Power Rangers: Fúria Cósmica e Nostálgica | Review Que Ninguém Pediu
Hoje, dia 29 de setembro, marcou a estreia de Power Rangers: Fúria Cósmica. Caso você acompanhe o blog, já tá ciente que essa é uma série muito aguardada por esse que vos fala (@tiago.samps) por ser a trigésima e última - pelo menos por enquanto - temporada da série de heróis coloridos que começou em 1993 como Mighty Morphin Power Rangers.
Não vou contar todos os 30 anos de trajetória da franquia, até porque eu já fiz isso no último dossiê que explicou toda a saga, e não só pela história contada na série, mas também as histórias em quadrinhos do Universo Expandido (conceito que lançamos um vídeo explicando recentemente). Hoje o assunto é exclusivamente sobre Cosmic Fury. E deixo claro, apesar de evitar entregar as surpresas, esse review vai ter alguns SPOILERS de alguns episódios. Estejam avisados.
'Power Rangers: Dino Fury' termina com os Rangers morfando para ir à outro planeta enfrentar o recém liberto Lorde Zedd. |
A nova postura de líder da Amelia justifica sua "promoção" à Ranger Vermelha. A relação de Izzy com sua namorada, Fern, segue sendo um potinho de conforto na temporada. Principalmente agora que Jacqueline Joe está no elenco regular e vimos um pouco mais (apesar de eu achar que merecia ainda MAIS) de Fern. A forma que a personagem se torna a nova Ranger Laranja da temporada também funciona bem assim como a equipe como um todo. Ainda mais quando você assistiu pelo menos a maioria dos 40 episódios que precedem essa temporada.
No entanto, o melhor personagem desta vez é o membro que passa a maior parte do tempo contra a equipe: Ollie vira do mal (de novo) logo no início da temporada e permanece assim por boa parte dela, mas é melhor utilizado como um vilão do que como um Ranger nas duas temporadas anteriores. Kai Moya claramente se diverte interpretando um Ranger Azul mal, o que torna esse período do personagem muito divertido. Não é a primeira vez que tivemos um Ranger Vilão, mas certamente foi uma das melhores execuções da ideia. E o visual de Ollie como "general" do exército do Lorde Zedd é muito superior aos trajes que os Rangers recebem depois de perder os poderes de Dino Fury.
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Ollie como o General de Lorde Zedd. |
Quanto ao elenco de apoio, os personagens do núcleo de Dino Fury têm um papel bem menor em Cosmic, mas isso se deve ao fato da trama se passar majoritariamente no espaço. É bom porque não nos tira do foco como os alívios cômicos das últimas temporadas.
Cosmic Fury tem a adição de novos personagens no núcleo de apoio que servem como um apoio de verdade na luta contra Lorde Zedd ao invés de apenas parte do desenvolvimento dos personagens. Mick Kanick, de Ninja Steel, está de volta como um Ranger Vermelho (e aparentemente seria de forma definitiva caso a série não fosse descontinuada) e Billy Cranston, o Ranger Azul original, assume o papel de mentor da equipe, sendo o responsável pelos novos poderes que eles recebem.
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Billy pilotando o lobo cósmico, assim como pilotava o lobo ninja na terceira temporada de 'Mighty Morphin Power Rangers'. |
A presença de Billy na temporada possibilita diversas referências ao passado da franquia, citando pela primeira vez em muito tempo o período em que os Mighty Morphin foram ninjas. Mas não só de referências aos Rangers originais vive Cosmic Fury! Além de referências à outras temporadas como SPD e Morfagem Feroz, o Universo Expandido dos quadrinhos foi claramente base pra muitos pontos na temporada, como a presença de Heckyl, o Ranger Sombrio (também já explicamos a história dele em um fio).
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O Ranger Sombrio |
Quanto aos vilões, Lorde Zedd está aqui mais como o vilão bobo dos anos 90 do que o conquistador ameaçador das histórias em quadrinhos, muito pelo fator nostalgia. Não tem como reclamar de inconsistência, até porque a maior parte do público não leu as hqs da franquia.
Os outros generais não são muito diferentes do que vimos nos últimos anos na série, mas as novas vilãs Bajillia e Squilla Naire são personagens divertidas e interessantes, pra dizer o mínimo. Embora tenha faltado tempo pra explorar mais um pouco das duas.
Scrozzle, personagem de Morfagem Feroz, também está de volta, mas bem mais apagadinho se comparado a todo o núcleo de vilões.
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Bajillia e Squilla Naire são as vilãs que libertaram Lord Zedd de sua prisão. |
Pela primeira vez, Power Rangers assumiu uma forma serializada por todos os seus episódios, fazendo com que o processo de maratona seja muito melhor do que qualquer uma das outras temporadas graças à quantidade reduzida de episódios. Infelizmente, essa mesma razão combinado com a falta de costume com um formato serializado também funciona como um freio. O primeiro episódio já começa frenético, e sequer vimos como Billy e Mick são jogados no confronto contra Lorde Zedd.
O decorrer da temporada tem um bom ritmo até a reta final, onde parece que a criatividade se esvaio pra concluir o arco. Apesar do último episódio ser inegavelmente épico e nostálgico pra quem acompanhou a série, a tentativa de reverter as expectativas do espectador para como a trama concluiria me pareceu só uma volta desnecessária.
No mais, preciso deixar claro que a temporada é repleta de atuações amadoras, efeitos especiais irreais e comportamentos infantis por parte dos vilões como forma de alívio cômico. Afinal, é uma série infantil, sempre foi. É extremamente importante lembrar que estamos assistindo algo que deixou de ser feito para nós como espectadores há muito tempo.
Mesmo assim, Cosmic Fury é uma temporada muito mais madura do que a maioria da franquia e explora muito bem o espaço e planetas alienígenas, até melhor que outras temporadas com o mesmo tema, fazendo o máximo pra ser uma aventura agradável tanto para seu público principal (crianças de 7 a 11 anos) quanto seu público de adultos que não largaram o osso (como eu).
Agora, como finalização da franquia, até funciona bem, mas o especial de 30 anos de Mighty Morphin Power Rangers, Uma vez e Sempre, funciona muito melhor. Inclusive, o final de Cosmic Fury parece mais levar ao especial do que ser uma sequência. Imagino que, por terem sido produzidos ao mesmo tempo, ainda não haviam decidido qual seria lançado primeiro, mas tirando isso, a série termina concluindo o arco de todos os seus personagens, até para o Zayto, mesmo que ele tenha sido deixado de lado durante quase todos os episódios, é justo que o primeiro Ranger Vermelho da Terra se torne um usuário direto da magia da Rede de Morfagem, e posteriormente até mais que isso.
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Zayto se tornou o primeiro e único Ranger "Zenite" |
VEREDITO: ★★★★
Caso você curta Power Rangers, sendo ou não um fã que acompanhou todos os 30 anos da franquia, é uma boa série, mas dificilmente funciona sozinha se você não tiver nenhum contexto das aventuras que aconteceram durante Dino Fury. Os dois últimos episódios se perdem da qualidade estabelecida no início, mas não apaga a diversão da trama e nem a emoção de um fã, principalmente com a quantidade de surpresas que essa temporada fez questão de trazer.
Agora é esperar o que a Hasbro, que é dona da franquia agora, planeja pro futuro. Sabemos que é um Reboot, mas vou sentir falta da série infantil, sincera e nostálgica que foi por 30 anos. E sei que não sou o único.
E assim...
Se vão, vão os Power Rangers...
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