Kamen Rider Kuuga (2015): Mesmo Herói, Nova Lenda | Recomendação do Marcos


Kamen Rider Kuuga (2000) é a primeira série da era Heisei (período do Japão que se iniciou após a morte do imperador Hirohito em 1989 e durou até a abdicação do seu filho Akihito em abril de 2019) e foi responsável por revitalizar a franquia Kamen Rider aos olhos do público japonês. E apesar de séries anteriores já terem utilizados conceitos como múltiplas formas, Kuuga fez com que se tornassem algo permanente com a identidade da franquia. Dito isso, não é surpresa que uma mídia tão influente tenha chamado a atenção para fazer algo mais com essa série, no caso um mangá.

A história de como o mangá aconteceu é tão interessante quanto o mangá em si. Já que o principal responsável pela realização dele foi o mangá de Ultraman, que começou a publicação em 2011, ter sido um grande sucesso no Japão, contou o escritor do mangá de Kuuga Toshiki Inoue. No entanto, Inoue não queria somente adaptar a série de 51 episódios, ao invés disso, ele fez uma releitura bem interessante, mantendo o conceito básico, porém com uma execução única típica do Inoue, digo isso tanto positiva quanto negativamente. Mas é uma experiência muito positiva no geral e vale a pena se essa for sua primeira experiência com a franquia ou se você já assistiu Kuuga e quer ver mais desses personagens.


Mas sobre o que é o mangá? Ele começa bem parecido com a série, quando uma escavação arqueológica acidentalmente liberta uma espécie antiga chamada Gongri, que pratica um esporte de matar humanos chamado de Gegeru. Junto do Gongri também foi despertado o guerreiro que os selou, o Kuuga. Uma das primeiras diferenças entre a série e o mangá é quando o nosso protagonista, Yusuke Godai, usa o cinto que transforma ele no Kuuga pela primeira vez. Na série, ele põe o cinto que estava fossilizado quando os Gongri atacam uma delegacia de polícia, enquanto no mangá, ele é escolhido pela múmia do Kuuga original. Mas a diferença mais significativa entre os dois é a inclusão do Kamen Rider Agito (2001) na mitologia de Kuuga: ambos se passam na mesma linha do tempo na televisão, porém nunca houve um crossover direto entre os dois (lembrando que o Inoue é o roteirista de Agito também).


O mangá também inclui novos personagens, em destaque o detetive Testuya Suruga, um rival e contraponto moral ao detetive Kaoru Ichijo, que tanto na série quanto no mangá é amigo do Godai e também o contato dele na Polícia de Tokyo que investiga os assassinatos dos Gongri. Uma das partes mais divertidas do mangá, para quem já assistiu à série, é ver como o Inoue usa de personagens, vilões e até episódios em formas diferentes. Fiquei surpreso de ver certos vilões relativamente cedo na história junto de momentos importantes. Longe de ser algo negativo, sendo uma quebra de expectativas bem legal e te deixa curioso de continuar lendo.

As lindas ilustrações e design de personagens de Hitotsu Yokoshima, ao invés de simplesmente traduzir os visuais antigos, traz uma nova interpretação que remetesse ao padrão de beleza de homem bonito de 2014, transformando os cabeludos dos anos 2000 em twinkies de 2014, em especial o Ichijo. Os designs são ótimos, mas é um tanto engraçado pensar nisso.

Se você se interessou, pode assistir à série completa na Amazon Prime Video! No Brasil o mangá do Kuuga foi lançado até o volume 7 pela Editora JBC.


Texto por Marcos Cruz
Revisão por Tiago Samps

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