Sem tumbas, mas alguns saques | Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft: 2° Temporada | REVIEW QUE NINGUÉM PEDIU
Depois de se tornar Lara Croft pela 4ª vez, resta uma verdadeira aventura Tomb Raider... Mas não há tumbas a saquear, não, a história aqui é outra, saindo bastante de uma clássica aventura e se adentrando em novos caminhos.
A segunda (e última) temporada da animação dos estúdios Powerhouse Animation chegou no dia 11 à Netflix sem muito alarde, devido ao orçamento de um salgado (sem caldo de cana) do marketing. A série segue encaminhando Lara para o agora anunciado remake do primeiro jogo da franquia, mas essa temporada não está muito preocupada nisso, esse trabalho já foi feito, e Sam ("amiga" de Lara que não aparece no audiovisual desde o jogo de 2013) está aqui pra lembrar que ele foi feito.
Pelo contrário, a temporada começa analisando o que significa ser uma "Saqueadora de Tumbas", reintroduzindo a ideia de repatriação de artefatos roubados e levando Lara a deixar os saques pra trás. Em conversa com essa ideia, o enredo da temporada gira em torno da antagonista Mila roubando as máscaras dos Orixás, os matando e tomando seus poderes para moldar o mundo à própria maneira.
Tão sutil sobre colonização quanto a vilã é rasa, o interesse aqui são os Orixás. A franquia já tocou em crenças existentes, mas até então ficava em uma "fantasia sobre o tema". Porém, a série traz os Orixás e, apesar de flertar em tentar explicar as existências deles, no fim eles só são o que são.
O principal deles é Exú que, além de entrar na trupe, recebe um arco durante seus encontros com irmãos e irmãs. Infelizmente, este que vos fala não conhece muito sobre os Orixás pra saber se fizeram besteira com eles, não havia muita melanina presente na sala de roteiristas creditados para acreditar firmemente que acertaram tudo. Mesmo que a parte da "fantasia" ainda esteja muito presente, a raiz do desenvolvimento da trama é histórica e cultural.
Tomando somente a temporada em si, a trama funciona muito bem e os personagens são extremamente carismáticos, principalmente Exú. É uma série que poderia ter continuado por mais anos com essa nova direção que os forçaria a tomar novos caminhos, evidentemente estavam mais confortáveis consigo mesmos.
Por exemplo, as cenas de ação não são mais pensadas em "como podemos emular os jogos", inclusive são bem mais dinâmicas por conta disso, mesmo que em alguns breves momentos dê pra ver onde o orçamento acabou nas cenas mais calmas. Ainda assim, segmentos referenciando uma mecânica ou "plataforma" dos jogos ainda existem.
A última cena deixa claro que ainda havia histórias para serem contadas, mas como o foco da temporada não foi em Lara e sua trupe, não há um arco inacabado ou uma perceptível peça faltando para Atlantis, mas mais uma história não ia matar ninguém.
VEREDITO: ★★★★
E, não, infelizmente não canonizam Lara e Sam, mas olha só, vieram pra Bahia e não mataram Iemanjá!







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