Uma visão certa pelos caminhos errados | Review que ninguém pediu
Após a pior campanha de divulgação da história e de ter se tornado a chacota dos fãs de anime pelos últimos meses, Jujutsu Kaisen: Cursed Clash, o primeiro jogo para consoles da franquia que se tornou a galinha dos ovos de ouro da Shonnen Jump, finalmente está entre nós desde o dia 1 de Fevereiro de 2024, quando lançou para PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series, Nintendo Switch e PC, e trouxe consigo um gosto desagradável de um jogo com muitas ideias boas porém mal executadas.
O jogo é um Arena Fighter com gameplay focada em combates 2v2, ou seja, você como jogador controla um personagem em uma batalha em dupla (ou trio) que ocorre em um cenário interativo com obstáculos e barreiras enquanto precisa se orientar com seu parceiro para poderem tirar o melhor proveito do combate e derrotar a dupla adversária; O que em si é um respiro até que gostoso para a fórmula mega saturada do gênero que nunca conseguiu sair da sombra da franquia Storm de Naruto.
Mesmo com uma ideia interessante para se destacar no meio de tantos jogos de anime que tentam ser o 'novo Naruto Storm' com a renovação em um novo estilo de combate, Cursed Clash ainda tropeça nas suas próprias pernas com erros básicos, como a ausência de um modo co-op/versus local, fazendo com que você só possa jogar com ou contra amigos no modo online do jogo, perdendo muito do seu valor como jogo de luta, uma vez que a maioria dos jogadores desse gênero justamente jogam casualmente em reuniões com amigos ou família em um ambiente presencial.
Outra grande gafe do jogo tá na sua seleção de personagens que apresenta apenas 16 opções jogáveis, que cobrem apenas a primeira temporada do adaptação em anime e o filme Jujutsu Kaisen 0 feitos pelo estúdio MAPPA; o que é um grande tiro no pé uma vez que o gênero de jogos Arena Fighter de anime são muito carregados pela sua vasta seleção para que o jogador possa se sentir a vontade para se divertir usando o personagem que mais gosta, seja ele alguém com uma grande relevância para a obra ou não.
Como forma de contornar a ausência de personagens no jogo como toda a academia de Kyoto, Junpei ou até mesmo Miguel, todos personagens que são grandes favoritos dos fãs, os desenvolvedores focaram suas forças em tornar cada personagem único dentro do jogo, o que de fato é algo que se concretiza. Você como jogador realmente sente a diferença em controlar cada um deles dentro dos combates e precisa se adaptar não só a quem você comanda, mas também ao seu parceiro e estabelecer uma sinergia entre eles.
Abordando o estilo de arte, esse jogo se torna ainda mais complicado uma vez que dentro de combate e nos modelos de personagem ele consegue traduzir bem o traço do anime junto de toda a estética da obra, mas seus menus deixam muito a desejar, sendo totalmente sem graça e vazios de inspiração, parecendo algo que você encontraria em um DVD de filme baixo orçamento dos anos 2000.
O modo história também é totalmente desinteressante e só serve como uma forma de te fazer experimentar todos os personagens disponíveis te colocando em um corredor de batalhas onde você só assiste encenações do anime em um modelo de visual novel não interativa até chegar a vez do próximo combate.
A divisão de capítulos é insatisfatória e se torna rapidamente repetitiva uma vez que gasta tempo desnecessário em momentos que não precisava incluir, enquanto deixa de cobrir diversos outros, como ele te por em uma série de quatro combates extremamente repetitivos que na história servem como "preparação" para o festival de intercâmbio. Porém, quando chega o evento só são usados os combates envolvendo Aoi Todo, o que torna a experiência extremamente frustrante já que esse é um dos grande momentos da primeira parte do anime.
Com todos esses problemas, este jogo se torna um caso muito complicado, uma vez que jogando ele se torna óbvio que possuía de fato ideias boas e uma orientação interessante para ser algo além de só um arena fighter genérico de anime, mas com um resultado final que parece não ter sido passado por um processo de revisão ou sequer um setor de qualidade, fazendo ele tomar certas decisões de direção que tornam o produto em nossas mãos algo extremamente insatisfatório que parece ter sido extremamente apressado para sair o mais próximo possível do final da segunda temporada do anime.
VEREDITO: ★⅕
É um jogo que apesar de tentar ser inovador, parece vazio. Com gráficos atrasados, menus datados e um modo história tão sem gosto que seria mais apetitoso beber água de salsicha.
Recomendo apenas para os fãs mais fiéis da obra que desejam experimentar a sensação de ter finalmente um jogo de Jujutsu Kaisen como valor de colecionismo.
– Carla Costa
F pro abençoado que comprou o jogo
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