Venom: A Última Rodada é uma "despedida" agridoce | Review que Ninguém Pediu


O último filme da trilogia do Venom da Sony Pictures chegou aos cinemas. De título Venom: A Última Rodada, a trama acompanha Eddie Brock e Venom em fuga tanto do governo quanto de Knull, o criador dos simbiontes, que precisa deles para se libertar de sua prisão.

Venom nunca foi sinônimo de qualidade, mas sempre teve uma energia que eu só consigo descrever como cringe para o entretenimento que eles proporcionam, além de Tom Hardy com sua performance divertida, e aqui não é diferente. A dinâmica quase amorosa entre Eddie e Venom é o maior destaque do filme, e começa na pegada piada dos outros dois filmes e evolui para um arco mais emotivo. 

Knull (Andy Serkis) foi um dos destaques dos trailers do filme e, ao contrário do que se esperava, sua participação na trama é mínima com poucos minutos totais de tela. O mais próximo de um vilão são os capangas de Knull, com design tão genérico que, se colocados em um jogo de videogame, não irão parecer destoantes. É definitivamente um downgrade comparando ao Carnificina no filme anterior (que pessoalmente, acho o melhor da trilogia)


Os personagens secundários de alguma forma são ainda mais desinteressantes que os vilões. É difícil achar palavras que descrevam eles além de chatos. E o mais frustrante é que o único motivo de certas personagens estarem na trama parece ser para vender skins que foram lançadas junto do filme ao Fortnite.

A edição possui alguns cortes bruscos que me deixaram confuso por um momento sobre a continuidade das cenas, porém isso não aconteceu com frequência. A fotografia tem bons momentos acompanhados de uma a trilha sonora que não é (nunca foi, desde o primeiro) marcante o suficiente, compondo algumas sequências de ação muito decentes.

No mais, é um filme melhor que o primeiro, mas inferior ao segundo. Levando em consideração que é uma tentativa de adaptar um arco recente, mas muito bom, é só um potencial desperdiçado de personagens tão interessantes (não só Venom e Knull), logo depois de um "bait" que fez todo mundo esperar um encontro do Protetor Letal com o Homem-Aranha, afinal, foi nas histórias do herói que o Venom nasceu.

Cena pós-crétidos de 'Venom: Tempo de Carnificina (2021)', não levou a nada nem em 'Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021)', nem em 'Venom A Última Rodada (2024)'.

VEREDITO: ★★½

O filme tem uma crise de identidade ao tentar ser uma última aventura com Eddie e Venom, ao mesmo tempo que quer começar um arco de história com Knull sendo um vilão central, tal qual a Saga Do Infinito do UCM, mas falha ao tentar ser ambicioso demais. Para ser justo, Eddie e Venom continuam sendo o coração dessa franquia. A relação dos dois é bonita e lotada de carisma até o fim, e talvez valha a pena para quem gosta dessa versão dos personagens.


Texto de Marcos Cruz 
Revisão de Emilly Lois

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