Predador: Assassino de Assassinos pelas eras | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU
A franquia Predador é como a do Exterminador do Futuro e Alien. Além de todas estrelarem Bill Paxton em alguma capacidade, depois dos dois primeiros filmes houve uma indecisão do que se fazer. Ir para um caminho louco? Repetir o que já foi feito? Deixar morrer? Parecia que Predador estava no mesmo buraco até “A Caçada” em 2022, quando Dan Trachtenberg revitalizou a série reutilizando a fórmula dos originais: jogue o Predador em uma história em andamento.
Desde “A Caçada”, a ideia de fazer filmes situados em épocas diferentes rondou pela Internet, Assassino de Assassinos pega essa premissa e a utiliza da melhor maneira possível: uma antologia animada. Assim, o filme conta a história de Ursa e Anders na época dos Vikings, Kenji e Kiyoshi no Japão Feudal e Torres na 2ª Guerra Mundial, cada um deles encontrando um Predador no meio de seu próprio conflito.
Mesmo que a formatação pareça mais com uma série de 4 episódios de 20min grudadas em um filme, o ritmo nunca se perde, e o tempo da introdução dos novos personagens auxilia no alívio da carnificina que, pela liberdade da mídia, é bem mais violenta que os filmes anteriores, mas com sua razão. Os Yautjas nunca foram tão perigosos (e feios), mesmo quando cometem os mesmos erros de sempre.
O que o filme constrói muito bem, sem chamar muita atenção para isso, é a evolução dos Yautjas como caçadores, tanto na tecnologia e armas quanto no design de cada um. A construção dos personagens de cada bloco também é surpreendentemente efetiva, são histórias que não funcionariam sem essa conexão, que o roteiro de Micho Robert Rutare entrega.
Todas as 3 histórias são contadas de forma ligeiramente diferente. Com os Vikings ela é visceral, é uma jornada de vingança; no Japão ela é quase um filme mudo, os personagens agem mais do que falam e, em contraste absoluto, a na 2ª Guerra tem muita falação, e é a mais fraca das 3.
O 4º bloco do filme, no qual a narrativa inteira constrói para (e é uma surpresa que não merece ser estragada), acaba criando um sentimento agridoce que atinge não só esse filme, como todos os anteriores, ao tentar se conectar do mesmo jeito que “A Caçada” fez. Não necessariamente é um final convidando uma continuação, mas se fosse uma série, como ela é formatada, seria um típico cliffhanger para uma segunda temporada.
A animação mescla 3D e 2D em um estilo similar, mas não tão caricato quanto The Clone Wars, é seu próprio e é utilizado lindamente em planos sequências de ação que impressionam. A trilha de Benjamin Wallfisch não se atém completamente a ambientação, e se utiliza muito do ostinato de 6 notas (que Predador 2 retconou como o motivo dos caçadores de Predador), mas é efetiva em seus sons dissonantes e percussão contínua.
Dan Trachtenberg parece ser o novo organizador da franquia, este é o segundo projeto dele e o terceiro vem ainda esse ano em Predador: Badlands, um novo crossover com Alien. Os Predadores voltaram, e desta vez não estão esperando a cada 10 anos para caçar.
VEREDITO: ★★★★
Pode uma reviravolta no final ser o suficiente para tirar uma estrela? Pode, sim, mas além disso, a 3ª história é a mais fraquinha. Se você não viu ao menos Predador: A Caçada, é melhor deixar esse para depois, o certo mesmo é ver Predador e Predador 2, no mínimo. Assistam Predador, gente, é legal, e esse filme não é diferente.
Revisado por Emilly Lois
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