O verão de 95 em Lost Records: Bloom & Rage vai ficar na memória | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU
A Don’t Nod se pôs no mapa com o primeiro Life is Strange com uma história com personagens cativantes, escolhas significativas e mecânicas divertidas. Dez anos depois, ela continua afiada com Lost Records: Bloom & Rage, que, assim como alguns outros jogos do estúdio, é dividido em partes que vão lançando com o tempo. No caso de Lost Records, é dividido em duas.
Em Lost Records jogamos como Swann em dois momentos de sua vida: com 16 anos durante o verão de 1995 e como adulta no presente, alterando entre os dois períodos. O foco da narrativa é a amizade que ela faz com outras três garotas naquele verão e o mistério que levou elas a separarem e, posteriormente, se reencontrarem no presente. A narrativa é muito charmosa e leva seu tempo para construir a amizade de Swann com Autumn, Nora e Kat. Cada uma tem uma personalidade distinta, mas com um amor compartilhado por músicas e filmes.
Falando em filmes, a mecânica principal do jogo envolve a filmadora da Swann que pode gravar de tudo, das paisagens a pichações e momentos com suas amigas, depois editar e ouvir os comentários dela.
Como em outros jogos do estúdio, suas escolhas influenciam a narrativa de formas sutis e maiores, mas posso dizer que a forma em que elas aparecem mudam bastante nesse jogo, informações que podem parecer pouco importantes na hora podem ser úteis em conversas e escolhas que influenciam seus relacionamentos, como escolher a bebida certa para a Autumn no bar. Ficar em silêncio não costuma ser boa escolha, mas aqui a paciência é recompensada com novas escolhas, também é possível olhar ao redor em certos momentos para desbloquear falas.
O jogo tem uma atmosfera muito aconchegante com a direção de arte que reflete bem o carinho que as personagens têm por suas memórias com uma paleta mais quente, enquanto o presente usa cores mais frias. Ao ver suas gravações, todas as imagens têm um filtro bem noventista que dão às imagens gravadas um tom foto realista que me surpreendeu bastante.
A performance do jogo é boa, apesar de alguns momentos eu sentir a queda de FPS, também notei com frequência a demora ao carregar algumas texturas, em especial a Autumn adulta que demora alguns segundos até ter seu casaco carregado, apesar disso não há nada que distraia do jogo ou quebre sua experiência com ele.
Apesar do foco nas garotas ter dado pouco espaço para o aspecto sobrenatural que os jogos da Don’t Nod são famosos — com interações com o sobrenatural mais para o final da primeira parte — se você for cuidadoso pode perceber algo estranho já nas primeiras horas. Lost Records: Bloom & Rage já está disponível para PS5, Xbox e PC, e também está disponível no catálogo de jogos se você for assinante da PS Plus extra ou deluxe.
VEREDITO: ★★★★
Minha experiência com essa primeira metade do jogo foi muito positiva, cercado de personagens carismáticas, um mistério intrigante e mecânicas divertidas, espero ansioso para a próxima parte. A Fita 2: Rage, será lançada em 15 de abril de 2025 com a conclusão da história.
Escrito por Marcos Cruz
Revisado por Luisa DeLuca
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