Tomb Raider: A Origem da Ascenção da Sombra de Lara Croft | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU

 

Em 2013, você a viu passar 5 semanas em uma ilha infernal com um único objetivo: sobreviver. Em 2015, você viu sua ascensão. Em 2018, a sua sombra. E agora, em 2024, finalmente, após toda essa sobrevivência, você verá Lara Croft merecer o título de Tomb Raider!

Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft é uma série animada situada na continuidade dos jogos da Square Dynamics que começaram em 2013. A série começa de onde Shadow of the Tomb Raider parou, mas o conflito de Lara é muito mais focado no primeiro jogo. Tanto que, caso fosse revelado que originalmente essa narrativa seria uma ponte entre Tomb Raider e Rise, não seria uma surpresa. 

Os náufragos da Endurance, elenco do primeiro jogo..

A série foca e trabalha a culpa sentida pela sobrevivente Lara Croft sobre os acontecimentos do primeiro jogo, seus traumas familiares, e como isso afeta a relação dela com seus amigos mais próximos. Uma forma muito inteligente de se utilizar do formato serializado, que não fora trabalhado nos jogos (e que convenhamos, não tem arcos de personagens, só se utilizou do trauma para monólogos dramáticos na frente da fogueira).

A série não é só choro e conversas francas. A trama da aventura não poderia ser mais Tomb Raider nem se tentasse muito: abraçando o sobrenatural e mitologias alheias, invadindo tumbas, viajando pelo mundo, invadindo tumbas..., organizações secretas, monstros aleatórios, e... bom... invadindo mais tumbas. Porém, é tudo a serviço da questão emocional da Lara e a exploração de sua personagem (sim, até mesmo a invasão das tumbas)— o que é novo pra franquia. 

O que não quer dizer que não tenha bastante choro.

Tanto a trama quanto as cenas de ação poderiam facilmente ser de um jogo. Inclusive, diversas cenas são trabalhadas como a gameplay dos jogos (até mesmo incorporando a mecânica do Instinto de Sobrevivência de uma forma muito esperta no episódio 2), o que na cena de abertura da série dá uma má impressão de estar assistindo alguém jogar, mas isso não se mantém sempre e a série consegue mesclar essa dinâmica com o fato de ser uma animação muito bem.

O episódio 2 é uma grande missão paralela, com direito a recompensa, mas que no fim é importante pra trama.

Animada pelo estúdio Powerhouse Animation responsável por outras séries da Netflix como Castlevania, Sangue de Zeus e Mestres do Universo, ela pode aparentar certa dureza de vez em quando, mas não tanto quanto Invencível. Um ponto de comparação seria os filmes dos Novos 52 da DC, porém ainda mais fluída. O design da Lara, apesar de diferir bastante da personagens dos jogos, é uma mudança mais que bem-vinda, porém talvez não pro prólogo da série, que seria o pré-primeiro jogo, onde uma Lara mais forte não funcionaria narrativamente.

Tem gente que se esforça pra gostar de mulher se tem alguma coisa contra o novo design.

Na dublagem, tanto no original quanto a brasileira não mantiveram as vozes dos jogos. Aqui, saindo de São Paulo e vindo pro Rio, Fernanda Bullara foi substituída por Natália Alves e o Jonah do Francisco Júnior por Reginaldo Primo. Mas, mesmo com as vozes diferentes, a escolha do elenco carioca foi muito bem selecionada, ao ponto de que se você ouvir o áudio sem a imagem pode entender quem tá falando de primeira.

Ignorando o fato da Lara Croft já ter "merecido" as duas pistolas e ter se tornado A Tomb Raider umas 3 vezes nessa continuidade, e mais uma vez aqui, a série se aproveita do tempo e de seu formato para pegar um potencial aspecto emocional não desenvolvido nos jogos e juntar isso a uma clássica aventura de Lara Croft. O melhor de dois mundos.

 VEREDITO: ★★

Seguro para os não iniciados nos jogos, talvez o gancho pra 2° temporada te deixe confuso, mas se houver uma, certeza que vão explicar quem Sam é.


Texto por: Gabriel Bezerra
Revisão por: Clara Silvestre


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