ALIEN ROMULUS tem medo de inovar! | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU
Quando o assunto é ficção científica, poucos filmes se comparam à grandiosidade de "Alien". Bom, pelo menos em relação aos dois primeiros longas, dirigidos por Ridley Scott e por James Cameron no final dos anos 70 e meados dos anos 80. Vários filmes vieram posteriormente, sejam eles sequências (Alien³ e Alien: A Ressurreição), prequências (Alien: Covenant) ou spin-offs (Prometheus, que também pode entrar como uma prequência), mas, de acordo com a opinião unânime dos fãs, nenhum deles chega aos pés dos clássicos.
Alien: Romulus é mais nova tentativa de voltar ao universo de Alien, a primeira desde a compra da Fox (agora chamada apenas de 20th Century Studios) pela Disney. O filme se passa durante a “brecha” entre "Alien, o Oitavo Passageiro" (1979) e "Aliens, o Resgate" (1986) e prometia resgatar as origens de terror, suspense e tensão que esses clássicos tinham.
Uma pena que tudo que fez destes filmes tão originais e divertidos se perde nessa obra de Fede Alvarez.
O filme tenta resgatar a energia dos clássicos, não se esforçando na criação de um novo conceito ou em expandir a atmosfera, mas na repetição e na nostalgia. Artifícios de roteiro e falas são reutilizados, e, se você acha que para por aí, não contentes eles ainda tiveram a ideia de "reviver" (assim posicionando) um ator que morreu em 2020 para fazer um personagem… Assim, ao invés de ter sentimento de referência e reverência, para mim, o que prevaleceu foi o pensamento de: “precisava mesmo disso?”.
É injusto dizer que o filme não tem ideias boas, mas dentro de uma trama de 1h e 59min, se meia hora é dedicada a esses novos elementos é muito. Na maior parte do filme ele joga seguro e acaba caindo na mesmice.
Aqui não acompanhamos a tripulação de alguma nave ou estação espacial, mas sim um grupo de jovens adultos que vive em uma colônia da companhia — inclusive, o primeiro segmento do filme uma reflexão sobre exploração e capitalismo, mas nada muito profundo. É quando eles decidem fugir da colônia que sua jornada rumo ao encontro com o tal Alien começa, mas o filme ainda apresenta a ameaça deles serem descobertos (que, depois deste momento da narrativa, nunca mais é mencionado) e da colisão com meteoros —e isso sim é retomado, DIVERSAS vezes, até mesmo no ápice do confronto contra o(s) Alien(s). Chega a ser irritante.
O mais frustrante nessa história é que nada chega ser necessariamente ruim, só sem graça. E essa é a pior morte que um filme que serve de ponte entre os dois melhores da franquia poderia ter.
Piora ainda o fato dessa "ponte" ser completamente desnecessária! Embora tenha se passado 57 anos entre os filmes, James Cameron gasta, ou melhor, APROVEITA todo o primeiro segmento da sequência (ainda mais na versão estendida) para contextualizar o que aconteceu durante a hibernação de Ripley (Sigourney Weaver). Então Romulus é só a resposta para uma pergunta que ninguém fez, porque todo mundo já sabia o que precisava. No fim, essa ponte só serviu pra entregar RETCON (se você não sabe o que é isso, cheque nosso GIBICIONÁRIO!).
O elenco definitivamente não é ruim e tem nomes que com certeza veremos cada vez mais no futuro, como Isabela Merced (que será a Mulher-Gavião no vindouro filme do Superman ano que vem) e Cailee Spaeny (Guerra Civil, lançado esse ano pela A24). Ainda temos David Jonsson, que interpreta duas versões diferentes do mesmo personagem: um Android bem coitadinho e esquisito que parece até uma mescla de Ash (Ian Holm) com Bishop (Lance Henriksen)— o que evidencia o problema da tentativa de repetição do filme.
Tecnicamente falando, o filme peca bem pouco. A direção de Fede Alvarez não tem tanto molho quanto a de Ridley Scott (que neste filme assume o papel de produtor), mas o filme tem alguns quadros maneiros e composições de cenas bem superiores ao que falamos por aqui ultimamente (visto que, para nós, o cinema da cultura geek anda bem genérico). Não é nada notável, só é decente.
A trilha sonora traz muitos temas familiares, tanto dos dois filmes que o encurralam (Alien e Aliens), quanto de Prometheus, mas tirando esses momentos familiares a trilha original composta por Benjamin Wallfisch não traz muita coisa que valha a pena destacar.
A utilização de efeitos práticos para o Xenomorfo e para toda a nave que dá nome ao filme— além do pequeno spoiler que vou chamar apenas de Prole (Offspring no original), que se fosse a real ameaça do filme faria dele algo bem mais interessante, apesar da ideia ser reciclada de Alien: A Ressurreição (1997) — são os pontos altos. É sensacional como a franquia se mantém até hoje firme e forte nesse aspecto.
Como eu disse antes, nada é extremamente ruim, só sem fraco... chato... e medíocre.
VEREDITO: ★★½
Sem alcançar os níveis de tensão e suspense criado por Ridley Scott, e nem a grandiosidade da ação explosiva de James Cameron, Fede Alvarez falha em sua proposta de resgatar a essência de dois dos maiores e melhores filmes de ficção científica já feitos. Jogando seguro em uma trama que arrisca pouco trazendo nada além de retcons desnecessários à franquia.
Alien: Romulus estreia dia 15 de Agosto nos cinemas do Brasil.
ih mane que parada hein
ResponderExcluirvixi vo assistir esse no pirata
ResponderExcluirEu gostei bastante desse filme, talvez seja mais pelo fato de tirando o jogo alien isolation tudo que a gente tem recebido desse universo é ruim,mas a trama é interessante e se tivesse personagens bem trabalhados em vez de vários imbecis poderia ser um filme muito bom.
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