Kung Fu Panda não é show de bola, mas é legal!
Na próxima semana, no dia 21 de Março, chega aos cinemas o 4° filme da franquia Kung Fu Panda, 8 anos depois do último. Como o filme estreou no dia 8 de Março na América do Norte, não existe embargo nos impeça de falar o que achamos, com ou sem spoilers, do filme quando assistimos ele antecipadamente a convite da Universal Pictures.
Nessa nova aventura, Po é incumbido da tarefa de se tornar o novo símbolo de sabedoria e paz espiritual do Vale da Paz, mas precisa embarcar em uma última aventura como o Dragão Guerreiro para enfrentar uma feiticeira capaz de assumir a aparência de qualquer um.
A jornada desse filme respeita toda a trajetória de Po nos filmes anteriores. O Mestre do Kung Fu (título que ele alcançou no 3) não é exatamente o Panda imaturo que era quando começou seu treinamento, mas apesar de muito mais sábio não deixa de ser o carismático e ingênuo personagem de sempre. Esse amadurecimento do personagem inclusive é muito bem interpretado por Lúcio Mauro Filho, que retorna dublando o qual originalmente é vivido pelo Jack Black.
Na verdade, todo o elenco de personagens antigos traz os seus intérpretes originais, tanto na dublagem quanto no original, e com certeza essa foi a razão para os Cinco Furiosos terem sido cortados da trama. Jack Chan (Macaco), Seth Rogen (Louva-a-Deus), Lucy Liu (Víbora) e Angelina Jolie (Tigresa) não são nomes baratos pra se ter no elenco de um filme de $80 milhões de orçamento, mesmo que em uma breve aparição.
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Os 5 Furiosos em Kung Fu Panda (2008). |
Quanto às personagens novas, Zhen e A Camaleoa, a dublagem brasileira traz Dani Suzuki e Taís Araújo para os papéis de Awkwafina (Shang-shi) e Viola Davis (sim, o elenco caro que deixaram pra trás serviu pra trazer um outro elenco caro). Não é o primeiro trabalho de dublagem de nenhuma das duas, mas a vilã Camaleoa tem uma presença imponente que não foi exatamente o que eu senti na voz da Taís, mas isso não é o problema do tamanho da ameaça que a antagonista representa no filme, que sinceramente não é muita coisa. Ela definitivamente não tá no mesmo nível que Tai Lung, Shen e nem o Kai, mas não é de se jogar fora também.
Infelizmente, o filme não aproveita o uso dos vilões anteriores da forma que os fãs gostariam. Shen e Kai praticamente não falam. O Tai Lung tem ótimos momentos, mas gostinho de quero mais fica forte.
Zhen, a nova aliada de Po nesse filme, tem uma jornada que espelha a do Dragão Guerreiro. Enquanto Po foi um órfão acolhido por um pai amoroso, e cresceu sem as preocupações de lutar para sobreviver, Zhen cresceu tendo de se virar, com o sonho de ser uma raposa livre. A dinâmica da malandra com a gentileza excessiva do Panda serve pra trazer diversas reflexões para o filme que, vale citar, tem um público infantil.
Constantemente o filme trabalha temas interessantes de formas rápidas e sutis, como por exemplo o fato de Po ter dois pais servir à mensagem da família ser formada de diversas formas, inclusive por paternidade dupla (e a dinâmica de Sr. Ping (pai ganso, interpretado por Alexandre Maguolo) com o Lin Shan (pai panda, dublado por Anderson Coutinho) é uma das coisas mais divertidas do filme.
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A família de Po. |
A história no início pareceu não me envolver muito. Não por eu estar entediado, mas por claramente estar apelando para prender a atenção das crianças que, obviamente, são o público do filme. Depois que a trama se assegura da atenção da criançada na jornada, a chegada de Po e Zhen à cidade de Juniper, onde reside a Camaleoa, marca uma guinada considerável no ritmo do filme, com direito até a uma versão de Crazy Train, do Ozzy Osbourne, rearranjada por Hans Zimmer.
Ah, Hans Zimmer... compositor da trilha de todos os filmes da franquia, que manteve o nível aqui. Tudo nesse filme mantém o nível dos anteriores (mesmo que nenhum tenha o mesmo tempero que o primeiro filme teve, e isso não é saudosismo). Talvez porque eu já tenha ido esperando uma bomba comparando com os outros, e fui surpreendido, porque a personalidade de Kung Fu Panda tá ali. Não tem a melhor história da saga, não tem o melhor vilão, muito menos as melhores lutas, mas nada nesse filme é necessariamente ruim. Só não é, como o Po diria, show de bola...
Claro, como eu já disse, é um filme infantil, então eu recomendo muito a ida ao cinema para um passeio com qualquer criança do seu convívio. Para adultos, a não ser que você (como eu) goste muito da franquia, não dou muito tempo pra ele chegar no Paramount+.
VEREDITO: ★★★½
Curiosidade: Kung Fu Panda foi o primeiro filme que eu, o criador do blog, assisti no cinema em 2008. Kung Fu Panda 4 foi a primeira cabine de imprensa que o Nerd•ish Journal teve acesso. Acho que dá pra imaginar o quão emocionante foi o convite, a presença e a produção dessa resenha.
Até a próxima!
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