'Kraven, O Caçador' é mais um desperdício da Sony de personagens da Marvel. | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU

Após ser adiado por mais de um ano, Kraven, o Caçador chegou aos cinemas, e a espera não valeu a pena. Kraven é mais uma história de origem do vilão de Homem-Aranha, mas que ao menos tem o mérito de ter mais personagens de quadrinhos que os últimos filmes dessa franquia. Aaron Taylor-Johnson interpreta essa versão do personagem, enquanto Russell Crowe dá vida a Vladimir Kravinoff. Ambos são os destaques do elenco e do filme.

Mais uma vez, a Sony Pictures não consegue evitar transformar vilões em anti-heróis. No filme, Kraven é um caçador de criminosos, protetor dos animais e, para piorar, ainda tem poderes de leão (algo que não faz parte da sua mitologia nos quadrinhos, onde ele é apenas o ápice de um ser-humano, fazendo a força do personagem ainda mais impressionante).

Os verdadeiros vilões do filme, Rino e O Estrangeiro, são antagonistas motivados por poder e vingança, e não causam muita impressão positiva. O máximo que surpreende é o fato de Rino parecer uma mistura de maquiagem e CGI. Mesmo assim, ele é derrotado de uma forma patética e nada empolgante para um filme de ação.

Alessandro Nivola é Aleksei Sytsevich, o Rhino, no filme.

Apesar do esforço de Taylor-Johnson e Crowe em reproduzir um sotaque russo decente, nem eles e nem ninguém no elenco têm carisma o suficiente para fazer com que qualquer personagem seja gostável no meio do amontoado genérico que é esta produção (como em Venom, que pelo menos conta com o carisma de Tom Hardy em todos os 3 filmes). Infelizmente, Aaron Taylor-Johnson não fica sem camisa por tempo o suficiente para compensar a experiência de assistir.

Nos quesitos técnicos, o filme também é medíocre: a trilha sonora é tão básica quanto pode ser; as cenas de ação têm bastante movimento e até são o ponto mais alto do filme, mas nada incrível. Pela primeira vez nessa franquia (que inclusive termina aqui, porque a Sony parece ter finalmente reconhecido que essa fórmula só funcionou no primeiro filme do Venom), o filme recebeu classificação +16 (e até 18 lá nos Estados Unidos), o que não significa que eles tomam proveito disso. Algumas cenas são mais violentas que outros filmes de quadrinhos, mas estas não têm impacto o suficiente para que isso marque como “boa violência”. Com algumas edições seria possível baixar a classificação para +14, o que não ajudaria necessariamente a bilheteria do filme, mas abriria mais portas para o público adolescente desavisado procurando um filme aleatório para assistir, ou um ruim para não assistir.

VEREDITO: ★

No mais, é um filme que não se destaca em nada que se propõe. Um último suspiro de um universo morto. Nesse fim de ano, se quiser ir ao cinema, não vá assistir Kraven, O Caçador. Se você procura uma boa história do Kraven, é muito melhor ler aos quadrinhos ou jogar o Spider-Man 2, de Playstation 5.


Texto por: Marcos Cruz

Revisão por: Clara Silvestre e Emilly Lois

Comentários

Postagens mais visitadas