Como a Sony desperdiçou a 9ª geração de videogames?
Quatro anos já se passaram desde o lançamento do PlayStation 5, em 2020, e o sentimento de que a Sony está entregando menos em comparação ao PS4 paira no ar a cada apresentação da empresa. É uma prática comum da indústria que, ao mudar de geração, muda-se também o CEO da divisão de jogos para que novas ideias possam entrar, e foi assim que Shaw Layden foi substituído por Jim Ryan, que focou em incentivar e investir em "jogos como serviço" (que já falamos a respeito quando escrevi sobre os vacilos da WB Games). Há alguns anos foi revelado que a Sony tinha 18 jogos como serviço em desenvolvimento em diversas fases de produção! Ao longo do tempo muitos foram cancelados, poucos foram lançados e menos ainda estão em desenvolvimento ativo...
Entre os jogos lançados estão Helldivers 2, o melhor exemplo de jogo como serviço dos últimos anos, e do outro lado da moeda temos Concord, um dos maiores fracassos da PS Studios que foi encerrado 14 dias depois do lançamento, o que levou a dissolução do estúdio Firewalk. Mesmo assim, o jogo não é exatamente ruim por se dizer, sendo apenas extremamente medíocre, mais um hero shooter que não trazia nada de novo ou empolgante para um mercado inundado pelo gênero. Genérico e derivativo eram palavras que muitos usuários usaram pra descrever o jogo, e o fracasso dele levou a vários cancelamentos dentro da Sony.
O grande problema do foco em jogos como serviço que são cancelados pela Sony não é (só) o dinheiro gasto, mas principalmente o tempo desperdiçado. Jogos AAA (como chamamos franquias de grande orçamento) costumam demorar de 4 a 5 anos em desenvolvimento, e estamos vendo o resultado da falta de foco no que faz a marca PlayStation ser forte. Formar novos estúdios para trabalhar nesses live services é uma boa ideia, mas realocar os estúdios cujo foco sempre foi em jogos single player é uma receita para o fracasso, como vimos em jogos como Anthem ou Suicide Squad: Kill The Justice League.
Nos últimos anos, a Sony vem criando e comprando estúdios para fortalecer seu portifólio em jogos live service. A Bungie é um grande nome da indústria e está trabalhando em Marathon, enquanto Haven é uma aposta que ainda deve se pagar com Fairgame$, mas o real valor do estúdio para a Sony é sua tecnologia de desenvolvimento em nuvem. Também temos novos estúdios que ainda estão em desenvolvimento inicial e não veremos em alguns anos.
Jim Ryan se retirou do posto de CEO da Sony Interective Enterteriment em 2024, e desde lá vem sendo gerido por Hideaki Nishino, que vai assumir como CEO da SIE (Sony Interactive Entertainment) e Hermen Hulst que vai assumir como chefe da PlayStation Studios. Com o tópico da próxima geração começando a borbulhar, a Sony precisa refletir sobre como gerir seus estúdios para os anos que virão.
Texto de Marcos Cruz
Revisão por Luisa De Luca
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