Moana 2: Vale a pena ir além? | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU


Tivemos a oportunidade de assistir com antecedência Moana 2, a mais recente produção da Walt Disney Animation Studios. A história se passa três anos após os eventos do primeiro filme, e apresenta animações ainda mais realistas.  


Agora dirigida por David G. Derrick Jr. e Jason Hand, nessa nova jornada, Moana se vê diante de um chamado irresistível para explorar mares distantes, há muito tempo evitados desde o desaparecimento de um lendário navegador de Motonui. Enquanto enfrenta o dilema entre seguir seu destino ou permanecer ao lado de sua família — especialmente sua irmã mais nova, Simeia — a protagonista é guiada por sua coragem e uma conexão profunda com o oceano. A faixa central, chamada 'Além' (interpretada no Brasil por Any Gabrielly), dá o tom emocional e inspirador da narrativa, marcando o início da aventura repleta de desafios. Moana também passou por sutis mudanças visuais, como cabelos com texturas aprimoradas e um design que reflete seu amadurecimento emocional.


Maui, o carismático semideus da água e do ar (originalmente interpretado pelo “The Rock”) traz de volta toda a energia e humor que conquistaram o público na primeira animação. Saulo Vasconcelos mais uma vez entrega uma dublagem impecável, capturando o espírito divertido do personagem. A música de Maui, 'Quero ouvir um Chee Hoo', mantém a essência alegre e contagiante que marcou sua canção 'De nada' no original. 


A dublagem ainda surpreende com a inclusão de memes “cronicamente onlines”. Embora o uso de expressões contemporâneas e termos populares possa causar estranhamento, especialmente entre espectadores mais velhos ou fãs do filme original, essa escolha reforça o foco no público-alvo, composto na maioria por crianças e pré-adolescentes dessa geração. A equipe de localização fez um excelente trabalho ao conseguir incorporar no roteiro a linguagem cotidiana desse público.


A sequência amplia os horizontes do primeiro filme, levando o público a mares desconhecidos e reintroduzindo os Kakamoras, antigos 'inimigos' de Moana e Maui. Desta vez, os pequenos piratas têm um objetivo surpreendentemente alinhado ao dos protagonistas: encontrar a lendária ilha de MotuFetu. Escondida por Nalo, o temível deus das tempestades, a ilha foi selada como parte de um plano para enfraquecer a união entre os humanos e assim aumentar seu próprio poder. No caminho, surge Matagani, uma personagem cheia de carisma e mistério. Guardiã da passagem para MotuFetu, ela é uma verdadeira caixinha de surpresas, trazendo atitude de sobra e roubando a cena com sua canção 'Só Vai'.


Falando ainda em novos personagens, haverá apoio de novos aliados que trazem habilidades e personalidades únicas: Loto, uma engenheira habilidosa, é responsável por manter o barco em perfeito estado; Kele, um experiente fazendeiro e agricultor, compartilha sua sabedoria prática (etarismo aqui não!); e Moni, um admirador de Maui, que traz leveza ao grupo. Ao longo, eles aprendem a importância do trabalho em equipe e confiança mútua para superar os obstáculos.

Essa nova história adota uma iluminação e trilha sonora mais dramáticas. Lin Manuel Miranda, que escreveu as músicas vibrantes e aventureiras de Moana (2016), não retorna nessa sequência. Substituído por Abigail Barlow e Emily Bear na composição musical, que entraram para intensificar as emoções e realçar os momentos de tensão — que, acredite, são muitos! — e amadurecer a narrativa. As novas músicas demonstram o cuidado com o paralelo entre a jovem que buscava descobrir quem era no primeiro filme e a líder que agora enfrenta responsabilidades maiores e desafios complexos.

O que inicialmente seria uma série — assim como As Enroladas Aventuras de Rapunzel, disponível no Disney+ — acabou se transformando em um novo filme ao longo do processo de produção. O resultado foi uma continuação satisfatória, embora com uma conclusão aberta que claramente deixa espaço para mais uma sequência. A grande questão agora é: será que a Disney conseguirá manter o mesmo nível de envolvimento e qualidade em futuras histórias?

VEREDITO: ★★★

Assim como o de 2016, Moana 2 entrega uma trama envolvente e divertida, agora com um tom um pouco mais maduro, mas sem perder sua acessibilidade ao público infantil. A sequência consegue equilibrar momentos de emoção, aventura e humor, embora a conclusão aberta deixe uma sensação de incompletude. 


Texto de Emilly Lois

Revisão de Tiago Samps

















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