'TRANSFORMERS: O INÍCIO' TEM ROBÔ GIGANTE, YAOI E CAPITALISMO | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU
Desde 2007, Transformers tem seu lugar de destaque na cultura pop com o lançamento do primeiro filme live-action, protagonizado por Shia LeBeouf e Megan Fox. Mas diferentes dos anteriores, Transformers: O Início, que chega aos cinemas no dia 26 de Setembro, é uma historia de origem de Optimus Prime e Megatron, anteriormente conhecidos como Orion Pax e D-16 respectivamente.
O filme se passa inteiramente em Cybertron depois que o energon deixou de fluir no planeta pela perda da Matriz de Liderança. Acompanhamos Orion Pax e D-16, ambos mineradores nas minas de energon que abastecem a cidade e são melhores amigos. o filme trabalha muito bem a relação dos dois, o que torna ainda mais trágico o momento em que eles se tornam inimigos. Mesmo sendo uma coisa que estamos esperando para ver, não deixa de ser algo que nos deixa emocionados ao ver a execução.
O inicio do filme é muito interessante demonstrando a separação de classes entre os bots que podem e não podem se transformar. Aqueles que não podem são tratados como cidadãos de segunda classe, criados para trabalhar na mineração, retratando de forma surpreendentemente crítica (e bem feita) o conceito de exploração e desigualdade que são os pilares do capitalismo, nesse que parecia o filme mais inofensivo da franquia. Se os Transformers em live-action de Michael Bay são propaganda militar americana, Transformers: O Início às vezes soa como um discurso revolucionário (para crianças, claro, tal qual A Fuga das Galinhas).
A personalidade do Orion brilha quando ele é subestimado por outros. Ele tem bom humor e esperanças de criar um futuro melhor para seu povo, característica clássica do Optimus que reflete bem com sua juventude e vai crescendo durante o filme ao ponto dele se tornar o Prime que conhecemos e amamos.
A parte mais interessante do filme é como a revelação de uma traição reflete nos destinos Orion e D-16, esse é o momento em você que o destino de ambos tá sendo moldado na sua frente, caminhando para lados opostos. a construção do D-16 para se tornar Megatron é muito natural e progressiva durante o filme, ao que a natureza vingativa e violenta do personagem vai aflorando sempre que os protagonistas se deparam com obstáculos em seu caminho. O filme me surpreendeu ao ter momento bem violentos, em especial com o Megatron.
Dito isso, o filme é incrivelmente divertido e uma adição muito bem vinda à franquia, ela agrada fãs antigos e com certeza vai fazer novos fãs com suas lutas bem coreografadas, trilha sonora nada menos que épica, e ainda com a animação linda, que torna o filme uma experiencia que deve ser vista na tela grande. Assistir em 3D, no entanto, não é uma boa ideia. Os óculos deixam algumas cenas mais escuras do que o pretendido, podendo afetar a imersão.
Por fim, eu devo dizer o quanto é refrescante um confronto final em que o Optimus não joga fora qualquer construção de personagem para realizar um fatality no seu oponente. A misericórdia do Optimus é algo pouco visto nos filmes e é bom ver aqui.
VEREDITO: ★★★★½
Depois de 8 filmes, é animador saber como essa franquia pode te surpreender com sua narrativa. O fim do filme me fez sentir esperançoso pelo futuro da franquia, mostrando de forma clara o que separa o Optimus do Megatron, e me fez querer consumir mais dessa franquia que não acompanhava já fazia algum tempo.
Texto por Marcos Cruz
Revisão de Tiago Samps
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