Crepúsculo dos Deuses repete a fórmula de Zack Snyder. | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU


Crepúsculo dos Deuses, série animada da Netflix dirigida por Zack Snyder, estreou no dia 19/09/2024. A história é desenvolvida com a temática da mitologia nórdica, sobre os holofotes da protagonista Sigrid que após ter sua noite de núpcias arruinada por Thor, o deus do trovão e das tempestades, parte em uma jornada de vingança, alistando guerreiros para sua guerra (assim como Batman na Liga da Justiça, também dirigido por Snyder).


O primeiro episódio faz o espectador odiar Thor com muita facilidade e simpatizar com a protagonista em sua sede de vingança, mas o desenvolvimento da série é comprometido quando pede profundidade de seus personagens e é entregue cenas de sexo e nudez. Há momentos que me perguntei se a prioridade do episódio seria aprofundar-se nas histórias de seus personagens ou expor cenas de conteúdo adulto. A série vai desmoronando aos poucos até um final de terra arrasada, mesmo com uma temática interessante como mitologia nórdica (ou Batman v Superman). Se o espectador procura um entretenimento que envolva a mitologia nórdica, isso ele encontrará, talvez o grande mérito dessa série seja uma boa apresentação da mitologia para pessoas que não possuem conhecimento prévio sobre.



Outro mérito da série foi a produção sonora, assistindo a série com fones de ouvido, há momentos que as falas dos personagens são reproduzidas de acordo com sua localização, brincando com stereo e mono mas sobre trilha sonora nada que chame atenção. Sobre a produção visual, destacam-se belos visuais e cenários, assim como na representação dos deuses nórdicos.



Antes da metade do primeiro episódio, Snyder já apresenta todas as suas cartas: slowmotion, sangue e sexo. Confesso que fiquei esperando uma referência ao cristianismo já no mesmo episódio, devido à abrupta e direta apresentação da sua forma de direção (A referência será quando menos se espera, única surpresa que tive). Se eu assistisse à série sem saber quem era o diretor, ainda conseguiria identificar quem dirigiu porque Zack repete os mesmos erros e acertos que o fazem ser admirado/detestado durante todos os episódios. Uma única vez que se assiste um filme dirigido por ele, já será possível reconhecer sua mesma fórmula em suas outras produções. Inclusive, deixo minha recomendação para nosso podcast “DCEU PT.1: Snyder, Sexo & Facismo”, onde falamos exatamente sobre a Era Snyder de filmes da DC.


VEREDITO: ★★½


Zack parece seguir a filosofia de “Time que está ganhando não se mexe”, mantendo a sua forma de dirigir que é feita uniformemente, afinal ela sempre o faz ser falado. Bom, já diria Melody: “Fale bem ou fale mal, mas fale de mim”... Ser admirado/detestado o faz ser um diretor famoso, sendo talvez essa sua verdadeira forma de dirigir, ou contenta-se com sua mediocridade com lapsos de bons trabalhos (ou parte deles).



Texto por Davi Almeida

Revisão por Tiago Samps


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