MaXXXine é uma ESTRELA! | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU

 

E pela primeira vez nos nossos três anos nessa indústria vital, falaremos de terror!

Especificamente de uma franquia slasher que é um dos maiores sucessos dessa década de 2020: a trilogia X.

Fomos convidados pra assistir MaXXXine, o último filme dessa trilogia encabeçada por Ti West e Mia Goth (a neta da atriz brasileira Maria Gladys), que nos leva diretamente para os anos 80 pra acompanhar o caminho da personagem título ao estrelato.

Diferente do filme anterior, Pearl, que é um filme bem isolado na trilogia, sendo uma prequel, a história de origem da antagonista de X: A Marca da Morte, Maxxxine é de todas as formas uma sequência, retomando a trama do primeiro filme.

Mia e Ti, produtora e diretor da trilogia, respectivamente, declararam estar em uma missão de reescrever a percepção do público sobre o gênero de terror nos cinemas.

Particularmente, não fui muito fã de A Marca da Morte. Inegavelmente o filme tem uma assinatura muito forte na produção, com bastante personalidade em sua edição, mas de história previsível e nenhum personagem cativante, apesar de Mia Goth ser excelente tanto como Maxine, quanto como Pearl.

Pearl, por outro lado, é um filme ainda mais bonito, com a mesma pegada de criatividade na edição, mas pouca imersão para 1919, quando o filme se passa, mesmo que tenha um mundo bem construído.

Em MaXXXine, todos esses problemas parecem resolvidos. O filme procura observar do lado de fora como é Hollywood e a indústria, mas não na pegada paródia, como faz a franquia Pânico, mas como homenagem, e nos transporta direto para os anos 80 através de referências visuais, musicais e culturais que constroem a atmosfera do filme, que também possui um filtro único que o diferencia dos seus antecessores. Dou destaque principalmente para figurino e maquiagem.

Quanto aos personagens, todos são bem escalados e ainda melhor apresentados a nós, com Kevin Bacon sendo destaque aqui como um antagonista muito divertido que traz à tona a parte da trama que se amarra com o passado de Maxine.

Aqui, Maxine tem sua oportunidade de sair de atriz do ramo pornográfico para ingressar em Hollywood através de um filme de Terror, sendo mais uma história de mulheres perseguindo seu sonho artístico, como a personagem de Anya Taylor-Joy em Noite Passada em Soho (2021). Ela precisa enfrentar seu passado pra se manter focada no momento mais importante da sua carreira enquanto tenta não morrer nas mãos de um serial killer que tem ameaçado as estrelas de ambos os lados da carreira de Maxine.

O mistério do filme não demora pra se apresentar, e mantém por todo o filme de forma muito intrigante e pouco previsível, pelo menos até uma sequência de exposição antes da reviravolta da trama (o famoso Twist do Plot) que, sinceramente, não acho muito necessário. Talvez tenha sido o filme tentando se fazer entender pra uma parcela do público que, ou está chegando agora, ou tem a atenção de um Panda.

O filme possui um humor bem natural, não necessariamente entregue por piadas, mas por ações dos personagens em momentos pontuais.

No geral, é um filme bem dirigido que mantém a qualidade de produção estabelecida nos dois predecessores, dando continuidade a uma história um pouco jogada no início da trilogia. O filme se torna coeso sendo fiel a época em que se passa, não só homenageando o cinema (do terror ao velho oeste), mas os anos 80 como um todo, principalmente ao retratar o televangelismo, que tem um papel crucial no filme e deve conversar com muita gente que foi privada de consumir cinema, música e qualquer arte por ser "do demônio".

VEREDITO: ★★★★½

Sim, vale a pena assistir MaXXXine no cinema, principalmente se você já curtiu os filmes anteriores. Caso não tenha assistido e, por alguma razão, teve curiosidade neste, eu não recomendaria chegar no cinema sem ao menos o contexto de X: A Marca da Morte, apesar do filme tentar dar o máximo de contexto sem parecer repetitivo.

O filme estreia no dia 11 de Julho e a pré-venda dos ingressos já deve estar acontecendo no cinema mais próximo de você!


– Texto por Tiago Samps


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