Aquaman 2: O último suspiro do DCEU | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU


Oi, para quem me pediu de volta! Sou eu, Carly (@hamitinha), mais uma vez trazendo uma Review Que Ninguém Pediu. Dessa vez vamos falar do novo filme que marca o fim do DCEU: Aquaman 2: O Reino Perdido.

 - ATENÇÃO, ESSA REVIEW CONTÉM SPOILERS -

Aquaman 2: O Reino Perdido é um filme que passou por diversos problemas desde o seu anúncio, sendo até mesmo alvo de piadas que brincavam com a possibilidade desse filme nunca ver a luz do dia, ou que só possuía uma imagem de divulgação ou sobre os mil problemas que o universo compartilhado de filmes inspirados na DC Comics (intitulado de forma não oficial pelos fãs de DCEU, o DC Extended Universe) estava passando.

Mas aqui estamos, mesmo tendo sofrido quatro adiamentos que, no final, resultaram no lançamento do filme para UM ANO INTEIRO (e mais alguns dias) da data que foi originalmente planejado, com não só uma despedida para o Aquaman de Jason Mamoa e seu núcleo de apoio, mas também um último vislumbre do que talvez seja o universo compartilhado mais polêmico da última década.

O filme nos apresenta Arthur Curry, o Aquaman, em um estágio completamente diferente em sua vida, agora sendo o redentor do reino de Atlantis, casado com Mera e tendo um filho, o Arthur Curry Junior (popularmente conhecido como Aquababy). Mas tudo isso é posto em risco quando o seu auto-intitulado nêmesis, o Arraia Negra, retorna em busca de vingança contra o Rei dos Mares, jurando destruir tudo aquilo que é de valor para o nosso herói.

Aquaman e o Aquababy!

Aquaman 2 não é e nem se propõe a ser uma despedida para o DCEU como muitos esperavam que ele fosse (mesmo que nenhum motivo tenha sido dado para isso durante a divulgação do filme), e esse papel é muito melhor aplicado ao filme The Flash, que de certa forma funciona muito melhor como uma carta de despedida desse universo que tão pouco amamos. Então dito isso, vamos levar ele em conta como o que realmente é: Um filme do Aquaman.

E... nisso ele é bem qualquer coisa pra ser honesta...

O filme se torna cansativo, com seu ritmo oscilando constantemente entre emergências imediatas e momentos em que nada acontece, coisa que pode causar a exaustão a quem está assistindo ainda na primeira hora de filme (como foi meu caso), além de não saber dosar seus momentos de comédia com os assuntos que deviam ser sérios na trama, nos tirando da sensação de perigo e com quebras de tensão que só te fazem questionar a inteligência de quase todos os personagens envolvidos nessa trama.

Arte conceitual do filme divulgada por James Wan

O filme traz um Aquaman ainda mais pastelão que o primeiro, ao ponto atropelar o senso de urgência que o filme tenta te passar em diversos momentos, além de pintar o personagem como um fanfarrão que não se importa tanto com o que ocorre ao redor dele até respingar no seu próprio rosto, e isso vai longe da caracterização dele em qualquer outro momento do DCEU, o tornando bem mais difícil de engolir. 

Porém seus gritantes defeitos se tornam bem mais aturáveis quando o Orm (Patrick Wilson) retorna, assumindo o papel de deuteragonista e também o de ponto alto da trama ao trazer a dinâmica de irmãos com uma inimizade igual a que deu tão certo com Thor e Loki do Universo Cinematográfico da Marvel, aprofundando a relação complicada que os dois possuem e até fazendo algumas piadas sobre como o conflito do filme anterior poderia ter sido facilmente resolvido. 

Orm e Aquaman, a dupla dinâmica do DCEU.

Indo para o antagonista principal, o retorno do Arraia Negra, que teve uma promoção de vilão menor para grande ameaça, deixou um gosto agridoce na boca. Apresentando uma interpretação extremamente convincente, uma personalidade ameaçadora e um plano consistente, pra no final sequer parecer representar uma ameaça real até os últimos minutos do filme, mesmo tendo todas as ferramentas para isso. Soando, então, apenas como o capanga de luxo de um vilão que nunca dá as caras de fato.

O maior inimigo do filme são as expectativas daquilo que ele mesmo constrói, apresentando muitas pistas falsas de acontecimentos, falas que levam o telespectador a esperar certas ações, ou pequenos fanservices visuais que foram sendo criados aos montes ao longo do filme, apenas para fazer a subversão dessas expectativas de um jeito tão simplório que termina com um gosto ainda pior na boca que já não estava sentindo algo muito gostoso.

Arraia Negra e o Tridente Negro.

O visual do filme, porém, é fantástico, entregando trajes lindos e polidos, cenários ainda mais deslumbrantes e efeitos especiais que parecem de fato uma evolução do filme anterior, ao mesmo tempo que tenta experimentar bem mais o conceito de Atlântida e ir além com paisagens florestais, desérticas e gélidas, não deixando a desejar em nenhuma delas.

O filme volta a pecar nas suas coreografias de combate físico, que em vários momentos se destacam pela sua artificialidade e são carregadas por uma direção que tenta a todo custo mascarar as lutas sem sal com planos diferentes e técnicas de filmagem que parecem ter saído direto de um tokusatsu da Toei.

Imagem promocional do filme.

Aquaman 2: O Reino Perdido é uma bagunça que acerta dentro de erros e erra dentro de acertos enquanto é acompanhado por diversos problemas no seu planejamento mas que, no final, acaba sendo uma despedida mais do que perfeita do DCEU, tanto por ser uma continuação do primeiro filme a realmente fazer o sucesso esperado pela sua produtora, quanto por ser um completo caos que se encerra com uma cena descaradamente inspirada pela sua concorrência que tanto tentaram se distanciar em seu primórdio.

VEREDITO: ★★½
Pôster oficial do filme.

VALE A PENA ASSISTIR? Talvez. eu consigo ver facilmente alguém gostando desse filme por ser  leve, inofensivo e gostoso quando assistido de 'cérebro desligado, mas considero seus defeitos muito mais gritantes que as qualidades, me tirando completamente do divertimento inofensivo que talvez quisessem passar.

– Carly Costa


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