Thunderbolts*: a super-terapia da Marvel Studios! | Review Que Ninguém Pediu

 A fase 5 do Universo Cinematográfico da Marvel está sendo finalizada com a estreia de Thunderbolts*, que se provou muito melhor do que qualquer um esperava desde seu anúncio em 2022.

Adaptando um título dos quadrinhos que reúne vilões e anti-heróis, a ideia do filme pode soar muito parecida com O Esquadrão Suicida da DC, mas se destaca na dinâmica dos personagens que retornam de produções anteriores e no desenvolvimento de uma nova equipe que, definitivamente, não são os mesmos Thunderbolts que os fãs dos quadrinhos estão acostumados — o que não é ruim, porque funciona!

O filme traz de volta Yelena Belova (Florence Pugh) e Bucky Barnes (Sebastian Stan), que já são queridinhos dos fãs desde a Fase 4, em dois extremos da história: a ex-Viúva quer seguir os passos de sua irmã como uma heroína, enquanto o antigo Soldado Invernal se afasta da ação como deputado em Nova York. Seus caminhos se cruzam quando ambos se veem no meio de uma maquinação da misteriosa Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus).

A improvável equipe criada nesse filme (que inclusive são introduzidos um ao outro de forma extremamente divertida, sentimento que define o filme) ainda conta com o Guardião Vermelho (David Harbour), John Walker (Wyatt Russell) e a Fantasma (Hannah John-Kramen), introduzindo um novo personagem que, pra preservar a experiência, vamos chamá-lo só de Bob, interpretado por Lewis Pullman.

O elenco exala carisma nas suas interações, seja nos momentos ácidos em que os relutantes heróis se implicam, ou na construção de sua amizade e da mensagem “não é preciso lidar com seu vazio sozinho”, que funciona pelo plano de fundo traumático de cada uma das suas histórias individuais.

Da esquerda para a direita: Fantasma, Bob, John Walker, Guardião Vermelho, Yelena e Bucky.

O destaque narrativo é da dupla Yelena e Bob, e não à toa, porque Florence Pugh é sem dúvidas perfeita no papel, desde a expressão corporal da personagem ao seu sotaque russo e entrega dos momentos dramáticos.

Seria de se esperar um grande papel para Bucky também, visto que Sebastian Stan é um dos poucos atores presentes no UCM desde a Fase 1 (introduzido em 2011, no filme Capitão América: O Primeiro Vingador), mas ele não é um foco. Sua presença é importante, mas melhor descrita como pontual.

Por mais que a trama ameace cair em diversos clichês de filmes de heróis, a utilização desses artifícios tem uma qualidade evidentemente acima do que a Marvel Studios tem entregue (Capitão América: Admirável Novo Mundo é um ótimo exemplo e que, inclusive, se conecta bastante com este filme), e mesmo o odiado “discurso de redenção” para o vilão é construído de forma tão orgânica pelo roteiro de Eric Pearson (Viúva Negra) e Joanna Calo (The Bear) — como eu disse anteriormente, também é mérito do elenco — que unida à direção de Jake Schreier (Frank e o Robô) traz de volta a sensação de assistir a um filme da Fase 1.

O Void é a grande ameaça do filme, maia forte que todos os Vingadores juntos.

Claro que a tecnicamente o filme não é o destaque do ano, mas comparando com o padrão Marvel Studios, a fotografia tem sua personalidade, e a utilização dos efeitos práticos adiciona certo charme, sem contar a trilha sonora de Son Lux que distorce (no bom sentido) um certo tema bem conhecido…

É bem difícil discorrer sobre as qualidades do filme sem falar de como ele subverte as histórias em quadrinhos que adapta (que são pelo menos três), e para isso seria muito necessário entregar algumas surpresas do filme, e isso obviamente não cabe nessa conversa, mas fiquem ligados no nosso POD•ish•CAST nas próximas semanas, onde discutiremos todas as produções da Fase 5 com todos os spoilers e opiniões possíveis!

VEREDITO: ★★★★

Na pegada certa de humor e drama, Thunderbolts* é o que um filme do UCM precisa ser para dar certo: divertido e muito importante para o presente e futuro da franquia.

Ah, e ainda tem DUAS cenas pós-créditos, então tratem de ficar no cinema até a última letra sumir da tela!

Texto por Tiago Samps

Revisão de Luisa De Luca e Clara Silvestre

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