legends, tem o primeiro mega-crossover, temos 5ª de Arrow e a 3ª de Flash, tudo parece muito mais cinematográfico (se é que existe esse termo pra música), desde Jovem Indiana Jones, Trilhando as Trilhas e ainda seja lá o que me der na telha, vocês (4 seres que leem) vão ainda ler muita coisa minha. E não, isso não é uma ameaça.

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