Monstros no Trabalho: Uma Jornada de Estagiário | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU

 

E aí, sabia que essa série existia?

Monstros No Trabalho está nos banners principais há algumas semanas no Disney+ (com mais destaque que Bad Batch em sua última temporada). Sua segunda temporada lançou dia 22 de Maio, trazendo consigo uma agradável melhora e uma expansão interessante.

Produzida exclusivamente pela Disney (sim, sem nenhum dedo da Pixar) e desenvolvida por Bobs Gannaway, é uma sequência do filme Monstros S.A. de 2001, já se colocando em uma situação difícil.


Seguindo principalmente Tylor Tuskman, um assustador formado na universidade que entrou na Monstros S.A., agora remodelada por Mike Wazowsky e James P. Sullivan para funcionar com a energia do riso. A primeira temporada é sobre a jornada de Tylor para se tornar um cômico. 

Além dele, um novo grupo de personagens é introduzido nos Mifters, os engenheiros da Monstros S.A.. Com eles, juntamente a Mike e Sully, a série tem como "enredo B", a transição interna complicada de energia do susto para a do riso.

A primeira temporada se passa entre a prisão de Waternoose e o epílogo com a porta consertada da Boo no filme. Então apesar de ser a parte mais interessante dos 10 episódios, ela é sem tensão alguma.

Já o enredo principal, é extremamente chato, porque Tylor Tuskman é um personagem insuportável. Sua relação com os Mifters tenta puxar um pouco de uma atmosfera The Office e mesmo que eles sejam personagens bem definidos, a dinâmica com o Tylor parece que não avança, até o roteiro precisar que avance.

Isso é evidente com a personagem da Val Little, que no fim se torna melhor amiga de Tylor, apesar dele ser um idiota com ela na maior parte do tempo. O maior crime, porém, é o fato dessa temporada não ser engraçada na maior parte do tempo. 

Mesmo assim, às vezes, a temporada conseguia acertar, seja no tratamento de Mike e Sully, na expansão da fábrica, ou nos novos personagens. Ela conseguiu acertar o suficiente para alegremente me submeter a mais 10 episódios.

E o maior baque que poderia receber era rir com o primeiro episódio da segunda temporada. O enredo agora é que Tylor não é engraçado (alguém ouviu as críticas), o mundo não está aceitando bem a nova tecnologia do riso, e empresas rivais estão mantendo a energia do grito, incluindo a do vilão do filme Universidade Monstros, Johnny Worthington.

Agora, só de ler isso você já deve pensar "uau, agora sim parece uma sequência de Monstros S.A.", e você estaria certo. Não me leve a mal, a temporada tem problemas, uma hora você tem uma piada mega sem graça, na outra uma hilária; Um ótimo episódio, seguido de um meia boca... Mas os bens sobrepujam os males.

Toda a expansão pode ficar meio confusa, mas ao mesmo tempo é realista e interessante. Além de não se saber pra onde se pode ir, os personagens estão unidos em um propósito e se espera que tudo dê certo. A temporada também tem uma história corrida nesses 10 episódios, que termina de uma forma que é tanto satisfatória para a jornada dos personagens quanto para a história da franquia até agora.

Não machuca ter os dubladores dos filmes de volta (tanto em inglês, como no nosso maravilhoso Português). É como reencontrar antigos amigos, e faz alguns momentos ficarem ainda melhores.

A trilha não chama muita atenção para si durante os episódios, mas Dominic Lewis e Daniel Futcher fazem um novo arranjo da trilha de Randy Newman a cada créditos finais, dependendo do tema do episódio. Além de comporem novas músicas, que inclusive foram traduzidas na dublagem, lindo de ser ver!

Apesar de não ser da Pixar, a segunda temporada é um bom complemento para os carentes de Mike Wasowsky, com boas reviravoltas e uma dinâmica mais verdadeira (talvez não haja uma razão específica para certa seleção de personagens estar sempre junta, mas dá pra relevar por causa dela). A série encontrou seu ritmo e uma forma de se destacar, e pra esse espectador, pode ser admitido por esse trabalho.

VEREDITO: ★★★

A primeira temporada são 2 estrelas, a segunda são 3,5 estrelas, mas a série tem problemas persistentes, principalmente em Tylor Tuskman e na comédia, os dois intrinsecamente ligados.


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